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Rise of the Tomb Raider é o melhor jogo de toda a série

Por| 09 de Novembro de 2015 às 18h21

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Google Imagens
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Quando a Crystal Dynamics trouxe seu reboot de Tomb Raider, em 2013, muita gente viu ali o grande retorno de Lara Croft. O estúdio conseguiu resgatar vários aspectos dos games originais ao mesmo tempo em que apresentou uma nova faceta da personagem. No entanto, aquela era uma história de origem e a heroína ainda era alguém frágil; uma sobrevivente. E eis que chegou a hora de vermos como ela se transforma na exploradora que todos conhecemos.

Exclusivo do Xbox One e Xbox 360, Rise of the Tomb Raider é a evolução de tudo aquilo que vimos em relação à série até aqui. Ele desenvolve todos os acertos do último jogo e expande aquilo que ainda precisava ser melhorado, trazendo uma das melhores e mais épicas aventuras de Lara Croft.

Para isso, a Crystal Dynamics leva a personagem para as florestas congeladas da Sibéria em busca daquilo que ela tanto ama: cidades perdidas, mistérios antigos e eventos místicos. A exploração voltou a Tomb Raider e no melhor estilo possível.

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Uma tumba a cada esquina

Embora o último game tenha arrancado elogios de todo mundo, ainda faltavam algumas arestas para serem aparadas. E uma das principais críticas estava relacionada à linearidade excessiva do game. Mesmo com seus cenários vastos, o game tinha poucas áreas para serem desbravadas e as cavernas e esconderijos em que isso era possível eram apenas rápidos desvios do caminho principal. Para um jogo chamado Tomb Raider, a exploração de tumbas era algo que passava batido.

E essa foi uma reclamação que o estúdio prestou bastante atenção por aqui e tratou logo de sanar. Tanto que um dos principais destaques do jogo é exatamente a variedade de locais que Lara pode descobrir em sua jornada. Apesar de a Sibéria ser um enorme borrão branco à nossa frente, muitos locais secretos e antigos se escondem em meio à neve e cada um deles reserva desafios bem particulares.

Rise of the Tomb Raider conta com várias tumbas e criptas espalhadas pelas diversas áreas do mapa, o que serve de incentivo para que você deixe a campanha um pouco de lado para tentar encontrar esses tesouros perdidos. É um empenho que vale muito a pena, principalmente pelo que você encontra em cada um desses lugares.

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O primeiro ponto é o próprio visual dessas catacumbas. Como estamos falando de cidades perdidas, cada achado é um espetáculo para os olhos, seja pela grandiosidade ou pela quantidade de detalhes escondidos. E a coisa fica ainda mais interessante à medida que você se depara com os diversos quebra-cabeças, que vão testar as habilidades do jogador ao usar muito bem o cenário em conjunto com os equipamentos de Lara. Eles são complexos na medida certa, do jeito que a série sempre apresentou.

Além disso, o game sabe unir muito bem a liberdade necessária para que o jogador desbrave o local com a linearidade exigida para fazer com que a narrativa ganhe os tons cinematográficos que os fãs esperam. Isso faz com que o jogo não seja um enorme corredor, como acontece em Uncharted, mas não abre mão das explosões, das cenas de perigo e dos eventos roteirizados que deixam tudo mais emocionante.

Isso mostra um excelente trabalho de level design por parte da Crystal Dynamics, que conseguiu combinar essas duas características tão diferentes de modo que haja uma harmonia interessante e funcional. Rise of the Tomb Raider dosa muito bem cada um desses momentos e faz com que a aventura se desenvolva em um ótimo ritmo.

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Outro ponto que evoluiu muito bem em relação ao game anterior foi o sistema de combate. Ainda que a mecânica básica tenha permanecido inalterada, a jogabilidade ganhou novas camadas graças ao maior foco dado ao stealth. Ao invés de apenas sair atirando flechas em quem aparecer na sua frente, Lara pode usar o próprio ambiente para se aproximar dos inimigos de maneira furtiva e eliminá-los silenciosamente.

Seja escondendo-se em meio à vegetação, pendurando-se nas construções próximas para fazer um ataque aéreo ou mesmo ao usar itens para desviar a atenção dos oponentes, os confrontos ficaram muito mais estratégicos e variados por aqui. Só é uma pena que o combate corpo a corpo continue tão raso quanto antes. Não é algo que seja ruim, mas é pobre e simples até demais, o que cria um contraste muito grande com a emoção oferecida pelo game.

