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O céu (não) é o limite | Estrela "zumbi", Brasil no Programa Artemis e mais!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Junho de 2021 às 20h00

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Salvatore Orlando/INAF/MCTI/shooogp
Salvatore Orlando/INAF/MCTI/shooogp

A semana pode ter sido de tempo frio para boa parte das regiões do país, mas foi agitada no mundo da astronomia e da exploração espacial.

O Brasil assinou os termos que oficializam nossa participação no Programa Artemis, da NASA, que levará a humanidade de volta à Lua, incluindo a primeira mulher a pisar em superfície lunar. Além disso, a nova estação espacial chinesa recebeu seus primeiros tripulantes, que passarão três meses por lá. Tivemos também o desfecho do mistério da Betelgeuse, que deixou os astrônomos na expectativa de testemunharem uma supernova em 2019 e no começo de 2020.

O resumo dessas e de outras notícias que se destacaram nesta última semana você confere abaixo:

Estrela "zumbi" e o misterioso evento astronômico de 800 anos atrás

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Qual a relação entre uma estrela "zumbi" e um evento misterioso de 800 anos atrás? Aliás, que evento foi esse? Em 1181 dC, astrônomos chineses e japoneses viram um brilho intenso no céu, e chamaram aquilo de “estrela convidada”. Hoje, os cientistas estão quase certos de que se tratava de uma supernova, mas... não há pistas para comprovar. Nenhum remanescente parece ter sobrado para contar história.

Agora, um novo estudo sugere que uma determinada estrela ainda “viva” teria causado aquele brilho imenso, sem uma explosão de supernova comum. Será que isso é possível? A equipe acredita que sim, e eles encontraram uma estrela que foi apelidada de “Parker”, perto de onde a "Estrela Convidada" apareceu, e em torno dela há uma nebulosa. Eles então concluíram que a explosão de 800 anos atrás foi um tipo muito raro de supernova que não elimina a estrela que explode, mas causa um enorme brilho e deixa uma nebulosa para trás.

Brasil vai participar do Programa Artemis no retorno de humanos à Lua

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É isso mesmo! O Brasil está entre as nações que participação do Programa Artemis, da NASA, que levará humanos de volta à Lua. O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, assinou acordo de cooperação para oficializar a decisão que havia sido antecipada no final do ano passado. Durante a cerimônia, Pontes comentou que a entrada do Brasil no programa é um “pequeno passo” para o ministério, e um “grande salto” para o programa espacial nacional.

Ele também destacou alguns benefícios da participação brasileira no programa, tais como "engajamento de universidades, a preparação de novos pesquisadores, centros de pesquisa; serão oportunidades muito grandes à medida que o Brasil se aprofunda nesse programa”. Todd Chapman, embaixador dos Estados Unidos, declarou que “espera ver na lua a bandeira do Brasil ao lado da bandeira dos Estados Unidos”.

Mas o que exatamente o Brasil vai fazer no Programa Artemis? Conversamos com Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira, para descobrir a resposta — clique aqui e confira!

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Núcleo interno da Terra cresce "torto"? Por quê? 

Parece que o núcleo sólido da Terra cresce torto, e isso afeta a emissão das ondas sísmicas do nosso planeta. Os cientistas perceberam que essas ondas viajam mais rápido do polo norte ao polo sul do que entre lados opostos da linha do Equador. Para entender o motivo disso, eles fizeram simulações do crescimento do núcleo ao longo dos últimos bilhões de anos e descobriram que o núcleo interno está crescendo em um "padrão torto".

Como assim, crescendo? É que o núcleo interno, que é sólido, ganha novos cristais de ferro à medida que os limites do núcleo externo resfria. Esse processo é natural e o núcleo interno ganha apenas 1 milímetro a cada ano. Acontece que os novos cristais de ferro se formam mais rapidamente no lado leste do que no lado oeste (bem abaixo do Brasil). Por isso acaba ficando ligeiramente torto.

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Cientistas imprimem tecido de fígado humano em desafio da NASA

Em 2016, a NASA lançou um desafio para encontrar pesquisadores capazes de desenvolver um tecido de órgão humano vascularizado em ambiente in vitro. A ideia era que esses cientistas pudessem continuar a pesquisa lá na Estação Espacial Internacional (ISS), ajudando assim a medicina espacial a avançar. As duas primeiras equipes vencedoras já foram anunciadas, e ainda falta descobrirmos quem ficará com o terceiro lugar.

