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Nova pele artificial é capaz de desenvolver o sentido do tato

Por| 16 de Outubro de 2015 às 14h13

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Nova pele artificial é capaz de desenvolver o sentido do tato
Nova pele artificial é capaz de desenvolver o sentido do tato

Parece obra de ficção científica, mas é somente ciência: pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram uma pele artificial capaz de sentir objetos. No futuro, pessoas que tiveram membros amputados poderão recuperar o tato daquela região.

Ainda em estágio inicial de desenvolvimento, a tecnologia aplicada no material flexível que simula a pele humana também tem potencial para melhorar o controle das próteses utilizadas atualmente, além de minimizar a sensação de “membro fantasma” que, segundo cientistas, afeta 80% das pessoas que sofreram algum tipo de amputação.

Material flexível com circuitos e sensores que permitiu a criação da "pele" (Reprodução: Bao Research Group/Stanford University)

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Os autores da pesquisa, que foi publicada nesta quinta-feira (15) na revista Science, utilizaram circuitos orgânicos flexíveis e sensores de pressão para simular a sensibilidade da pele. Por meio da optogenética, conseguiram transmitir os sinais emitidos pelos sensores e circuitos às células cerebrais, resultando na sensação do tato.

A optogenética é um campo de pesquisa que combina ótica e genética, e os cientistas que o estudam modificam células orgânicas para torná-las sensíveis a frequências específicas de luz. Feito isso, utilizam pulsos de luz para “ligar” e “desligar” os processos celulares. Foi assim que os pesquisadores conseguiram converter a pressão estática de um objeto sobre a pele. “Esta foi a primeira vez que um material flexível, similar à pele, foi capaz de detectar pressão e também transmitir um sinal para um componente do sistema nervoso”, contou Zhenan Bao, líder do estudo.

Modelo robótico com os sensores aplicados na pele artificial (Reprodução: Bao Research Group/Stanford University)

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Na pele artificial em desenvolvimento, foram utilizados eletrodos e bilhões de nanotubos de carbono de forma piramidal, que são bastante eficientes para canalizar sinais do campo elétrico dos objetos próximos. O material é composto por duas camadas de material plástico, em que a superior funciona como um mecanismo sensor, enquanto a inferior atua como um circuito que capta e transporta os sinais elétricos, traduzindo-os em estímulos bioquímicos.

A partir de agora, os cientistas esperam desenvolver novos sensores para a “pele”, capazes de detectar diferenças entre uma superfície áspera e uma macia, por exemplo, ou ainda identificar quando um objeto está frio ou quente, ampliando a gama de sensações que o material é capaz de transmitir ao portador da prótese. “Ainda temos muito trabalho pela frente para levar o experimento para aplicações práticas, mas depois de trabalhar muitos anos nisso, agora vejo um caminho claro por onde podemos conduzir nossa pele artificial”, explica Zhenan.

Fonte: Stanford News