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O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (19/06/2018)

Por| 19 de Junho de 2018 às 14h08

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O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (19/06/2018)
O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (19/06/2018)

Já virou tradição: terça é dia de ciência e astronomia aqui no Canaltech. Separamos as notícias mais interessantes que rolaram nessas áreas na semana que passou, mantendo os fãs da ciência bem informados, e ainda alimentando o encantamento quanto às descobertas mais recentes.

Drogas psicodélicas como tratamento de saúde mental

O assunto é controverso; afinal, drogas psicodélicas carregam o estereótipo de serem prejudiciais à saúde, além de serem ilegais e, portanto, proveniente de tráfico. Contudo, cientistas vêm estudando suas possibilidades de uso no tratamento de doenças mentais, e uma equipe de pesquisadores norte-americanos publicou um estudo mostrando o impacto de algumas substâncias na estrutura e função dos neurônios, podendo ser usadas como tratamento para coisas como depressão e ansiedade.

Entre as drogas estudadas, estão LSD e MDMA, que aumentam o número de dendritos, a densidade de pequenas saliências nesses ramos (as chamadas espinhas dendríticas) e o número de conexões entre os neurônios (sinapses). Tais mudanças sugerem que os psicodélicos podem reparar circuitos que funcionam mal em pessoas com transtornos de humor e ansiedade.

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Vale ressaltar que a cetamina, anestésico usado como droga recreacional, já vem recebendo a atenção do FDA (a Anvisa dos EUA) a ponto de o órgão acelerar seus ensaios clínicos com dois antidepressivos à base da substância.

Origem da peste bubônica

A ciência está a um passo de compreender exatamente como a peste bubônica evoluiu a ponto de dizimar ⅓ da população europeia na Idade Média. Geneticistas estão estudando genomas de 4.000 anos para entender as adaptações genéticas necessárias que a bactéria sofreu até atingir este nível de infecção.

Os registros mais antigos da peste bubônica que temos hoje vêm de restos mortais de pessoas enterradas na Eurásia entre 3 e 5 mil anos atrás. Por ser uma cepa diferente das que vemos hoje, seu código genético não possui algumas das principais adaptações que permitiram que as bactérias sobrevivessem e se reproduzissem no intestino de pulgas.

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A equipe de cientistas sequenciou genomas da bactéria a partir de fragmentos de DNA de dentes de um casal que morreu na Idade do Bronze no sudoeste da Rússia. Tal cepa continha um gene que, graças a uma única alteração, tornou-se melhor na transmissão para hospedeiros, como ratos, cães e humanos. Os cientistas conseguiram criar uma árvore genealógica com a linhagem de 4 mil anos atrás, mostrando que a peste bubônica como a conhecemos é cerca de mil anos mais velha do que imaginávamos.

Nova extinção em massa descoberta

Sabemos de uma série de extinções em massa que aconteceu na Terra, quando um grande número de espécies foi eliminado do planeta. Agora, uma nova extinção em massa foi identificada no período Triássico, há cerca de 232 milhões de anos. E tal extinção massiva pode ter sido o gatilho para a tomada da Terra pelos dinossauros.

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Ceres pode ter mais elementos orgânicos do que sabemos

A missão Dawn, da NASA, descobriu, no ano passado, material orgânico no planeta-anão Ceres. Mas, agora, uma nova análise de dados sugere que os componentes necessários à vida podem ser ainda mais abundantes em Ceres do que imaginávamos.

Cientistas vêm estudando compostos orgânicos em objetos espaciais onde a vida não floresceu para entender como a vida como conhecemos pode ter surgido no Sistema Solar, uma vez que processos não biológicos podem originar moléculas orgânicas. E vale lembrar que Ceres conta com outro componente necessário para a vida: a água.

