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O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (18/08/2020)

Por| 18 de Agosto de 2020 às 18h30

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Reprodução: University of Central Florida
Reprodução: University of Central Florida

Terça-feira é o dia da semana em que o Canaltech se dedica a resumir as principais notícias científicas dos últimos dias, em especial nos campos da astronomia e da saúde. Assim, quem gosta de acompanhar o "mundão" da ciência, mas não tem muito tempo para ler o noticiário no dia a dia, tem a chance de ficar por dentro de tudo o que mais importa, levando poucos minutos para isso.

É o seu caso? Então vamos lá!

Brilho de Betelgeuse volta a diminuir

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O escurecimento da estrela Betelgeuse causou polêmica nos últimos tempos, com muitos levantando a hipótese de a supergigante vermelha de brilho variável estar, enfim, chegando ao estágio de uma supernova. Então, o brilho da estrela voltou ao normal recentemente, acalmando os ânimos gerais. Contudo, agora seu brilho voltou a diminuir. De acordo com análises de observações feitas com o Hubble, a maior suspeita é a de que essa redução no brilho seja causado por uma nuvem escura ao redor da estrela, que é uma das mais brilhantes em nosso céu noturno. Tal nuvem seria resultado de uma grande quantidade de material quente ejetado ao espaço, que, após um período de resfriamento, acabaria, portanto, formando uma nuvem de poeira, o que explicaria o bloqueio de cerca de um quarto da luz que vemos sendo emitida por Betelgeuse no momento.

Observatório de Arecibo é misteriosamente danificado

Famoso por ter sido usado no envio de uma mensagem a possíveis civilizações alienígenas nos anos 1970, o radiotelescópio de Arecibo sofreu um acidente que deixou seu prato refletor em pedaços. Um cabo de metal da instalação quebrou e cortou a antena do radar, abrindo um buraco de 30 metros de comprimento. De acordo com a University of Central Florida, que opera as instalações, o cabo rompido também quebrou vários outros cabos e plataformas que sustentam a antena, fazendo com que os detritos caíssem no solo abaixo e dificultando o acesso dos técnicos ao local.

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Obrigado por tudo, Irineu Gomes Varella!

Faleceu o astrônomo, professor e divulgador científico Irineu Gomes Varella, vítima de COVID-19, aos 68 anos. Referência para muitos estudantes e pesquisadores, Varella teve uma longa carreira, com mais de 250 cursos ministrados e centenas de palestras sobre astronomia realizadas. Ele construiu sua carreira na Escola Municipal de Astrofísica Professor Aristóteles Orsini (EMA), unidade pública de ensino que oferece gratuitos de astronomia para estudantes, astrônomos amadores, professores e interessados em geral. A EMA fica Parque Ibirapuera, ao lado do Planetário Professor Aristóteles Orsini (também chamado "planetário do Ibirapuera"), e ali ele atuou como diretor de 1980 a 2002. Por onde passou, deixou sua marca como dono de um grande entendimento da astronomia, genialidade no ensino da ciência, e generosidade em compartilhar conhecimento.

Primeiras impressões da internet Starlink, da SpaceX

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A empresa de Elon Musk fez mais um lançamento do projeto Starlink, desta vez levando 58 satélites à órbita da Terra. Enquanto isso, já surgiram as primeiras informações quanto à velocidade e latência da conexão Starlink, já que algumas pessoas estão servindo como testadores do serviço nos EUA e no Canadá.

Usuários do Reddit reuniram resultados de testes anônimos feitos pelos beta testers. Em suma, eles vêm observando velocidades de download variando entre 11 Mbps a 60 Mbps, de acordo com medições realizadas com a ferramenta speedtest.net, da Ookla. Para upload, os testes iniciais mostram velocidades de 5 Mbps a 18 Mbps. Quanto à latência, os mesmos testes mostram taxas de ping variando entre 20 ms e 94 ms. À FCC (Federal Communications Commission, órgão que regula as telecomunicações nos EUA), a SpaceX disse que a conexão Starlink atingirá, ainda, velocidades de até 1 Gbps por usuário, enquanto a expectativa para a latência é que ela fique abaixo dos 20 ms.

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A partir de agora, você fica por dentro das principais notícias relacionadas à pandemia de COVID-19:

Vape aumenta chances de COVID-19 em cinco vezes

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Um novo estudo aponta que pessoas que fumam vape têm mais probabilidade de serem diagnosticados com a doença causada pelo novo coronavírus, em relação aos que não fumam esse tipo de cigarro eletrônico. Os pesquisadores descobriram que jovens com idades entre 13 e 24 anos e que usam os vapes têm simplesmente cinco vezes mais chances de COVID-19. Os especialistas têm algumas hipóteses ainda não comprovadas sobre o motivo de haver uma associação tão forte entre as duas coisas: os fumantes podem ter aumentado o dano pulmonar, tornando-se mais vulneráveis, e podem tocar o rosto e a boca com mais frequência, ou até compartilhando vapes, o que também aumenta os riscos.

COVID-19 passa a ser considerada acidente de trabalho

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a contaminação por COVID-19 em ambientes de trabalho configura doença ocupacional, podendo ser considerada um acidente de trabalho. Ou seja: trabalhadores de setores essenciais que forem contaminados passam a ter acesso a benefícios como auxílio-doença, protegidos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

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Planos de saúde obrigados a cobrir teste de COVID-19

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu, enfim, que os planos de saúde devem cobrir testes sorológicos para detectar o coronavírus. Testes sorológicos analisam o sangue do paciente para identificar rastros que mostrem se o sistema imunológico já esteve em contato com o novo coronavírus. Uma vez infectado, o sangue da pessoa deve estar repleto de anticorpos. Com a decisão da ANS, os exames poderão ser feitos nos pacientes com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave a partir do oitavo dia do início dos sintomas, e também em crianças ou adolescentes com quadro suspeito de síndrome multissistêmica inflamatória pós-infecção pelo novo coronavírus.

Soro produzido por cavalos tem anticorpos potentes contra COVID-19

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Pesquisadores brasileiros descobriram a eficácia de um soro desenvolvido a partir do sangue de cavalos expostos a uma parte do novo coronavírus. A ideia é que esse soro, feito com o plasma dos equinos, seja usado como uma forma de imunização passiva contra a doença. Uma das vantagens do estudo é que pode ser um tratamento complementar às possibilidades de vacinas contra o vírus, ainda em desenvolvimento. Para isso, a pesquisa ainda precisa completar algumas etapas, como a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para os testes em humanos.

Apontados sinais de imunidade duradoura à COVID-19

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Uma nova pesquisa indica que as células do sistema imunológico humano armazenam informações sobre o coronavírus, para que possam combatê-lo novamente mesmo meses após a resolução da infecção inicial. Ou seja: isso aponta para uma imunidade mais duradoura do que imaginamos. Embora os pesquisadores não possam prever quanto tempo essas respostas imunológicas vão durar, muitos especialistas consideram os dados uma indicação bem-vinda de que as células do corpo estão fazendo seu trabalho - e terão uma boa chance de se defender do coronavírus, mais rápido do que antes, se exposto a ele novamente. Contudo, vale frisar que ainda é cedo para determinar o potencial de proteção, e os próprios pesquisadores afirmaram que é difícil prever o que vai acontecer, uma vez que os humanos são tão heterogêneos e que existem tantos fatores envolvidos na questão.

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