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O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (11/12/2018)

Por| 11 de Dezembro de 2018 às 15h29

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(ESA/Royal Observatory of Belgium)
(ESA/Royal Observatory of Belgium)

Terça-feira é dia de que mesmo? Sim, dia de ciência e astronomia aqui no Canaltech! Semanalmente, a gente separa as notícias mais quentes dessas áreas e faz uma síntese com os pontos mais importantes de cada assunto, tudo para você ficar por dentro das novidades científicas quentinhas, saindo do forno.

Placenta criada em placa de Petri

Pesquisadores britânicos conseguiram criar uma placenta em uma placa de Petri, gerando uma mistura de moléculas sinalizadoras para induzir a formação da placenta nessa cultura de laboratório. Então, a equipe coletou células de placenta de mulheres no primeiro trimestre de gestação, com as células sendo cultivadas na placa. Uma semana depois, as células já estavam se transformando em organóides, que são pequenas gotas de tecido semelhantes a órgãos de organismos maduros. O resultado, então, foi a criação da primeira placenta "artificial".

Com isso, pode ser que, em breve, tenhamos soluções para algumas complicações da gravidez, como pré-eclâmpsia, por exemplo, em que há problemas no desenvolvimento da placenta natural.

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O polo norte do Sol

Pela primeira vez, nós temos uma imagem do polo norte do Sol para admirar. Esse feito foi possível graças ao satélite PROBA-2, da ESA (a agência espacial europeia), que está na órbita da Terra.

Nosso planeta orbita o Sol em um plano mais ou menos próximo ao equador da estrela, o que é chamado de plano eclíptico. Por isso, não vemos o polo do Sol com facilidade. Na verdade, a imagem abaixo não é exatamente uma fotografia direta, mas sim resultado de observações de dados que, combinados e analisados, permitiram a criação da imagem que é o mais próximo que temos de saber como é o polo norte solar.

E fotos reais poderão se tornar uma realidade dentro de alguns anos, pois a ESA planeja enviar ao Sol a sonda Solar Orbiter em 2020, cujo zoom será poderoso o suficiente para alcançar as regiões polares do nosso astro.

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Nasce primeiro bebê a partir de útero transplantado de doadora morta

Em São Paulo, nasceu o primeiro bebê concebido a partir de um útero transplantado de uma doadora morta. O acontecimento já é um marco para a medicina.

A receptora do transplante nasceu com uma doença chamada Síndrome de Hauser, condição genética que faz com que o útero da paciente seja ausente ou subdesenvolvido. Já a doadora era uma mulher de 45 anos que morreu em decorrência de um derrame, mas seu útero estava em bom estado e era compatível. Sem sinais de rejeição, a gravidez a partir de inseminação artificial evolui com sucesso, com a criança nascendo saudável. Contudo, o parto exigiu que o útero todo fosse removido.

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Teste que diagnostica câncer em 10 minutos

Pesquisadores australianos desenvolveram um teste inovador capaz de diagnosticar diversos tipos de câncer em apenas 10 minutos. A técnica analisa o sangue ou o tecido da biópsia.

Dr. Abu Sina, responsável pelo estudo, explicou que os níveis e padrões de minúsculas moléculas chamadas de grupos metil, que decoram o DNA, são alteradas drasticamente pelo câncer, e a técnica mostrou precisão diagnóstica de até 90% nos testes conduzidos. Sempre bom lembrar que o diagnóstico precoce dá chances de bons prognósticos para tratamentos nos primeiros estágios da doença.

Som dos ventos de Marte

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A sonda InSight, da NASA, conseguiu gravar, pela primeira vez na história, como são os sons dos ventos marcianos. Isso foi possível graças ao sensor de pressão de ar e ao sismógrafo, que ainda não foi isolado para capturar apenas as vibrações do solo de Marte.

O sensor de pressão de ar da sonda detectou as vibrações diretamente, enquanto o sismógrafo registrou as vibrações causadas pelo vento soprando em seus painéis solares. E você pode ouvir os sons dos ventos de Marte abaixo:

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Missão chinesa para o lado afastado da Lua

Essa será a primeira vez em que uma sonda humana pousará no lado afastado da Lua, graças à missão Chang'e 4, da CNSA (a agência espacial chinesa), que foi lançada na semana passada.

Na Lua, a sonda exploratória passará cerca de três semanas em órbita até que o pouso seja feito, o que deve acontecer no dia 1º de janeiro. O objetivo é estudar a geologia deste hemisfério lunar que não é visível daqui da Terra, com a sonda também estudando o potencial cultivo de vegetais em nosso satélite natural.

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Voyager 2 já saiu da heliosfera e está no espaço interestelar

A sonda Voyager 2, lançada há mais de 40 anos, oficialmente está no espaço entre as estrelas, pois já saiu da heliopausa — a borda externa da heliosfera, a "bolha" que engloba partículas e campos magnéticos criados pelo Sol.

Isso aconteceu no dia 5 de novembro, com a Voyager 2, agora, estando a pouco mais de 18 bilhões de km da Terra. Ainda é possível se comunicar com a sonda, o que proporcionará aos cientistas da NASA mais estudos e entendimentos sobre os limites do Sistema Solar.

Contudo, não se pode dizer que a Voyager 2 já saiu do Sistema Solar: o limite do nosso sistema fica além da borda externa da Nuvem de Oort, que é imensa. Estima-se que em 300 anos a sonda alcançará a borda interna da região, somente saindo dela completamente daqui a aproximadamente 30 mil anos.

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Nem tudo no corpo humano é danificado em uma viagem espacial

Sabemos que um tempo prolongado de um ser humano no espaço prejudica muitas partes de nosso organismo, e esse é um dos grandes desafios nos preparativos para a histórica viagem da humanidade a Marte. Afinal, ninguém quer que astronautas fiquem com problemas de saúde por conta disso.

Mas estudos conduzidos na Estação Espacial Internacional mostram que a imunidade das células B permanece inalterada depois de alguns meses em microgravidade, com essas células contendo glóbulos brancos que combatem infecções por meio da produção de anticorpos.

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Então, agora sabemos que viajantes espaciais depois de meses longe da Terra terão imunidade para se proteger contra eventuais bactérias e vírus, e o estudo também sugere que as vacinas também devem manter sua eficácia no espaço. O estudo analisou 23 astronautas ao longo de seis meses, antes, durante e depois de suas missões na ISS. Agora, novos estudos serão conduzidos considerando viagens mais longas.