Golpistas de criptomoedas aparecem em sugestões de usuários no Twitter

A novela do Twitter contra os golpes de criptomoedas que vêm sendo realizados na plataforma ganhou um novo capítulo nesta semana, quando o algoritmo de sugestão da rede social passou a indicar contas de golpistas para serem seguidas pelos usuários. O problema foi demonstrado pelo pesquisador de segurança Troy Mursch e, na sequência, foi confirmado pelo site The Next Web.

Trata-se de uma categoria de golpe que, na verdade, é uma nova versão de um truque antigo. A promessa é de multiplicação dos pães, ou, neste caso, de criptomoedas como Bitcoins e Ethers; o usuário envia uma pequena quantidade e receberia, em troca, um total bem maior de acordo com a contribuição original. É claro que o retorno desse “investimento” jamais chega, enquanto os bandidos desaparecem com o montante depositado originalmente.

Para dar aparência de legitimidade ao golpe, a aparência e nome de celebridades são utilizadas. Elon Musk e suas empresas, a Tesla e a SpaceX, são as mais comuns, e foram justamente dois perfis que se faziam passar pelo empreendedor que foram flagrados pelos especialistas em segurança entre as sugestões feitas pelo Twitter. Outros nomes, como Justin Sun, da TRON, e até o presidente americano Donald Trump, também aparecem com frequência.

Também ficou notória, recentemente, a invasão da conta do seriado Almost Human, da Fox, que foi cancelado em 2014. Aqui, a ideia dos hackers foi aproveitar o selo de verificação da conta, assumindo a aparência de Sun e oferecendo o golpe para usuários incautos, que poderiam cair ao ver o símbolo que indica a veracidade de um perfil na rede social.

Mais do que abrangentes e, agora, com uma espécie de validação oficial, os golpes seriam lucrativos. De acordo com dados da Duo Security, cerca de 15 mil contas falsas dessa categoria estariam em operação no Twitter, muitas delas ativas por meio de bots, enquanto alguns criminosos estariam recebendo cerca de US$ 5 mil por dia em criptomoedas.

O Twitter parece estar perdendo essa guerra, apesar de, publicamente, já ter afirmado diversas vezes que está combatendo o problema. O CEO da empresa, Jack Dorsey, já afirmou, por exemplo, que seu algoritmo de moderação está sendo retrabalhado constantemente para lidar, também, com golpistas, além de outras iniciativas recentes, como a luta contra fake news ou perfis que compartilham conteúdo de ódio e promovem a violência.

Enquanto isso, as contas flagradas pela reportagem do The Next Web foram retiradas do ar, apesar de os endereços de carteiras relacionados aos golpes permanecerem ativos e, provavelmente, ligados a outras tentativas de ludibriar usuários. A recomendação para eles é única e absoluta: não acredite em ofertas desse tipo. Não existe dinheiro grátis e, dificilmente, você verá seu pequeno depósito se multiplicando pelas mãos de empreendedores, presidentes ou celebridades.

Fonte: The Next Web