Você tende a ouvir apenas o que quer e ignora o resto, aponta estudo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 15 de Setembro de 2021 às 08h15
As pessoas tendem a dar ouvidos ao que querem, e a ignorar aquilo que não lhes é conveniente e que preferem que não seja verdade. Pelo menos, é isso o que afirma um estudo da Universidade de Oxford.
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Segundo esse artigo, pessoas com ideias semelhantes tendem a tornar-se mais tendenciosas quando trocam crenças umas com as outras. As crenças motivadas (e o raciocínio que leva a elas) podem gerar tendências sérias, uma vez que têm sido especuladas para explicar a proliferação de desinformação em fóruns online.
Os pesquisadores usaram experimentos de laboratório para estudar se esses preconceitos nas crenças se tornavam mais graves quando as pessoas trocavam essas pensamentos umas com as outras. A equipe comparou os indivíduos com base em sua pontuação em um teste de QI, de modo que ambos os membros tiveram pontuações acima da mediana ou ambos tiveram pontuações abaixo da mediana. Os sujeitos então trocaram crenças sobre uma proposição que ambos queriam acreditar ser verdadeira: que eles estavam no grupo de QI alto.
O experimento revelou que as pessoas pessimistas por estarem no grupo de QI alto tendem a se tornar significativamente mais otimistas quando comparadas a uma contraparte mais otimista. Uma pessoa otimista, entretanto, provavelmente não mudará suas crenças se combinada com uma contraparte mais pessimista. O efeito se mostrou forte para pessoas que estão no grupo de QI baixo, o qual produz tendências mais severas. No geral, os resultados sugerem que a amplificação dessa tendência ocorre porque as pessoas, seletivamente, atribuem maior valor informativo aos sinais sociais que reforçam sua motivação pré-existente para acreditar.
No meio do experimento, quando os pesquisadores ofereceram aos participantes informações imparciais sobre em qual grupo estavam, os preconceitos foram automaticamente removidos, pois não havia tendência que fizesse uma pessoa acreditar mais em uma determinada crença. Dessa forma, os resultados sugerem que fontes de comunicação confiáveis e imparciais podem impactar positivamente as pessoas em diversos cenários, desde o mercado financeiro até, por exemplo, as chamadas "câmaras de eco", em que pessoas tendem a se aproximar apenas daquelas que possuem ideologias similares, algo recorrente nas redes sociais. O estudo completo pode ser acessado aqui.
Fonte: Phys.org