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Algoritmo detecta pessoas com depressão com base em fotos no Instagram

Por| 24 de Agosto de 2016 às 19h36

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O comportamento nas redes sociais e todas as ferramentas utilizadas podem dizer muito mais do que traços objetivos como opiniões expressadas e posicionamento político. Um estudo realizado nas Universidades de Harvard e Vermont revelou que há uma forte relação entre as fotos publicadas no Instagram e a saúde mental dos usuários com base nas cores escolhidas. A correspondência é tão significativa que os pesquisadores desenvolveram um algoritmo que pode ser usado para detectar precocemente doenças mentais.

Os cientistas Andrew Reece e Chris Danforth convidaram 500 pessoas da Amazon para o estudo, que começou com um questionário clínico sobre depressão seguido por uma solicitação de acesso às contas no Instagram. Apenas 166 pessoas concordaram em compartilhar suas fotos e, destas, 70 já demonstravam sintomas de depressão a partir do questionário.

A dupla reuniu cerca de 44 mil fotografias para análise. O estudo foi feito com base nas últimas 100 imagens postadas pelas pessoas consideradas saudáveis e, dos portadores de depressão, as 100 postagens que antecediam o diagnóstico do transtorno. Diferentes grupos de participantes classificaram as fotos com critérios como predominância de cores, saturação, contraste e número de rostos visíveis, além de interações nos comentários.

O procedimento classificatório adotado se mostrou bastante preciso na previsão de quais usuários eram clinicamente depressivos. Segundo Reece e Danforth, pessoas com depressão tendem a postar fotos com predominância de paletas azuis, pretas e cinzas e recebem menos curtidas do que indivíduos saudáveis. Os filtros preferidos entre os primeiros é o monocromático Inkwell, enquanto nos últimos o favorito é o Valencia, que clareia e suaviza as cores.

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Reece e Danforth observaram que o que pode parecer óbvio é, na verdade, equivocado. Fotografias que participantes classificaram como felizes ou tristes tinham pouca relação com depressão. Indivíduos depressivos registraram ainda um maior número de fotos com rostos, os deles, sugerindo que o transtorno pode estar associado ao uso excessivo de selfies. Os pesquisadores destacaram que pessoas depressivas tendem a usar uma linguagem mais focada neles mesmos, e isso pode se estender às imagens.

Ao aplicarem o procedimento em outro grupo de indivíduos, a margem de acerto foi de 70%, considerada elevada e mais eficiente que muitas avaliações clínicas. Os resultados reforçam a ideia de que alterações psicológicas são transmitidas não apenas nas relações sociais reais, mas também na virtualidade das redes sociais, o que torna possível a identificação via computação e machine learning.

Se a depressão é considerada o "mal do século" por alguns especialistas, é fundamental aprofundar o conhecimento sobre ela e identificar suas novas relações e desdobramentos. O auxílio da tecnologia na identificação precoce de condições "invisíveis" como os transtornos psicológicos poderá ser, num futuro próximo, um grande diferencial no tratamento delas.

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Fonte Geek