Microsoft quer acelerar adoção da blockchain entre empresas
Por Felipe Demartini | 10 de Agosto de 2017 às 13h45
Tornar as empresas mais conectadas e seguras é uma das intenções da Microsoft com a Coco Framework, uma iniciativa em desenvolvimento que vai fomentar o uso da blockchain no mercado corporativo. Com lançamento previsto para 2018, a solução vem com o objetivo de tornar essa tecnologia mais rápida e, acima de tudo, segura, para construção de bancos de dados distribuídos.
No anúncio, feito nesta quinta-feira (10), a Microsoft explicou que a Coco – uma abreviação de Consórcio Confidencial, no termo em inglês – será a base de todas as implementações de blockchain para o mercado corporativo daqui em diante. Trabalhando lado a lado com os times do Azure, outra de suas tecnologias empresariais, a ideia da companhia de Redmond é “transformar a indústria”.
É uma ambição alta, que está de acordo com a empolgação cada vez maior do mercado com esse tipo de coisa. O sistema de blockchain é usado, hoje, principalmente, para regular as transações e criação de Bitcoins. O registro de atividades é compartilhado com todas as máquinas que fazem parte do processo e são comparadas frequentemente, como forma não apenas de rastrear os negócios, mas também para evitar fraudes e manipulação.
Por conta disso, o sistema ganhou a atenção de bancos e instituições financeiras, que confiam nesse método para reduzir o estresse de muitos de seus processos mais pesados. É justamente nisso que a Microsoft está de olho, fomentando a utilização da tecnologia de blockchain não apenas para esse setor, mas também para qualquer outra empresa que precise de aplicações de alta disponibilidade e com processamento de grandes volumes.
Entretanto, uma das maiores vantagens da tecnologia é também seu calcanhar de aquiles. Por compartilhar os registros com todos os participantes da rede, a tecnologia também acaba sendo pouco segura, principalmente quando falamos em dados confidenciais como os usados por bancos e instituições financeiras. É justamente aí que se concentra o trabalho de tais companhias, e agora, também da Microsoft.
A Coco Framework permite que administradores controlem o fluxo de dados e limitem exatamente quem pode ver o que. Isso acontece sem que o sistema, como um todo, fique mais lento ou menos confiável, sendo capaz de processar cerca de 1.600 transações por segundo.
Desenvolvida em parceria com a Intel e compatível com todos os tipos de blockchains disponíveis no mercado, a tecnologia deve ser liberada de graça, pelo menos inicialmente, como forma de fomentar sua aplicação prática e a localização dos pontos onde melhorias são necessárias. Além disso, claro, é uma forma de atrair mais corporações para o ecossistema Azure, esse sim, pago.
Ao anunciar a iniciativa, a Microsoft também revelou alguns dos nomes que já estão nesse barco. De acordo com a empresa, nomes como JPMorgan Chase & Co, Corda, Quorum e o consórcio de bancos R3, além da própria Intel, estão entre as primeiras empresas dispostas a aplicar a Coco Framework em seus processos.
Fonte: Reuters