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Caso de assédio sexual do Uber vai virar filme

Por| 24 de Outubro de 2017 às 11h05

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Caso de assédio sexual do Uber vai virar filme
Caso de assédio sexual do Uber vai virar filme
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O relato de Susan Fowler, que revelou uma série de casos de abuso moral e sexual na estrutura interna da Uber e levou até mesmo à renúncia do CEO e fundador, Travis Kalanick, vai virar filme. A produtora Good Universe, que recentemente foi comprada pela Lionsgate (de La La Land e Power Rangers, entre diversos outros), anunciou a aquisição dos direitos da história.

O longa terá roteiro de Allison Schroeder (Estrelas Além do Tempo) e será produzido por Kirstin Burr, cujo trabalho mais recente é O Retorno de Mary Poppins. Uma das principais bases será o texto “Refletindo sobre um ano muito, muito estranho na Uber”, publicado em fevereiro deste ano, no qual Fowler relata a preferência dos executivos da empresa por funcionários do sexo masculino e uma cultura de sexismo dentro da estrutura corporativa da companhia.

Ela relata, por exemplo, conversas com o gerente de seu time de engenharia de software convidando-a a fazer sexo com ele em seu primeiro dia na Uber. Presentes também eram dados somente aos homens da equipe, como uma jaqueta de couro, não dada às mulheres porque elas seriam uma parte muito pequena do time, representando apenas 6% do total.

Fowler também contou que, ao relatar o caso de assédio ao departamento de recursos humanos, lhe foram dadas duas escolhas: encontrar, por si mesma, um novo projeto interno que a aceitasse ou permanecer na equipe sob pena de um relatório de performance negativo. Outro gerente lhe disse, ainda, que caso ela voltasse a reportar eventos desse tipo ao RH, ela seria demitida da empresa.

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Na época da publicação, a Uber era a startup mais valiosa do mundo – o título ainda é dela, inclusive – e o texto é visto como o principal motor das mudanças que levaram, entre outras coisas, à saída do então CEO Travis Kalanick. Ele, que também é o fundador da empresa, acabou envolvido diretamente em outras polêmicas, como a manipulação de registros médicos de uma vítima de estupro, na Índia, em uma tentativa de provar que o caso era uma armação de rivais do aplicativo.

Inicialmente, a empresa veio a público reconhecer os problemas apontados pela engenheira, alegando, entretanto, que não se tratava de uma questão sistémica. Depois, a companhia anunciou uma mudança de postura e a realização de investigações internas para detectar falhas. Ao todo, 20 executivos de médio e alto escalão da Uber foram demitidos como reflexo disso, um processo iniciado pelas acusações feitas por Fowler, seguida por novos relatos de mais mulheres que trabalharam ou ainda estão na empresa.

Foi justamente daí que veio a ideia do filme, que, na visão de Fowler, pode servir como um grito de alerta para outras mulheres dessa indústria. O longa ainda não tem data de lançamento nem detalhes sobre sua execução.

Fonte: Deadline Hollywood