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A importância da complementaridade: integrando humanos e agentes de IA

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Pexels/cottonbro
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No último artigo que publiquei em minha coluna no Canaltech, discorri sobre o avanço dos agentes autônomos no mercado, dentro de um cenário que tem apresentado grandes e importantes evoluções de ferramentas e sistemas baseados em inteligência artificial.

Em um mundo tecnológico, habilidades humanas destravam o sucesso

Nesse contexto, é importante ressaltarmos novamente que, em comparação com modelos como o ChatGPT, agentes autônomos se diferenciam não só pela sua capacidade de aprender a partir de dados, mas também de tomar decisões e realizar ações por si só — sem a necessidade de intervenção humana adicional.

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Assim, como uma continuação dos assuntos que tenho trazido nesta coluna, no artigo de hoje vou explorar como a integração e, mais importante, a complementaridade entre humanos e agentes de IA traz impactos em termos de gestão e liderança nas empresas. 

Boa leitura!

Integração entre humano e máquina: uma relação complementar

Desde que os temas relacionados à automação e robotização se tornaram corriqueiros nos corredores corporativos, boa parte dessa discussão tem se centralizado na questão humano versus máquina — e, sobretudo, em que momento os robôs irão nos substituir em nossos postos.

Eu, particularmente, parto de uma perspectiva diferente, quase diametralmente oposta: entendo que humanos e máquinas não só devem trabalhar conjuntamente, como podem atingir seu máximo potencial a partir dessa integração. Consequentemente, pode ser de grande valor para as empresas o entendimento de como isso pode funcionar.

Em primeiro lugar, para companhias que buscam um modelo AI-first, é essencial entender essa interação como uma questão de estratégia e de cultura para a organização. E essa visão acerca dessa colaboração está longe de ser inédita ou revolucionária.

Benefícios

Seis anos atrás, no já longínquo ano de 2018 – ou seja, antes do hype e da espuma em torno da IA generativa dar seus primeiros sinais —, o mercado já estava percebendo os benefícios dessa cooperação.

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De acordo com um estudo realizado pela Harvard Business Review, à época, empresas já obtinham melhoras significativas de desempenho quando humanos e máquinas trabalhavam juntos.

Isso porque, por meio de uma inteligência colaborativa, ambas as partes aprimoravam forças complementares uma da outra: a liderança, a criatividade, o trabalho em equipe e as habilidades sociais por parte dos humanos, e a velocidade, escalabilidade e capacidades quantitativas das máquinas.

Portanto, para que se possa tirar o máximo potencial dessa integração, as empresas devem entender como essas duas figuras podem ser e são complementares entre si, de modo que aprimorem seus próprios processos mutuamente, também em benefício da estratégia do negócio.

Colaboração (“cobotização”) ou automação?

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Levando-se em consideração as circunstâncias do mundo atual, um dos principais pontos dessa discussão diz respeito à utilização de dados, processo que pode ser beneficiado — e muito — por essa colaboração.

Um exemplo claro disso reside na condução de processos como o de interpretação de dados acompanhada de análises preditivas e de risco, e da geração de dados sintéticos, por exemplo.

Nesses casos, o valor da inteligência artificial não está somente na automação de tarefas, mas sobretudo na capacitação de profissionais humanos a partir da oferta de dados mais precisos para a tomada de decisões — sobretudo no que diz respeito a questões futuras, como é o caso das análises preditivas.

Dentro desse contexto, inclusive, podemos reforçar a diferenciação entre conceitos irmãos: “cobotização” e automação. O primeiro, de certa forma, consiste na situação apresentada acima: a integração de robôs e humanos, de modo que haja a complementaridade entre as habilidades, conforme apresentei nos parágrafos acima.

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A automação, por sua vez, representa o uso de tecnologias de modo que seja possível realizar tarefas sem intervenção humana, ou seja, a substituição do trabalho do humano pelo trabalho realizado pela máquina.

Desafios e novas perspectivas

Naturalmente, novas oportunidades de otimização e remodelação de processos trazem consigo desafios para o mercado – que deve se preparar e se adaptar para que possa responder de modo exitoso. 

Conforme apontei anteriormente, a construção de uma empresa híbrida parte não só de uma questão estratégica, mas também cultural.

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Nesse sentido, é fundamental que as organizações preparem seus líderes de maneira que estes estejam prontos para lidar com as dinâmicas inerentes à relação humano-máquina, que podem, muitas vezes, ser inéditas na grande maioria das companhias — e diferentes das encontradas na relação humano-humano.

Assim, esse possível novo formato de equipes irá exigir líderes que possam alinhar as duas partes, justamente para que possam colher os frutos dessa complementaridade tantas vezes citadas neste artigo.

Por fim, será mais do que necessário que as empresas criem e implementem políticas e práticas a fim de garantir o uso responsável e justo da inteligência artificial e a promoção de um equilíbrio entre inovação tecnológica e a devida proteção de direitos e interesses humanos.