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Cientistas querem experiência compartilhada para a realidade virtual e aumentada

Por| 19 de Outubro de 2015 às 08h28

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Cientistas querem experiência compartilhada para a realidade virtual e aumentada
Cientistas querem experiência compartilhada para a realidade virtual e aumentada

A realidade virtual e a aumentada estão cada vez mais perto de nós. Projetos como o Oculus Rift e o PlayStation VR já têm data para chegar às lojas e o ambicioso HoloLens segue demonstrando as várias aplicações diferentes que pode oferecer. Contudo, em todas essas iniciativas, há um único "porém": a solidão.

Como toda a mágica depende dos óculos para acontecer, a pessoa que estiver usando o acessório vai ser a única a aproveitar o recurso. Basta ver que, nas conferências nas quais essas tecnologias são apresentadas, é preciso trazer uma câmera especial ou mesmo uma tela que demonstre o que o indivíduo está vendo para que ele não pareça tão patético se movendo sozinho no palco. Só que alguém está trabalhando em uma maneira de acabar com isso, transformando tudo isso em experiências conjuntas.

E a responsável por isso é a própria Microsoft. A empresa contratou um dos pioneiros nas pesquisas de realidade virtual, Jaron Lanier, para criar um modo que permita que várias pessoas possam compartilhar as mesmas experiências dentro da realidade virtual e aumentada. Não por acaso, o projeto foi batizado de Comradre, em uma brincadeira com a palavra "camarada".

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Segundo Lanier e sua equipe, embora seja uma ideia bastante ousada, o conceito de múltiplos indivíduos compartilhando o mesmo cenário não é tão complicado assim. No caso do VR, por exemplo, é apenas uma questão de sincronizar os vários óculos para fazer com que as pessoas vejam as mesmas coisas e ainda possam interagir entre si. Afinal, trata-se apenas de um ambiente digital e é fácil trabalhar com isso.

Por outro lado, a realidade aumentada acaba sendo um pouco mais complicada de trabalhar. Como a ideia é fazer com que objetos digitais apareçam em nosso mundo, eles precisam ser visualizados de diferentes ângulos e isso tornaria o uso compartilhado bem mais difícil. Os óculos precisariam reconhecer a distância relativa de cada pessoa em relação ao objeto, identificar movimentos e até fazer todas as variações caso alguém precise interagir com aquilo.

Isso significa que, no fim das contas, a realidade aumentada exige muito de uma tecnologia que ainda está dando seus primeiros passos. Porém, já há alguns experimentos para tentar tornar isso minimamente possível.

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Em um evento realizado no início de agosto, Jaron Lanier demonstrou um protótipo de óculos de realidade aumentada usado para testar os conceitos do Comradre. Batizado de Reality Mashers, o equipamento se comunica com os demais a partir de uma rede wireless local de baixa latência — o que ajudou a tornar possível a ideia da experiência compartilhada.

Segundo Lanier, sua equipe de mestres e doutores trabalhou em várias aplicações para o projeto para demonstrar como ele pode ser usado como uma ferramenta não apenas de produtividade, mas também social e na área de educação. E os resultados foram os mais variados possíveis.

O doutorando da universidade de Illinois, Victor Mateevitsi, apresentou um belo exemplo de como o Comradre pode nos deixar mais perto daquilo que o Homem de Ferro nos mostrou nos cinemas. A partir da realidade aumentada, ele apresentou um sistema em que as pessoas compartilhavam projeções de seu trabalho e permitiam que os outros usuários não apenas vissem aquilo, como também interagissem com as imagens, tornando tudo mais colaborativo e intuitivo.

Outro estudante demonstrou algo parecido. Andrzej Banburski, do Instituto Perimeter de Física Teórica, usou a tecnologia para trazer equações matemáticas para a realidade aumentada. Parece algo pouco útil, mas serve para que vários estudiosos possam trabalhar em conjunto e unir forças (e intelecto) para resolver algumas questões ainda pendentes.

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Isso sem falar das propostas mais lúdicas e que podem ganhar corpo no futuro quando aplicadas em jogos, talvez no próprio HoloLens. Um dos projetos, por exemplo, criava blocos digitais para que as crianças pudessem construir coisas, quase como um enorme LEGO virtual.

E o que mais impressiona em relação a tudo isso é que, além de ter desenvolvido todas essas tecnologias do zero, a equipe de Jaron Lanier fez isso em pouquíssimo tempo. Segundo ele, todas as demonstrações são resultado de apenas dois meses de trabalho — o que significa que, com o devido tempo e recursos, eles podem fazer muito mais para a tão desejada tecnologia.

Fonte: CNET, MIT Technology Review