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Caso de menina estuprada no RJ gera comoção e revolta nas redes sociais

Por| 27 de Maio de 2016 às 11h30

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O Globo
O Globo

O caso da adolescente de 16 anos que foi vítima de um estupro coletivo em uma comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro, e que teve imagens divulgadas na internet, tem inundado as redes sociais com mensagens de apoio e solidariedade à jovem, além de postagens de revolta sobre o ocorrido.

Desde o início da semana, milhares de pessoas usaram o Facebook e o Twitter para mostrar sua indignação quanto ao caso e lutar pelo fim da cultura de estupro. "Eu não estou nem um pouco surpresa. Acontece todos os dias. (...) Esse é um crime que deve ser esclarecido, punido e que a vítima receba todo o apoio e tratamentos necessários", escreveu a usuária Renata Corrêa.

"A gente enfatiza os aspectos mais 'leves' e usuais da cultura do estupro - as cantadas na rua, a relativização do 'não' - para mostrar que ela existe, que é cotidiana e compartilhada por todos. Mas a brutalidade também é corriqueira. Violência sexual é fetiche. Esses 30 estupradores não são monstros, são crias perfeitas da nossa cultura", disse Janaina Abílio em seu perfil.

"Quando uma mulher está sozinha andando na rua à noite, a melhor coisa que pode acontecer é que ela continue sozinha. Ser mulher nunca foi fácil, mas ultimamente parece castigo", comentou a usuária Sônia Inácio.

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"Somos quebradas, desmontadas e refeitas, criadas para ser de um jeito X. Para servir, para ser bonitas, para casar, para ser mães e, para cumprir esse objetivo, todas as nossas forças psíquicas são minadas desde tempos imemoriais. (...) Eu estou completamente perturbada pelos últimos acontecimentos e não vou mais passar pano para piadinha machista, não vou mais dar sorrisinho amarelo", afirmou Chloé Pinheiro.

Enquanto isso, o Twitter tem sido bombardeado com mensagens de repúdio ao caso. A rede social amanheceu esta sexta-feira (27) com a hashtag #EstuproNaoÉCulpaDaVítima no Trending Topics mundial. Até o fechamento desta nota, o tópico registrava cerca de 45 mil menções no site.

Tanto no Twitter quanto no Facebook, muitos usuários mudaram suas fotos de perfis como forma de protesto. Através do Twibbon, uma plataforma que modifica seu avatar para manifestações online, mais de 448 mil pessoas modificaram suas fotos com a frase "Eu luto pelo fim da cultura de estupro", e dezenas de eventos que reforçam essa posição já foram criados para a semana que vem em várias capitais do Brasil.

A presidenta afastada, Dilma Rousseff, também alterou sua foto de perfil e disse que "é inaceitável que crimes como esses continuem a acontecer". "Presto minha total solidariedade à jovem, menor de idade, estuprada por vários homens no Rio de Janeiro. Mais uma vez reafirmo meu repúdio à violência contra as mulheres. Precisamos combater, denunciar e punir este crime", escreveu Dilma em suas redes sociais.

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Veja abaixo algumas mensagens de apoio ao caso:

Uma menina foi violentada por 30 homens,e nos mulheres o que fizemos sobre isso?#EstuproNãoéCulpaDaVitima pic.twitter.com/cmxNZm4IZC — Luciana Santos (@Luciana2879) 26 de maio de 2016
Um gráfico para esclarecer algumas questões sobre estupro. pic.twitter.com/FOzy49n5Dd — Thiago • snap: p_thi (@thiago_p) 27 de maio de 2016
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NÃO JULGUE UMA MULHER PELA ROUPA QUE ELA USA...JULGUE O MONSTRO QUE PRÁTICA ESSE CRIME #EstuproNaoÉCulpaDaVitima pic.twitter.com/q8abe7fW9m — Marina Andrade (@marinandrade19) 27 de maio de 2016
Antes de ensinaram as mulheres como se vestir, ensinem os homens como respeitar! #EstuproNaoÉCulpaDaVitima pic.twitter.com/juy2MtR30k — Sra.santana (@KailaneSatiro) 27 de maio de 2016
"Nós" somos os diabos... E o inferno é aqui!#EstuproNãoÉCulpaDaVitima pic.twitter.com/EBCemRSzIe — Sra. Bieber (@PutsBah) 27 de maio de 2016

Entenda o caso

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O crime aconteceu no último sábado (21). Segundo o depoimento da vítima a policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Polícia Civil do Rio, ela foi visitar o namorado no Morro do Barão, na Praça Seca. Ela se lembra de estar a sós na casa dele, mas disse ter acordado no dia seguinte, "dopada e nua", em uma casa desconhecida, cercada por 33 homens armados com fuzis e pistolas.

A adolescente ainda afirmou que, depois de acordar, vestiu roupas masculinas e pegou um táxi para casa, no bairro da Taquara, também na Zona Oeste carioca. Na terça-feira (24), a menina soube que um vídeo com imagens suas depois do estupro havia sido divulgado nas redes sociais e em sites de relacionamentos. No mesmo dia, usuários que tiveram acesso a esse conteúdo postaram mensagens de repúdio ao caso.

De acordo com os investigadores, quatro homens envolvidos no crime já foram identificados e tiveram a prisão preventiva decretada. Um deles é Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, com quem a jovem tinha um relacionamento há três anos; Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos; Michel Brazil da Silva, de 20; e Raphael Assis Duarte Belo, de 41.

Nesta quinta-feira (26), a adolescente foi ao médico e tomou um coquetel para evitar doenças sexualmente transmissíveis. A Secretaria Municipal de Saúde disse que ela vai ter acompanhamento psicológico.

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Com informações do G1 e UOL