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Capa da nova Playboy "sem nudes" faz menção a selfies e Snapchat

Por| 05 de Fevereiro de 2016 às 13h09

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Uma nova era está prestes a começar na revista masculina mais famosa do mundo, a Playboy, que divulgou nesta quinta-feira (4) uma prévia de como será sua primeira edição sem mulheres nuas. Só que, ironicamente, a capa faz menção a um dos aplicativos mais populares do momento — e bastante usado para o envio dos famosos "nudes": o Snapchat.

Com lançamento previsto para março, a nova Playboy traz na capa uma tarja cinza com os dizeres "heyyy ;)", escritos com o icônico texto do app de vídeos que se autodestroem. A escolhida para estampar a publicação é a modelo norte-americana Sarah McDaniel, que ganhou fama em outubro do ano passado por conta de suas selfies no Instagram. Ela também chama atenção por ser portadora de heterocromia, uma anomalia genética que faz com que ela tenha um olho de cada cor.

As influências aos aplicativos de internet não são o único motivo que motivaram a Playboy na criação de sua primeira capa sem nudismo explícito. De acordo com pesquisas feitas pela própria publicação, o público atual da revista é composto principalmente de jovens entre 18 e 24 anos — justamente a faixa etária que mais registra autorretratos e utiliza serviços como o Snapchat. Logo, faz todo o sentido apostar nesse segmento para tentar atrair um público maior e com menos idade.

O New York Times, que obteve uma cópia antecipada da edição de março de 2016, afirma que ainda há mulheres nuas na revista, mas sem o apelo sexual das edições anteriores. O jornal alega que as fotografias agora estão bem mais naturais, sem muitos efeitos de luz ou Photoshop e com um resultado final mais espontâneo.

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Em um comunicado enviado à imprensa, McDaniel disse que a ideia de seu ensaio foi explorar sua beleza da forma mais intimista possível, passando ao leitor a impressão de que, ao olhar para as fotos, ele se sinta como se estivesse apreciando fotos sensuas da própria namorada. Além dela, a próxima Playboy terá em suas páginas Dree Hemingway, filha de Mariel Hemingway (que posou para a revista em 1982), e a modelo Myla Dalbesio. Seus ensaios também terão um cunho menos erótico e mais provocativo.

De acordo com o CEO da Playboy, Scott Flanders, a decisão em parar de publicar fotos explícitas se dá pelo aumento de conteúdo pornográfico na internet. O anúncio aconteceu no ano passado, quando a companhia confirmou que as mudanças valeriam a partir de março de 2016.

E no Brasil?

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A PBB Entertainment, nova responsável pela Playboy no Brasil, ainda não confirmou se a revista seguirá os mesmos moldes da versão vendida nos Estados Unidos. No entanto, tudo indica que a companhia adotará a mesma estratégia, já que a a publicação quer dar mais autonomia às mulheres que aceitarem posar para revista — e consequentemente dar a elas o poder de escolha se saem ou não completamente nuas.

A atriz Luana Piovani foi escolhida para estampar a capa da nova Playboy no país. Segundo ela, "hoje a revista convida as mulheres para fazerem o ensaio e elas fazem da forma que querem e mostram o que querem". "E é para isso que estamos lutando. Porque o corpo é nosso e fazemos com ele o que queremos. Quem quiser posar nua, posa. Eu, por exemplo, quero. Mas cada uma que for convidada vai mostrar o que quiser. Agora nada é obrigatório", disse.

André Sanseverino, publisher da revista, afirmou que a nova Playboy tem como um de seus pilares a valorização da mulher. "A nudez irá sempre existir. O que muda é o tom e a maneira de olhar para essa estrela da capa. (...) As mulheres vão se despir como e o quanto quiserem", declarou.

A revista chega às bancas em abril.

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Fontes: The New York Times, New York Daily News, O Estado de S. Paulo