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Com as novas análises, os pesquisadores concluíram que entre 40 e 50% da assinatura espectral de Ceres pode ser explicada por uma abundância de matéria orgânica, sendo que, até então, acreditava-se que esse percentual era de algo entre 6 e 10%. Agora, a intenção é descobrir a origem desses compostos orgânicos, que podem ter sido produzidos internamente em Ceres, ou podem ter sido entregues à superfície do planeta-anão por meio de impactos de cometas ou asteroides.

Antártida está derretendo três vezes mais rápido do que há dez anos

O continente congelado, cujo tamanho é equivalente ao tamanho dos EUA e México combinados, está derretendo a uma taxa três vezes mais veloz do que em 2007, de acordo com um novo estudo publicado na Nature. Tal degelo contribuirá para com o aumento de 15 centímetros do nível do mar até o ano de 2100.

A conclusão foi tirada a partir do estudo colaborativo com mais de 80 pesquisadores de todo o mundo, que coletaram dados de uma dúzia de diferentes satélites desde o início dos anos 1990.

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Estamos todos ficando mais burros

Não é fake news, é ciência: pesquisadores noruegueses acreditam ter provas científicas de que estamos todos emburrecendo. A equipe publicou um artigo relatando que os níveis de QI vêm caindo desde os anos 1970.

O estudo analisou 730 mil resultados de testes de QI de homens que entraram no serviço militar da Noruega entre 1970 e 2009, descobrindo que as pontuações caíram, em média, em sete pontos por geração. Na primeira metade do século XX, aconteceu o "Efeito Flynn", em que o QI aumentou durante o período.

Poeira estelar mais antiga do que o Sol

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Que nós somos feitos de poeira de estrelas, todo mundo sabe. Mas, agora, pesquisadores encontraram, aqui na Terra, uma poeira estelar que é ainda mais antiga do que o nosso Sol. O trabalho usou amostras da atmosfera superior do planeta, descobrindo partículas de poeira que antecedem à formação do Sistema Solar.

O material teria sido transportado para a nossa atmosfera por meio de cometas, e descobertas como esta ajudam na compreensão de como o Sistema Solar foi formado.

Novo tipo de fotossíntese

Uma descoberta histórica foi feita por cientistas europeus: um novo tipo de fotossíntese. Enquanto os tipos convencionais usam luz visível no processo, o novo tipo de fotossíntese usa luz infravermelha. Uma ampla gama de cianobactérias, quando crescem em luz infravermelha, se aproveitam dessa outra forma de fazer a fotossíntese.

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A descoberta pode mudar nossa compreensão do mecanismo básico da fotossíntese, e pode ser que os livros didáticos precisem ser reescritos depois disso. Ainda, descobrir este novo tipo de fotossíntese pode moldar a forma como procuramos por vida alienígena, fornecendo insights sobre como podemos projetar culturas mais eficientes que se aproveitem dos comprimentos mais longos da luz.

121 exoplanetas com luas potencialmente habitáveis

Ainda na busca por lugares em que a vida possa prosperar, além da Terra, um novo estudo indica que 121 exoplanetas gigantes podem ter luas capazes de abrigar a vida. O trabalho servirá como guia para futuros telescópios capazes de detectar essas possíveis exoluas, procurando por sinais de vida em suas atmosferas — as chamadas bioassinaturas.

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Até então, planetas rochosos têm sido os principais alvos na busca por vida alienígena, muito porque alguns deles são geologicamente parecidos com a Terra. Mas os gigantes gasosos do Sistema Solar cujas luas podem abrigar algum tipo de vida abrem o caminho para que as luas de exoplanetas gasosos também sejam consideradas nesta busca.

Vulcão fazendo chover joias

Aconteceu no Havaí: o vulcão Kilauea entrou em erupção, evaporando um lago inteiro, destruindo centenas de casas e afetando uma população de 185 mil habitantes. Mas um raro fenômeno fez com que o vulcão expelisse pedras transparentes na cor verde oliva, que são jóias chamadas olivinas.

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Mas, apesar de ser algo curioso, a olivina não é uma joia valiosa. Ela é um dos minerais mais comuns do mundo, também presente na Lua e em meteoritos em Marte.