Além disso, a produtora cortou também os excessos, mesmo que isso signifique arrancar o modo online do jogo. E a ausência do multiplayer é algo que não faz falta, já que esse era um ponto que muita gente criticou no jogo anterior. Afinal, entre trazer algo genérico e usar esse esforço para melhorar o que já vem sendo feito, a segunda opção é sempre a melhor escolha.

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Para compensar, o game conta com o chamado Modo Expedições, que coloca novos desafios para momentos específicos de acordo com aquilo que o jogador definir. E essas tarefas de correr contra o tempo ou terminar a partida sem levar dano vão garantir pontos que são enviados a um ranking para que você possa competir com seus amigos. Além disso, ele traz um sistema de cartas que oferece vantagens e outros modificadores a essa modalidade.

De frente com Lara Croft

Rise of the Tomb Raider chama a atenção pelo modo como ele desenvolve sua personagem. Como dito, Lara deixa de ser apenas uma sobrevivente para se tornar uma exploradora — e essa transição é algo que é muito bem desenvolvido no game. Seja nos diálogos ou no modo como a personagem lida com diversas situações, é nítido o quanto ela cresceu de um jogo para outro.

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É claro que ainda não estamos diante daquela protagonista que virou ícone dos games nos anos 90, mas isso é até algo positivo. O que a Crystal Dynamics tentou fazer por aqui e conseguiu muito bem foi dar uma nova profundidade à heroína, explorando sua personalidade e expandindo sua história.

Tanto que a sua própria jornada em busca da cidade perdida de Kitej está relacionada ao seu passado. A tentativa de encontrar a Fonte das Almas, um artefato capaz de dar vida eterna a qualquer pessoa, é algo que está diretamente ligado à história de Lara com seu pai e isso serve para que tenhamos uma noção maior do que aconteceu com a família Croft. São flashbacks rápidos, mas que nos ajudam a entender a relação dos dois.

Rise of the Tomb Raider aproveita também esse foco maior na narrativa para destacar os demais personagens e ampliar o universo da série. Vemos um pouco mais sobre família, amigos e até mesmo uma organização que era citada levemente no game anterior e que desponta aqui como a grande ameaça da série. Tanto que há toda uma trama sendo esboçada ao fundo que deixa clara as intenções do estúdio de usar isso como gancho para uma eventual sequência.

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O melhor do Xbox

A Crystal Dynamics conseguiu fazer um excelente trabalho também na parte visual do game. Como dito, a arte geral do jogo é chama a atenção, principalmente por conta do detalhes e do cuidado de fazer com que essas ruínas antigas e até mesmo a paisagem siberiana fossem grandiosas e impactantes o suficiente.

Tanto que é impossível você não parar um pouco a sua exploração apenas para observar o cenário. Seja quando a personagem entra em uma tumba ou mesmo enquanto escala uma montanha gelada, tudo em Rise of the Tomb Raider é feito para encher os seus olhos.

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Mais do que isso, o jogo conta com uma bela variedade de ambientes. Ao contrário do último Tomb Raider, quando você tinha a impressão de estar sempre no mesmo lugar, a nova aventura traz paisagens e locais bem diferentes e isso faz com que as coisas fiquem bem mais interessantes de ser vasculhados.

Isso sem falar da própria Lara, que foi quem mais se beneficiou desse salto de geração. Além de sua modelagem, suas expressões faciais também foram melhoradas e agora estão ainda mais realistas.

E o mais impressionante disso tudo é que tudo isso é apresentado sem prejudicar o desempenho geral do game. Apesar de ele rodar a apenas 30 fps, essa taxa de quadros por segundos permanece estável em praticamente todos os momentos. Mesmo com o cenário enorme e repleto de objetos — ou explosões em determinados momentos —, você não sente uma queda que prejudique a experiência.

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No caminho certo

Rise of the Tomb Raider não é apenas um dos grandes jogos do ano, mas também um dos melhores games de toda a série. Ele evolui tudo aquilo que a Crystal Dynamics já havia feito anteriormente e eleva as aventuras de Lara a um novo patamar. Ele é tudo aquilo que os fãs da franquia queriam ver da estreia da heroína na nova geração.

Mesmo que temporariamente, a Microsoft conseguiu um excelente exclusivo para o Xbox One. Isso porque o novo Tomb Raider não apenas rivaliza muito bem com Uncharted como consegue sair da sombra de Nathan Drake e seguir caminhos próprios. É claro que as duas séries ainda compartilham muitas semelhanças, mas Lara Croft se distancia o suficiente ao trazer elementos únicos. É o retorno definitivo da personagem — e em grande estilo.