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O que a ciência tem a dizer sobre experiências de quase morte

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Outubro de 2021 às 16h04

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stokkete/envato
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No último dia 22, contamos a história de uma mulher de Baltimore (EUA) chamada Kathy Patten passou por uma experiência simplesmente inusitada: foi considerada morta por aproximadamente 45 minutos após uma parada cardíaca, e então voltou à vida, após manobras médicas de ressuscitação. Mas o que a ciência tem a dizer sobre essas experiências de quase morte?

Essas experiências são mais comuns em pacientes que sobrevivem a traumatismo cranioencefálico grave ou parada cardíaca, e implicam em "condições nas quais você morreria e permaneceria morto, a menos que alguém instituísse procedimentos médicos de emergência para ajudá-lo”, segundo os especialistas da área da saúde.

Na visão dos especialistas, as experiências de quase morte (EQM) podem provocar grandes mudanças psicológicas, como empatia intensificada e menos preocupação com a riqueza ou o status social. Além disso, simplesmente saber sobre elas pode desencadear mudanças no comportamento. Pesquisas apontam que alunos que estudaram esse tipo de experiência tiveram uma tendência maior a desempenhar ações altruístas.

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No entanto, nem todas as EQMs são positivas. Algumas podem ser profundamente perturbadoras, dominadas por sentimentos de terror, isolamento e agonia, podendo desencadear sintomas de estresse pós-traumático e causar grandes inquietações.

Sob as lentes da psicologia, biologia e neurociência, uma explicação para as semelhanças nos relatos dessas experiências é que quando estamos em uma situação que parece que pode levar à nossa morte, a bioquímica e a neurofisiologia interagem com a nossa psicologia de maneiras complexas para produzir reações semelhantes.

EQM e neurociência

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Segundo Kevin Nelson, neurologista da University of Kentucky Medical Center, as experiências de quase morte podem ser encaixadas perfeitamente em uma estrutura neurocientífica,  e muitas de suas características podem ser acionadas por situações em que a vida de alguém não está em perigo. A  experiência de desmaio, aliás, pode gerar efeitos semelhantes.

Cientificamente falando, Nelson afirma que a sensação "mística" que se tem com a experiência de quase morte pode ser explicada por uma mudança repentina entre os diferentes estados de consciência. Em certas situações de crise, como uma parada cardíaca, há uma mistura de REM (uma fase de sono que se caracteriza por movimentos oculares rápidos, sonhos vívidos, movimentos musculares involuntários) e consciência desperta, o que explicaria os relatos de algumas pessoas sobre EQM.

Fonte: Discover Magazine