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Polêmica sobre filme Cats continua e membro da equipe culpa diretor

Por| 09 de Abril de 2020 às 10h38

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Universal Pictures
Universal Pictures

Não bastou Cats ser muito ruim, ser detonado por fãs e pela crítica especializada. Não bastou o filme ser um fracasso total, com um prejuízo de US$ 100 milhões para os bolsos da Universal Pictures. O filme é tão ruim e tão cheio de histórias de bastidores que tem tudo para se tornar um clássico cult, quase um The Room dos efeitos visuais. O negócio é tão sério que até os comentários do Seth Rogen chapado fazem sentido (e são hilários).

No meio disso tudo surgiu uma lenda: Cats teria uma versão diferente daquela que foi aos cinemas, uma versão na qual os gatos, apesar de terem uma aparência anatomicamente bastante humana, seriam mais fiéis aos felinos que conhecemos e que andam por aí, sem constrangimento algum, mostrando suas partes íntimas. Sim: fontes diferentes confirmaram a ideia de que, originalmente, Cats traria imagens fortes dos atores com um ânus (butthole) felino.

Uma fonte, que trabalhou nos efeitos visuais de Cats revelou mais detalhes ao Daily Beast. Primeiramente ele falou sobre o choque ao ver os buttholes (vou usar essa palavra por motivos de elegância textual sempre que possível):

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"Quando estávamos olhando para os playbacks, estávamos tipo 'Que diabos? Galera, vocês viram isso?'. Nós pausamos e fomos ligar para o nosso supervisor e estávamos tipo 'Tem uma po**a de um c* ali! Tem buttholes!' Não era proeminente, mas você via... E você ficava tipo 'Que diabos é isso? Tem uma po**a de um butthole ali'. Não estava na sua cara — mas ao mesmo tempo, estava, se estivesse olhando, veria".

Tenso.

Mas vocês não viram buttholes no filme, certo? Isso porque uma pessoa foi contratada especificamente para remover os buttholes do filme todo! O canal XVP Comedy chegou a criar uma versão “não-censurada” de como o filme poderia ter chegado até nós (com alguns exageros, claro). Optamos por não incluir o vídeo na matéria, mas você pode assisti-lo acessando o XVP Comedy no YouTube.

A fonte, no entanto, revelou um lado muito menos engraçado e mais tenso, chegando a descrever o trabalho que fez como “quase escravidão”. O entrevistado afirmou ter trabalhado 90 horas por semana durante meses, com alguns membros da equipe ficando no local por dois ou três dias seguidos, usando o espaço sob suas mesas como cama.

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O pior de tudo, segundo a fonte, era o modo como Tom Hooper tratava sua equipe, demonstrando, além de arrogância e uma tremenda grosseria, desconhecimento acerca do processo de efeitos visuais. Nesse último ponto, as equipes de efeitos visuais trabalham juntamente com o diretor no sentido de escolher primeiramente quais takes serão utilizados para montar o filme e somente depois disso que o trabalho de inserir texturas, cores e outros elementos é feito. Isso significa que, em algum momento do processo, o diretor precisa ver seu filme apenas com algumas marcações bastante rudimentares, nada muito detalhado e tudo ainda muito distante do resultado pretendido. Pelo visto, Hooper não entendia esse processo e, quando entrava em contato com esse material, questionava a equipe dizendo coisas como “O que é esse lixo?” e “Eu não entendo — onde está o pelo?”.

O desconhecimento de Hooper parece extravasar questões técnicas de cinema. A fonte mencionou que tudo ficou ainda mais louco quando o diretor começou a exigir imagens de gatos reais fazendo as movimentações interpretadas pelos atores e dançarinos, mas, como apontou sabiamente a fonte, gatos não dançam.

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A entrevistadora Laura Bradley chegou a elencar os adjetivos utilizados pela fonte para descrever Hooper e suas atitudes: horrível, desrespeitoso, humilhante e condescendente. “Quando você entra em uma sala de conferências, não tem permissão para falar”, explicou o entrevistado, “E ele fala com você como se você fosse um lixo.”

Por fim, a fonte defendeu a si e a equipe como um todo. As críticas negativas geralmente recaem sobre o departamento de efeitos visuais como se eles tivessem feito um trabalho ruim demais, o que de fato aconteceu, mas não por uma questão de competências. Eles passaram seis meses trabalhando as imagens dos dois minutos de trailer e, para todos os 110 minutos de filme, tiveram apenas quatro meses.

Fonte: Daily Beast