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NASA revela que atmosfera de Marte foi “varrida” por ventos solares

Por| 06 de Novembro de 2015 às 08h39

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NASA/GSFC
NASA/GSFC

Depois de ter anunciado a descoberta de evidências de água em Marte no final de setembro deste ano, nesta quinta-feira (05) a NASA revelou uma descoberta científica “chave” sobre a atmosfera do Planeta Vermelho. A declaração foi feita ao vivo pela NASA Television e publicada no site oficial da entidade.

Michael Meyer, chefe do Programa de Exploração de Marte, e Bruce Jakosky, do laboratório de física atmosférica e espacial da Universidade do Colorado, participaram da transmissão informando que a atmosfera de Marte pode ter desaparecido pela ação contínua de intensos ventos solares, que atingiram o planeta com força suficiente para que o fenômeno acontecesse, extinguindo toda a água em estado líquido que uma vez cobriu seu hemisfério norte.

A descoberta foi possível graças a dados colhidos pela missão Maven (Mars Atmosphere and Volatile Evolution), que enviou uma sonda ao nosso planeta vizinho em novembro de 2013. De acordo com a equipe de cientistas, as tempestades solares foram as culpadas pela transformação do clima de Marte, que provavelmente já teve uma temperatura agradável e um ambiente propício para abrigar a vida como conhecemos, mas acabou se tornando um enorme corpo celeste frio e desértico. Os ventos provenientes do Sol “arrancaram” partículas da atmosfera pouco a pouco, prejudicando sua proteção natural e implicando na mudança climática extrema.

Jakosky simplifica explicando que “o que houve pode ser comparado com o momento em que saímos do banho e o vento tira as gotas de água do nosso cabelo”. Os pesquisadores ainda afirmam que a perda de gás na atmosfera restante do planeta continua acontecendo, apesar de apresentar níveis mais baixos do que anteriormente, e para a atmosfera sumir por completo ainda serão necessários alguns bilhões de anos. Para termos uma melhor noção, as medições indicam que os ventos solares seriam capazes de expulsar os gases da atmosfera marciana com uma velocidade de 100 gramas por segundo.

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Reprodução artística da sonda Maven (Reprodução: NASA)

A missão Maven também revelou que quando tempestades solares bombardeiam Marte, as partículas de sua atmosfera podem ser perdidas até 20 vezes mais rapidamente do que normalmente. Pelo fato do planeta não possuir campo magnético, seus gases sofrem mais com a ação do Sol, e os estudos mostraram que essa perda é ainda maior do que se imaginava. A atmosfera do Planeta Vermelho é composta por 95,3% de dióxido de carbono, sendo o restante preenchido por porções de gases como nitrogênio, argônio, neon e oxigênio.

“Entender o que aconteceu com a atmosfera de Marte nos informará sobre as dinâmicas e evolução de outras atmosferas planetárias. Aprender o que causa mudanças ao ambiente de um planeta de um estágio com água e micróbios para outro em que não há mais nada é a questão-chave da missão da NASA à Marte”, explicou John Grunsfeld, astronauta e administrador da NASA Science Mission Directorate.

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O vídeo a seguir publicado no canal da agência no YouTube mostra como seria uma tempestade solar atingindo o Planeta Vermelho:

Fonte: NASA