Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (31/03/2020)

Por| 31 de Março de 2020 às 21h45

Link copiado!

NIAID-RML
NIAID-RML

"Bora" lá para mais um "resumão" com as principais notícias científicas da última semana? Em tempos de pandemia de COVID-19, as notícias da área de saúde, em especial, não param — e hoje trazemos várias novidades sobre o tema nesta coluna.

Mas vamos começar com o que tem rolado de mais importante no setor espacial? Vamos!

Talvez vejamos um cometa brilhando no céu em maio

Continua após a publicidade

O último cometa que pudemos admirar a olho nu em nosso planeta surgiu em 1997, mas talvez tenhamos a chance de testemunhar um novo fenômeno do tipo agora em 2020 — especificamente no mês de maio. O cometa ATLAS (ou C/2019 Y4), descoberto em dezembro do ano passado, tem tido seu brilho aumentado rapidamente do nosso ponto de vista, e astrônomos esperam que ele ilumine os céus muito em breve.

Contudo, isso ainda não é uma certeza, pois prever esse tipo de coisa é uma tarefa bastante complicada. Mas, caso realmente vejamos o ATLAS passando por aqui, ele poderá rivalizar até mesmo com Vênus no céu noturno — o segundo objeto mais brilhante depois da Lua, claro.

Rússia quer criar mapa lunar em 3D e alta resolução

Continua após a publicidade

Se tudo der certo, os russos serão os primeiros a criar um mapa da Lua em 3D e em alta resolução. A agência espacial russa tem isso em mente para ajudar em sua decisão de onde seus cosmonautas pousarão em nosso satélite natural no futuro.

Tal mapa, usando imagens estereoscópicas, terá resolução entre dois e três metros por pixel, e permitirá um melhor entendimento das estruturas lunares e suas origens. Esse tipo de mapa tem vantagens sob os atuais mapas "planos" que temos da Lua, incluindo maiores detalhes e mais precisão quanto à altura das elevações do terreno lunar.

SpaceX levará cargas à estação Gateway com uma nave Dragon modificada

Continua após a publicidade

A empresa de Elon Musk foi a primeira escolhida pela NASA para entregar cargas experimentais e suprimentos à estação orbital Gateway, que ficará ao redor da Lua. Para isso, a SpaceX revelou que desenvolverá uma nave "nova mas nem tanto" — uma Dragon modificada, na verdade, chamada DragonXL. Ela será capaz de transportar mais de 5 toneladas à órbita lunar.

Constelação de satélites OneWeb sob ameaça

Apenas uma semana depois de seu terceiro lançamento, contendo 34 satélites no lote, a OneWeb de um passo para trás em seus planos de inaugurar uma constelação de satélites de internet ao redor da Terra. A empresa, concorrente do projeto Starlink, da SpaceX, entrou com pedido de falência nos EUA e está demitindo alguns de seus funcionários. O motivo? De acordo com seu CEO, seria os impactos econômicos causados pelo novo coronavírus.

Continua após a publicidade

Contudo, a empresa não está fechando as portas. A OneWeb acionou um capítulo específico da lei de falência do país, um que permite às empresas com dificuldades financeiras continuarem operando normalmente, sob o controle de um tribunal, enquanto os prazos para pagar suas dívidas são adiados ou negociados.

Rússia adia lançamentos de 2020

A Roscosmos decidiu mudar seu cronograma de lançamentos deste ano, também por causa da pandemia do novo coronavírus. A agência espacial russa mexeu na programação de cerca de 40 missões, e também decidiu adiar a construção do Centro Espacial Nacional Russo, cuja finalização estava programada para dezembro de 2022. Agora, a nova previsão de conclusão está para o ano de 2023.

Continua após a publicidade

Agora, vamos às notícias científicas mais importantes relacionadas à COVID-19!

Imagens reais do coronavírus em ação

Todo mundo está falando sobre ele, mas você já viu o novo coronavírus como ele é de verdade? O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos EUA proporcionou ótimas imagens que mostram o vilão do momento. As imagens foram obtidas com a ajuda de microscópios eletrônicos de varredura e transmissão, a partir de uma amostra do vírus em um paciente real.

