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Fizemos o hands-on do Surface Pro 4, que estreia hoje no mercado

Por| 26 de Outubro de 2015 às 12h33

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Pedro Cipoli/Canaltech
Pedro Cipoli/Canaltech

Recém anunciado pela Microsoft e estreando hoje no mercado norte-americano, o Surface Pro 4 chamou bastante a atenção por ser uma das primeira versões que corrigem algumas falhas básicas da linha. Essencialmente, é o Surface como deveria ser desde o começo, algo que a Microsoft não conseguiu realizar nas primeiras versões. O motivo? Bom, tivemos a oportunidade de brincar com os Surfaces 1 e 2, e ambos deram a impressão de serem mais protótipos do que propriamente um produto finalizado, e parece que a empresa finalmente acertou nessa quarta geração.

O principal motivo para isso é a renovação do teclado, que agora se comporta como um teclado de verdade, com feedbacks dignos de um notebook premium. Ele conta com retroiluminação nessa versão, dividindo a região da Type Cover com um trackpad de vidro extremamente confortável e completamente otimizado para todos os gestos e atalhos do Windows 10. É o mínimo, né? Afinal, é a Microsoft que fabrica tanto o software quanto o hardware, de forma que seria estranho se não fosse assim.

Se há um ponto em que a Microsoft realmente acertou foi a tela. Além de trazer um aspecto 3:2, que faz com que suas 12,3 polegadas diagonais resultem em um tela maior do que parece à primeira vista, traz uma excelente qualidade de cores, além de suportar vários padrões profissionais de cores. Esse é um ponto que certamente chamará a atenção dos designers por já trazer inclusa a caneta Stylus. O segundo é trazer uma excelente resolução de 2736x1824. Ela teve a sua precisão melhorada, suportando até 1024 níveis diferentes de pressão, o que permite fazer traçados com larguras diferentes apenas variando a força de aplicação.

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Teclas de verdade!

O que não está incluso no Surface Pro 4? A Type Cover, o que força o usuário a comprá-la separadamente, algo que realmente não faz sentido. Para sermos sinceros, não vemos motivo para investir um valor considerável (a partir de US$ 899) para comprá-lo sem o teclado, já que o Windows 10 Pro embarcado não é capaz de se fazer valer apenas em um tablet. Depois de um tempo brincando com ele, o Windows 10 se mostrou um sistema que está longe de ser completamente funcional como o Android ou o iOS.

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Inclusa na compra do Surface Pro 4, a caneta Stylus agora encaixa magneticamente.

Por baixo do capô só houve uma atualização de especificações, agora trazendo a sexta geração de processadores Intel de baixo consumo (Skylake ULV), em versões dual-core do Core i3 ao Core i7. Ao contrário do Surface Book, não há uma versão com placa de vídeo dedicada, onde todo o processamento é realizado pelos gráficos integrados da Intel. Em nenhuma das versões com que brincamos sentimos lentidões ou travamentos, mas acreditamos que as mais básicas deveriam trazer no mínimo 8 GB, já que o posicionamento de mercado do Surface Pro 4 exige que ele seja um pouco mais a prova de futuro.

A boa (boa?) e velha aleta.

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No fim das contas, acabamos gostando dele, ainda que ele não deixe de ter uma pegada conceitual que nos faz acreditar que não será suficiente para suprir as necessidades diárias de um usuário. O Surface Pro 4 nos parece mais um produto de nicho, indicado para quem fará bom uso da caneta Stylus em programas como Illustrator, Painter e CorelDRAW, não sendo uma máquina para produtividade. Por exemplo, a haleta que o mantém em pé em uma mesa ainda está presente, não sendo indicada para quem quer usá-lo no colo (e olha que tentamos).

Por que o Surface não vem para o Brasil?

Pois bem, questionamos o motivo de a Microsoft não vender o Surface no nosso país. A princípio, acreditávamos que era algo relacionado ao preço, que traria uma demanda insuficiente para vendê-lo por aqui, mas, bom, isso não impede que empresas vendam produtos caros no Brasil. Segundo Ahmed El Komy, diretor de vendas das Américas, a linha Surface é anunciada com um número baixo de unidades, de forma que o Supply Chain fique focado apenas em alguns países selecionados, já que se trata de um produto conceitual, e não de produção em massa.

Isso quer dizer que em um futuro próximo a Microsoft montará uma estrutura de produção e vendas no Brasil, conforme a aceitação do Surface aumenta? Segundo Komy, não, já que a Microsoft não pretende se tornar mais um fabricante de máquinas, concorrendo com grandes players como Dell, HP, Asus e Lenovo, e sim manter a linha Surface com a sua proposta original: ser um produto de referência, mostrando novas capacidades do Windows em diferentes formatos, em seguida seguido e consolidado por OEMs.

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Ou seja, dificilmente ele chegará ao Brasil. Mas, na prática, isso significa que as ideias por trás dele serão implementadas por outros fabricantes, estes já estabelecidos por aqui. Nos Estados Unidos e no Canadá, as vendas oficiais começaram hoje (26), com valores a partir de US$ 899, conforme já anunciamos.