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Festival de Ação Japonês segue com exibição do live-action de Tokyo Ghoul

Por| 17 de Setembro de 2018 às 09h52

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Geek Sight
Geek Sight

Com exibições em 33 salas de cinema pelo Brasil, o Festival de Ação Japonês teve início no dia 25 de agosto, pela rede Cineflix de cinemas, no dia 29 pela rede Cinépolis e no dia 31 do mesmo mês na rede Espaço Itaú de Cinema.

As produções que compõem o festival foram anunciadas no mês de julho, durante o Anime Friends 2018. O Festival conta com o apoio de divulgação da Aliança Cultural Brasil-Japão e tem organização e curadoria da Sato Company, empresa que é referência em filmes, séries e desenhos animados no mercado brasileiro.

O primeiro foi Bungou Stray Dogs: Dead Apple, que era inédito nos cinemas. A animação foi exibida legendada em parceria com o Crunchyroll, serviço de streaming especializado em animes. Agora, é a vez do live-action baseado no aclamado mangá Tokyo Ghoul, que já teve mais de 30 milhões de cópias vendidas ao redor do planeta. E não só: Tokyo Ghoul tem um prestigiado anime dividido em duas temporadas, spin-offs (como o ótimo Tokyo Ghoul: Jack) e foi curiosamente adaptado para o teatro.

  • Rede Espaço Itaú de Cinema: 15 de setembro às 17h30
  • Rede Cinépolis: 19 de setembro às 19h30
  • Rede Cineflix: 21 de setembro às 19h30
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Vale ressaltar, também, que as sessões acontecem de forma única e exclusiva.

Tokyo Ghoul

Tendo uma matéria-prima enxuta e de grande qualidade, o roteirista Ichirô Kusuno não deve ter encontrado muitas dificuldades para escrever a sua adaptação. Optando por seguir os pontos-chaves da história, Kusuno praticamente segue o mangá de Sui Ishida tal e qual. Cada cena tem seu eco nos trabalhos anteriores, sobrando para o diretor Kentarô Hagiwara a missão de construir um mundo real possível e torná-lo convincente.

Cuidado! Daqui em diante o texto pode conter spoilers sobre o filme!

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Lidando com uma trama que à primeira vista já sugere um grau de complexidade razoável, Hagiwara opta por uma linguagem comercial hollywoodiana para criar suas ambientações – o clima das cenas. Essa escolha, por mais que tenha o efeito positivo de acelerar os acontecimentos e abrir maior espaço comercial para o filme (talvez a mando da produtora Geek Sight), acaba por ser a responsável por um filme sem muita profundidade. Mesmo assim, há um debate sempre atual e fundamental que não se perde: aquele que expõe minorias excluídas da sociedade como monstros devoradores de gente. É no mundo de Tokyo Ghoul que se vive hoje?

Ainda, a contextualização do sempre presente yin-yang – conceito do taoísmo que expõe a dualidade de tudo que existe no universo – é certeira ao pintar humanos bons e humanos que matam ghouls com prazer (chegando a salivar) e ghouls famintos (que matam e comem mais do que precisam) e ghouls que se alimentam apenas de corpos já mortos (como os de suicidas) que, mesmo não tendo o mesmo sabor, não os tornariam assassinos.

Apesar de não ter um orçamento elevado, Tokyo Ghoul arrisca-se nos efeitos visuais, especialmente na exposição sem moderações dos kagunes (os órgãos predatórios dos ghouls que saem das suas costas) e, igualmente, dos quinques (as armas feitas a partir dos kagunes de ghouls exterminados). Por outro lado, é sabendo dessa limitação visual que situações extremas, como decapitações, são apenas sugeridas por sombras e sons, pelo próprio desenrolar dos fatos ou através de planos bem abertos – à distância para que os (d)efeitos não sejam ostentados.

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O maior pecado de Tokyo Ghoul – e esse chega a ser alarmante – é a dublagem e sua mixagem de som. Os gemidos de Kaneki Ken chegam a desconcentrar totalmente e são muito mais efusivos do que os do mesmo personagem no anime. Enquanto a um momento o moço está ofegante e em primeiro plano e gemendo por qualquer motivo (dor, nervosismo, paixonite...), em outro ele está já distante e os gemidos permanecem intensos, como se muito próximos. Não há uma medida, uma régua. A impressão é a de que a direção de dublagem e o dublador tiveram muito menos tempo do que já têm normalmente para desempenharem bem as suas funções, visto que a dublagem brasileira não é ruim. Além disso, o mixador deve ter tido ainda menos tempo e, assim, não conseguiu dosar a voz histérica do Kaneki.

Tokyo Ghoul é um filme que merece ser visto – ainda mais nos cinemas. Pode ter suas fraquezas (algumas graves), mas traz metáforas pontuais e que soam muito atuais. É também a união interessante de dois mundos em várias camadas: humanos e ghouls; cinema japonês em uma tentativa simpática de linguagem hollywoodiana; atuações exageradas (overacting) – potencializadas pela dublagem e mixagem de som nacionais – em um filme de terror (gênero através do qual os asiáticos já produziram obras excepcionais).

É um filme curioso que, se receber uma entrega total do público, vai saber retribuir. E isso vale mais do que qualquer pretensão de uma produção de orçamento gigante.

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O que vem por aí?

Para finalizar o Festival, a Sato Company estará apresentando o original Bravestorm. A obra traz um futuro distópico no qual a humanidade foi praticamente extinta, restando a cinco irmãos o planejamento e uso de uma máquina do tempo para retornar ao passado e exterminar os alienígenas Killgis. Tudo isso com uma intensa luta entre robôs gigantes.

Quando?

  • Rede Espaço Itaú de Cinema: 22 de setembro às 17h30
  • Rede Cinépolis: 26 de setembro às 19h30
  • Rede Cineflix: 28 de setembro às 19h30