O primeiro lugar ganhou da agência espacial um prêmio de US$ 300.000,00 (cerca de 1,5 milhão de reais), enquanto o segundo premiado recebeu US$ 100.000,00 (cerca de 512 mil reais). Ambas as equipes usaram tecnologias de impressão 3D para criar os tecidos hepáticos e conseguiram manter a estrutura operando por 30 dias, como se estivesse viva. A diferença entre elas foram os materiais usados para a impressão.

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Luas de exoplanetas gigantes podem ter condições para o surgimento da vida

Um novo modelo matemático tenta mostrar se as luas de exoplanetas podem ter atmosferas e água líquida, os ingredientes essenciais para a vida como a conhecemos. É preciso que essas luas atendam algumas condições bem específicas, então os cientistas modelaram uma lua de massa equivalente à da Terra, com atmosfera composta por dióxido de carbono e hidrogênio, na órbita de um planeta com a massa de Júpiter. O resultado? Positivo!

A água na superfície dessas luas seriam em quantidade bem menor que a daqui, mas o suficiente para permitir o surgimento e desenvolvimento de vida. Essa água ficaria líquida não com o calor da estrela-mãe, e sim da ação das forças de maré da gravidade do exoplaneta. A atmosfera da lua também poderia colaborar para manter a água neste estado. O modelo, no entanto, é sobre exoluas com atmosferas formadas por elementos específicos, então há muitas restrições. Mesmo assim, é uma opção a mais para futuras buscas por vida fora da Terra.

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Variação no brilho da estrela Betelgeuse é finalmente explicada

A Betelgeuse oscilou, oscilou, e não explodiu. Entre 2019 e 2020, os astrônomos ficaram na expectativa de contemplar uma supernova do início ao fim, e tudo indicava que a Betelgeuse, uma supergigante vermelha no fim de sua vida, fosse nos proporcionar esse espetáculo astronômico. Mas o brilho dela voltou ao normal e ninguém soube explicar ao certo o que havia reduzido sua luminosidade.

Agora, uma equipe de cientistas divulgou imagens inéditas da estrela, observadas na época de variação do brilho, que revelam o que realmente aconteceu: a Betelgeuse ejetou gás de sua superfície, algo comum para estrelas no final de suas vidas, e esse gás se condensou à medida que se afastava da estrela, transformando-se em uma nuvem de poeira — a tão famosa "poeira das estrelas". Essa poeira bloqueou parcialmente a luz da Betelgeuse e, por isso, seu brilho oscilou.

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Computador do telescópio Hubble apresenta falhas

O telescópio Hubble, que revolucionou a astronomia observacional em luz visível, já não é mais um jovenzinho — ele já passou de seus 30 anos de operação. Por isso, falhas em seu hardware podem deixar as pessoas apreensivas, principalmente porque o seu sucessor, o telescópio James Webb, ainda não foi lançado. Dessa vez, o computador de cargas úteis do Hubble apresentou uma falha, causando uma parada inesperada no funcionamento. Assim, ele entrou em modo de segurança.

Este computador de carga útil é um sistema antigo, construído na década de 1980, substituído pela última vez durante a última missão de manutenção do Hubble, realizada em 2009. O módulo tem vários níveis de redundância que podem ser usados como o sistema primário quando for necessário.

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Astronautas já estão a bordo da nova estação espacial chinesa

A nova estação espacial da China é um grande sucesso. Lançado em abril, o Tianhe, primeiro componente da estação Tiangong-3, recebeu os três primeiros taikonautas, lançados na noite de quarta-feira (16) por um foguete Long March 2F. Eles ficarão a bordo durante três meses para trabalhar em atividades de manutenção e testes, e ainda haverá mais missões para dar seguimento à montagem da CSS (siga para Chinese Space Station). Esta foi a primeira missão tripulada lançada pela China em quase cinco anos.

Durante os próximos meses, eles vão trabalhar na ativação do funcionamento do módulo Tianhe, realizarão testes, verificações e operações do módulo e de sistemas. Haverá muito trabalho emocionantes para eles — e para nós, que gostamos de acompanhar as aventuras espaciais —, como caminhadas espaciais e experimentos científicos.

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