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Star Trek: Sem Fronteiras é um dos grandes acertos do cinema em 2016

Por| 31 de Agosto de 2016 às 16h25

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Star Trek: Sem Fronteiras é um dos grandes acertos do cinema em 2016
Star Trek: Sem Fronteiras é um dos grandes acertos do cinema em 2016

Star Trek: Sem Fronteiras chegou aos cinemas americanos em 22 de julho, muito antes de Brasil, diversos países da América Latina e China. No Japão, a produção só dá as caras nas telonas em Outubro. Em compensação ao pouco marketing que o longa teve, ele é um dos blockbusters mais bem resolvidos de 2016 ao desenvolver história e personagens. Com Simon Pegg assumindo o roteiro e Justin Lin, mais conhecido pelos trabalhos em Velozes e Furiosos, na direção, a tropa comandada por Kirk é uma combinação eficiente de ficção científica e ação.

Na trama, a frota da USS Enterprise continua a explorar os limites do espaço e realizar as missões em nome da Federação. Ao receber uma chamada para resgatar uma raça alienígena que está sendo atacada, o Capitão Kirk (Chris Pine) e sua tropa se dirigem ao local. Porém, um inimigo espera por eles e agora precisam sobreviver à ameaça num planeta desconhecido.

Simon Pegg (Montgomery Scott) é normalmente reconhecido como um dos nerds mais respeitados de Hollywood. Aqui ele dá uma bela demonstração disso ao dar vida a um roteiro que exemplifica o cerne da franquia Star Trek. Ao contrário do que houve em Além da Escuridão, que se focou bastante em Kirk e Spock (Zachary Quinto) ao basicamente recontar o clássico A Ira de Khan, dessa vez todos os personagens importantes da Enterprise têm espaço de tela o suficiente para serem bem desenvolvidos. Em compensação, enquanto os aventureiros espaciais evoluem durante a história, o vilão Krall (Idris Elba) só ganha a profundidade necessária no terceiro ato do longa, o que já é tarde demais para o telespectador se importar com ele.

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Star Trek é um grande símbolo por ter abraçado as minorias durante a década de 60. Sem Fronteiras mantém isso vivo da melhor forma possível. São três personagens femininas fortes e relevantes para a trama, além de uma cena encantadora para detalhar que o Sulu (John Cho) dos cinemas é homossexual, mesmo que isso desagrade George Takei, o intérprete original do personagem.

Enquanto J.J. Abrams era o diretor responsável pelos dois longas antecessores de Sem Fronteiras, aqui ele é apenas produtor. Entretanto, Justin Lin consegue respeitar o cânone da franquia enquanto grava suas cenas de ação mirabolantes. Conhecido por reformular Velozes e Furiosos, ele dá leves pitadas do que fez nos longas de perseguição automobilísticas ao trabalhar com pequenos núcleos de atores e criar combates mirabolantes. Nas lutas mais contidas do segundo ato, não há tanto encanto quanto a primeira e a última da produção. Lin precisa de grandiosidade para gerar impacto e consegue com maestria ao mostrar a Enterprise sendo atacada por todos os ângulos possíveis. Você cria uma conexão pela nave e com o que ela significa, o que torna ainda mais doloroso vê-la em condições tão críticas.

Assim como nos outros filmes, o visual é um dos pontos fortes. Mesmo quando o confronto espacial envolve milhares de naves ao mesmo tempo na tela, é fácil de compreender o que acontece e a beleza que envolve a Enterprise não perde o encanto. A maquiagem para criar as raças que estão inseridas na Federação ou recém conhecidas pelos membros da Enterprise se misturam muito bem com os efeitos especiais. A atriz Sofia Boutella fica praticamente irreconhecível como Jaylah, mas ainda consegue demonstrar expressão com facilidade, algo que infelizmente não ocorre com o vilão Krall, que tem um rosto tão monstruoso que gera um pouco de desconforto por se parecer apenas um lagarto com feição genérica.

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Com fan services respeitosos à franquia e aos atores falecidos recentemente, Leonard Nimoy e Anton Yelchin, Star Trek: Sem Fronteiras consegue ser novamente um símbolo de boas histórias com subtexto inteligente, mas agora com uma dose frenética de ação, que é até capaz de inserir a ótima Sabotage dos Beastie Boys sem perder a coerência. USS Enterprise chega aos cinemas para salvar a fraca safra de lançamentos do verão americano.