Realidade virtual pode chegar a Star Wars, mas não do jeito que você imagina

Se você ficou animado com a possibilidade de ver Star Wars abraçando a realidade virtual em algum filme no futuro, pode desistir. Embora a série tenha entrado na brincadeira dos vídeos em 360º promovidos pelo Facebook para mostrar as possibilidades do Oculus Rift, isso não quer dizer que vamos poder fazer o mesmo com os filmes da família Skywalker.

Durante uma apresentação no Oculus Connect — uma conferência para desenvolvedores focada no VR —, o vice-presidente de novas mídias da Lucasfilm comentou um pouco sobre os planos da companhia com a nova tecnologia e como isso poderia ser utilizado na famosa série de cinema. Segundo Rob Bredow, o estúdio está muito mais interessado em construir experiências menores e totalmente focadas na imersão do que adaptar os clássicos ou lançar um filme inteiro baseado na novidade.

Para ele, é muito mais interessante para o público oferecer essas pequenas doses de realidade virtual para que ele se sinta dentro da história do que efetivamente jogá-lo no meio das cenas. O executivo cita algumas possibilidades, como um curta de cinco minutos em que o espectador fica no meio de uma batalha espacial ou mesmo livre para explorar uma cidade alienígena enquanto soldados do Império saem à caça de um robô em busca das informações que ele esconde.

Bredow explica que a Lucasfilm está interessada, neste momento, em encontrar a duração correta desses pequenos filmes. Para ele, isso é algo que ainda precisa ser resolvido antes de Star Wars ser um dos universos que o VR pode englobar.

Acelere pelo deserto de Jakku de Star Wars: O Despertar da Força com uma experiência 360 criada exclusivamente para o Facebook.

Ainda durante sua apresentação, ele comentou que o estúdio está usando várias tecnologias de realidade virtual para aumentar as possibilidades cinematográficas que essa nova tecnologia pode trazer. E alguns dos exemplos citados por ele pouco têm a ver com a experiência do público, mas algo muito mais voltado à parte de produção do longa.

Segundo Bredow, a realidade virtual pode trazer ferramentas que os diretores podem usar para "passear" pelos cenários ou mesmo para que os atores não precisem mais depender da imaginação na hora de contracenar em meio a uma tela verde, uma vez que o VR pode permitir que eles vejam tudo aquilo que será adicionado digitalmente na pós-produção.

As possibilidades são diversas e o próprio executivo da Lucasfilm destaca essa característica. Para ele, o que faz essa novidade ser tão atraente é que você não precisa perder tempo ensinando tudo para alguém, uma vez que basta colocar os óculos para que a pessoa comece a explorar aquilo que ela está vendo.

Por mais que muita gente se sinta decepcionada por não poder estar no meio da Millenium Falcon ou presenciando a luta entre Luke e Darth Vader, a verdade é que também há uma boa razão para que esse suporte ao VR seja tão limitado a pequenas experiências e não a filmes completos.

Como o site CNET destaca, parte da magia do cinema está exatamente no jogo de câmeras para a criação de efeitos de movimento e ação. Porém, a gravação de filmes para realidade virtual parte da ideia de uma câmera que grava tudo em um ângulo de 360º. Mesmo isso soando fantástico à primeira vista, essa técnica acabaria com esses pequenos truques que nos fazem gostar tanto da Sétima Arte. Em outras palavras, isso ia fazer com que aquela luta entre Anakin e Obi-Wan ficasse bem próximo de duas pessoas brincando de espadinha e sem o impacto necessário para a cena.

Mas isso não quer dizer que você precisa abandonar suas esperanças com os filmes em VR. Basta lembrar que a Disney investiu há pouco tempo uma boa quantia em dinheiro em uma startup para que ela consiga criar formas de trazer a realidade virtual para dentro dos cinemas. Se a gigante do entretenimento está interessada nisso, é só uma questão de tempo para que se torne realidade.

Fonte: CNET