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A ascensão e consolidação dos containers

Por| 06 de Fevereiro de 2019 às 09h59

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A ascensão e consolidação dos containers
A ascensão e consolidação dos containers

O ano de 2019 será bastante especial na história de uma tecnologia muito importante na jornada das empresas pela transformação digital. Ele marca a consolidação da tecnologia dos containers, logo após alguns anos de experimentação e consolidação. Esse movimento vai ao encontro de boa parte do que falei a respeito dessa tecnologia até hoje. Ao que tudo indica, veremos nos próximos meses a consolidação dessa tecnologia que está efetivamente entrando em todas as verticais dos negócios. E não é por acaso!

Os Containers conseguem encapsular microsserviços e isolá-los do processamento, memória RAM, disco e rede, propiciando desenvolvimento e infraestrutura ágeis. Na prática, a escalabilidade horizontal e a elasticidade com os Containers fazem com que o serviço continue estável e funcionando adequadamente mesmo se houver uma explosão de acessos, realidade que pode acontecer a qualquer momento, em se tratando de negócios baseados na internet, como é o caso de mobile banking, e-commerce e qualquer serviço por aplicativo móvel: de entrega de refeições a transporte.

Entre os principais fornecedores de serviços na nuvem, Amazon, Microsoft, Google e IBM, a primeira a despontar por investir fortemente em tecnologia para atender a necessidade interna com o comércio online foi a Amazon. Sua ideia de utilizar a expertise obtida com a loja Amazon e lançar o que hoje consideramos a referência em Cloud se revelou um novo mercado, o de fornecer a Infraestrutura como serviço (IaaS) e, a partir disso, incessantemente, lançar novos serviços de cloud computing, expandindo usa Plataforma como serviço (PaaS). A partir da locação de processamento, armazenamento, bancos de dados e ferramentas de conectividade, oferecer um ambiente para o desenvolvimento de aplicações se tornou um negócio multibilionário. Empresas como Netflix e Instagram armazenam e operam seus filmes e fotos em nuvens públicas. Até mesmo o serviço de inteligência dos Estados Unidos, a CIA, usa a nuvem pública para gerenciar parte de seus dados. Quase todos os apps que acessamos diariamente rodam, sem que saibamos, nas principais nuvens públicas.

Usufruindo de inovações no momento em que elas surgem

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Os Containers permitem desenvolver de maneira mais ágil e ter mais controle, além de abrir mais as possibilidades de outros frameworks de desenvolvimento. A partir desses frameworks, o pessoal de operações cria catálogos e as empresas criam processos para continuar evoluindo essas estruturas conforme elas vão surgindo. Ter uma plataforma que permita usufruir de inovações no momento em que surgem é uma grande vantagem competitiva. E os Containers são a maneira de fazer isso acontecer, a opção para criar novas ideias.

Os negócios estão sempre buscando lançar e disponibilizar mais serviços e novos modelos comerciais no mercado. Para isso é necessário ter um time de desenvolvimento interno, e uma visão cada vez mais clara daquilo que se deve buscar fora. É o caso das ferramentas de infraestrutura, como os containers, que contam com milhares de pessoas focadas em sua evolução e desenvolvimento. Quando falamos em diferencial, cada negócio tem a sua aposta. Os Containers são apenas a forma de implementá-lo no mercado.

Algumas empresas se deram conta de que os Containers são uma ferramenta bastante eficaz para alguns nichos, especialmente as de telecomunicações. Em 2019, essas mesmas companhias deverão perceber que a estrutura como serviço não é por si só responsável por toda a operação, ou a “salvadora da pátria”. Afinal de contas, são os Containers que proporcionam alta escalabilidade, a possibilidade de utilizar nuvem híbrida (conseguir abstrair as tecnologias proprietárias que cada nuvem pública tem e não ficar “preso” ao fornecedor de infraestrutura de cloud), e fazer o uso efetivo desses recursos quando necessário. Assim, os Containers conquistaram enorme sucesso de implementação.

Para 2019, as telcos devem continuar partindo para a implementação de infraestrutura como serviço, já que estão se preparando para o advento do 5G, que promete ser o novo patamar para uma série de serviços que as operadoras estão brigando para ofertar antes: grandes velocidades de transmissão, a ascensão da internet das coisas (IoT), controle do QoS, e a conectividade necessária para carros autônomos e realidade aumentada. Neste sentido, o Openstack entra como uma das principais soluções para conseguir implementar essas novas tecnologias de comunicação, uma vez que traz funções de rede baseadas em software. Este é o ano em que começaremos a ver operadoras implementando NFV (Network Functions Virtualization, na sigla em inglês), ou seja, funções de rede baseadas em software.

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Será o momento de se livrar dos appliances proprietários e dos padrões de mercado operando redes. Como é preciso reduzir custos e aumentar a velocidade para implementar novas funções e serviços a partir da mesma estrutura, contar com uma opção superversátil, que valha para todas as verticais, inclusive telecomunicações, é imprescindível.

Corrida pelo 5G

Os Containers terão um papel-chave na implementação da quinta geração da internet móvel, a conexão 5G, devido às vantagens já demonstradas. Os principais fatores são custo e time to market, ou seja, a capacidade de reagir mais rápido às demandas do mercado contra novos entrantes com alto potencial de dominação. Desta forma, as telcos deverão continuar tirando proveito das NFVs via OpenStack como uma infraestrutura programável e utilizar uma plataforma de containers em todos os ambientes que exigem desenvolvimento e alta-escalabilidade.

As grandes fornecedoras de infraestrutura para as redes 5G estão em uma disputa acirrada ao redor do mundo para implementar a sua versão da tecnologia, que promete velocidades de dados significativamente mais rápidas e mais capacidade para dispositivos conectados. Contudo, os EUA alertaram outros países contra o uso de equipamentos de telecomunicações de origem chinesa, devido a preocupações com espionagem e segurança. E antes dessa advertência, a Austrália também já havia banido algumas marcas, como a Huawei, da lista de fornecedores para sua futura rede 5G. É uma briga que envolve grandes players e estão atrás de mais de 10 trilhões de dólares de oportunidades que o 5G deve trazer de acordo com as previsões de analistas de mercado.

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Foco no core business

Todas empresas, sejam startups ou grandes corporações, já entenderam que, para se manterem relevantes no mercado, precisam oferecer novos serviços baseados em tecnologia – e a tecnologia de container, baseada em Open Source é a única força tecnológica capaz de inovar na velocidade e alcance dos negócios digitais. Estamos vendo um foco grande no desenvolvimento interno. Não o desenvolvimento de infraestrutura, onde fabricantes de software dedicam milhares de desenvolvedores para manter a tecnologia atualizada conforme os novos padrões que estão surgindo. O que faz sentido é criar aplicativos que trazem diferenciais competitivos ao mercado, e focar no seu core business. Quem tem consciência de que precisa evoluir rápido sabe que vale a pena deixar a parte de fornecimento de estrutura aos fabricantes e, se quer uma função específica para sua empresa o Open Source permite trabalhar de duas maneiras: submeter uma RFE (request for enhancement) que no caso dos fabricantes de Open Source são levados em conta com muita seriedade, ou contribuir diretamente no projeto upstream do produto, ajudando o mercado e a si mesmo. E se você já pode contar com meios de evoluir mais rapidamente, a dica de ouro é não gastar recursos e pessoas naquilo que não é a alma do seu negócio.