Abaixo, é possível ver as proteínas conhecidas como “spike”, que, juntas, formam a “coroa” (corona) que dão nome ao patógeno. É com essas estruturas que ele se agarra às membranas celulares e se transporta ao interior delas.

Continua após a publicidade

Essa outra mostra o novo coronavírus em amarelo, na superfície das células cultivadas em laboratório.

Já nesta, uma horda de SARS-CoV-2 aparece como pequenas esferas roxas, saindo da membrana celular ao fim do ciclo de replicação.

Continua após a publicidade

Aqui, os coronavírus estão em amarelo novamente, emergindo da superfície das células cultivadas em laboratório.

Quando o novo coronavírus consegue penetrar no interior da célula, ele a obriga a replicar seu material genético milhares de vezes. Essas duas imagens ilustram bem esse processo.

Continua após a publicidade

Sozinha, hidroxicloroquina não é eficaz contra o coronavírus

Um novo estudo chinês mostra que pacientes de COVID-19 tratados com hidroxicloroquina (sozinha) e os que não receberam a droga tiveram resultados semelhantes no combate à doença. O mesmo estudo também mostra que os cuidados convencionais, como repouso, inalação com oxigênio e uso de medicamentos antivirais foram eficazes na maioria dos casos.

Resumo da ópera? Ainda são necessárias mais pesquisas para concluir se esta droga realmente traz benefícios, além de descobrir seus riscos a quem recebê-la

Continua após a publicidade

Tratamentos em estudo no Brasil

Instituições diversas, incluindo o Hospital Israelita Albert Einstein, o HCor, o Hospital Sírio Libanês e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (CRICNet), com suporte do Ministério da Saúde, firmaram uma parceria chamada Coalizão COVID Brasil para iniciar pesquisas e testes contra o coronavírus.

A iniciativa conta com entre 40 e 60 hospitais de todo o país na realização de três pesquisas iniciais, com o objetivo de avaliar a eficácia de medicamentos como a hidroxicloroquina, a azitromicina e corticoides em pacientes com diagnóstico positivo para a COVID-19.

Continua após a publicidade

Neste primeiro momento, a Coalizão focará seus estudos em pacientes com quadros menos graves, porém já internados por conta da doença. Neles, será avaliado se a hidroxicloroquina é eficaz na melhora do quadro respiratório, e outros testes também tentarão descobrir se a associação com azitromicina se mostra eficaz. 630 pacientes serão investigados nesta etapa.

A segunda fase prevê testes com casos mais graves, que necessitam de maior suporte respiratório, contando com mais 440 pacientes. Já o terceiro estudo avaliará a efetividade da dexametasona, uma medicação com ação anti-inflamatória, para pacientes com insuficiência respiratória grave, que necessitam de suporte de aparelhos (ventilador mecânico) para respirar. Nesta pesquisa, serão incluídos 284 pacientes.

Os resultados devem estar disponíveis em 60 a 90 dias.

Terapia com células-tronco contra a COVID-19

Já no Rio de Janeiro, a UFRJ montou um grupo de pesquisadores para desenvolver uma terapia com células-tronco a pacientes com quadros críticos — aqueles com pulmões inflamados e que não respondem aos procedimentos usuais.

Nos EUA, sangue de pessoas curadas será usado como tratamento

Enquanto isso, os EUA testam uma outra abordagem: o FDA (equivalente à Anvisa do Brasil) confirmou que médicos de todo o país poderão usar o plasma do sangue doado por ex-portadores do coronavírus no tratamento da COVID-19. A ideia é testar este método em pacientes que estão em estado grave devido à doença.

O tratamento, conhecido como plasma convalescente, já foi usado anos atrás, como na pandemia de gripe que aconteceu em 1918, época que antecedeu as vacinas modernas e as drogas antivirais. De acordo com especialistas no assunto, essa pode ser uma das maiores esperanças no tratamento da nova doença até que terapias mais sofisticadas sejam desenvolvidas — o que pode levar bastante tempo.

Inicialmente, este tratamento experimental será empregado apenas naqueles pacientes com sério risco de morte. Caso os resultados sejam seguros e efetivos, o método poderá ser testado também antes de os sintomas começarem a ficar graves.

Leia também: