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Banco Central da Venezuela estaria considerando usar bitcoin como reserva

Por| 01 de Outubro de 2019 às 09h34

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Banco Central da Venezuela estaria considerando usar bitcoin como reserva
Banco Central da Venezuela estaria considerando usar bitcoin como reserva

De acordo com fontes anônimas de do governo da Venezuela, o país latino estaria realizando testes para determinar se seria possível fazer com que o Banco Central passasse a operar também nas transações com criptomoedas.

Esses testes estariam sendo feitos a pedido da Petroleos de Venezuela SA (PDVSA), companhia estatal responsável por toda a extração de petróleo no país. Segundo as fontes anônimas do governo, a estatal teria interesse em enviar bitcoin e ethereum para o Banco Central do país e que todas as transações utilizem tokens dessas criptomoedas. A instituição bancária também estaria procurando um modo de fazer com que as criptomoedas contassem como parte das reservas internacionais do país, que fecharam o mês de setembro em US$ 7,9 bilhões — um dos valores mais baixos dos últimos 30 anos.

Desde que os Estados Unidos passaram a aplicar sanções econômicas ao país comandado por Nicolás Maduro, a Venezuela ficou isolada de todo o sistema financeiro global, o que acabou exacerbando uma das maiores crises internas do país — e tem forçado seus governantes a encontrar outras formas de movimentar o dinheiro do país. Recentemente, Maduro falhou em lançar a primeira criptomoeda oficial de um governo no mundo, num misto de esforço e desespero para encontrar uma forma de escapar das sanções econômicas dos Estados Unidos.

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Isso acontece porque a Venezuela ainda é um dos maiores produtores de petróleo do mundo — uma saída fácil para qualquer crise econômica —, mas as sanções econômicas criadas pelos Estados Unidos fazem com que os costumeiros clientes do petróleo venezuelano (como a China, por exemplo) evitem fechar transações bancárias tradicionais. Quem for pego negociando com o país pode sofrer graves problemas em sua relação comercial com os Estados Unidos — no caso da China, o que só traria ainda mais problemas diante da relação abalada entre ela e o país norte-americano.

Assim, as transações com criptomoedas seriam uma forma de evitar esse bloqueio, pois atualmente moedas como o bitcoin e a ethereum não são reconhecidas pelos Bancos Centrais do resto do mundo como um tipo de pagamento possível de ser usado nas transações entre nações. Por isso, as transações com as criptomoedas podem ser efetuadas de maneiras completamente anônima, o que protegeria qualquer país que se interessasse em fazer negócios com a Venezuela.

Ao mesmo tempo, a PDVSA não quer negociar as criptomoedas que possui no mercado (as mesmas usadas por qualquer pessoa ou empresa que queira negociar criptomoedas) pois isso exigiria que ela abrisse uma conta em alguma entidade de câmbio usada para esse tipo de transação, o que significaria permitir que uma empresa estrangeira verificasse os relatórios financeiros da PDVSA. Por isso a pressão para que o Banco Central venezuelano aceite as transações com criptomoedas, pois isso possibilitaria que a empresa pagasse seus devedores.

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Não se sabe exatamente como a companhia estatal adquiriu as criptomoedas que possui, mas sabe-se que em agosto ela aceitou da China um pagamento de quase US$ 700 milhões de yuans por ter conseguido encontrar alguém interessado em fazer o câmbio da moeda para dólares.

Além do uso das criptomoedas, outra opção que estaria em estudo seria o uso de uma operação de pagamentos internacionais operadas pela Rússia, ao invés do sistema SWIFT usado pela maioria das instituições financeiras no mundo todo.

Fonte: Bloomberg