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Trailer: a linha tênue entre instigar e atrapalhar uma produção

Por| 29 de Março de 2016 às 10h15

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Trailer: a linha tênue entre instigar e atrapalhar uma produção
Trailer: a linha tênue entre instigar e atrapalhar uma produção

Uma das formas mais comuns e eficientes de se vender um filme ou série é por meio de seu trailer. Um blockbuster pode chamar a atenção do grande público e tornar-se um dos assuntos mais comentados da semana, atingindo pessoas que nem sabiam ou se interessavam por tal produção. O mesmo pode acontecer com longas de baixo orçamento que precisam ganhar algum destaque para ser conhecido. Entretanto, a tática torna-se uma faca de dois gumes quando o vídeo ultrapassa a linha tênue de instigar o espectador e acaba entregando algo que não deveria da trama.

Muitos filmes possuem trailers com narrativas diferentes para conquistar seu público-alvo. Alguns aproveitam o apelo saudosista quando a produção já tem fãs de longa data, enquanto outros tentam enfatizar algo ou alguém que é adorado pela grande massa. Além disso, apresentar um pouco da proposta do filme ou de sua trama é o mínimo para que o espectador tenha noção daquilo que a produção trata.

Pense no quão relevante para promover Capitão América: Guerra Civil foi a aparição do Homem-Aranha no trailer. O personagem foi a captura de tela da maioria dos textos que circularam pela Internet na mesma semana de divulgação do trailer, como se o longa o tivesse no papel de protagonista. Mesmo que talvez entregue um pouco mais da trama do que era necessário, o vídeo fez com que o filme ganhasse muito mais destaque do que tinha anteriormente, algo que garante uma bilheteria ainda maior para a produção.

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Não é só a Marvel Studios que avalia a visão mercadológica do trailer para tentar atingir o público. A Warner também enxergou as críticas que o segundo trailer de Batman vs Superman: A Origem da Justiça recebeu por entregar a trama do filme, com direito a revelação do Apocalipse, e em seguida fez um que trabalharia melhor o personagem do Homem-Morcego, mostraria boas cenas de ação do personagem e um momento importante do confronto com o herói kriptoniano. Veja os dois abaixo e perceba como a narrativa de cada um dos vídeos é diferente.

A revelação do Apocalipse ser a grande ameaça que uniria a Trindade não é determinante para você não assistir ao filme, mas seria uma revelação muito mais interessante se ninguém a conhecesse antes e tivesse essa surpresa na sessão. Entretanto, os estúdios preferem que o público esteja ciente do que esperar do longa e assim tenha interesse em vê-lo.

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Produções que não possuem tanto reconhecimento pela imprensa nem uma legião de fãs costumam usar trailers mais enigmáticos para chamar atenção e ganhar público. Rua Cloverfield, 10 é um exemplo claro disso, mesmo que esteja relacionado ao primeiro longa desse universo. Não havia nada sobre o longa até o lançamento do primeiro trailer em pleno Super Bowl, nada mais propício para chamar atenção do público. Com um clima enigmático, tenso e cenas que não especificam a trama, o vídeo se preocupa apenas em instigar o espectador.

Entretanto, alguns trailers falham drasticamente, como o de Exterminador do Futuro: Gênesis. Mostrar um plot twist da trama é algo que definitivamente não deveria aparecer em nenhum trailer. Além disso, a franquia já tem uma grande quantia de fãs, então usar uma cena que é tão determinante para a história e que desagrada fãs antigos é um tiro no pé. Isto fez com que o longa fosse mal recebido e sua continuação quase foi cancelada.

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Seja com um vídeo que use bem a trilha sonora com anti-heróis malucos, ao mostrar o personagem tão esperado para uma nova sequência de filmes ou ao apenas criar indagações do que está por vir, um bom trailer não entrega a experiência máxima que o espectador terá no cinema. Ao invés disso, ele deve apenas vender seu peixe sem estragá-lo antecipadamente, ainda mais quando é a milésima vez que algo novo sobre o longa é divulgada. Mas, mais importante do que tudo isso, não é porque alguns minutos da obra funcionam no trailer que o produto final seja bom, não é mesmo, Homem de Ferro 3?