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Fotos do robô Curiosity, da NASA, mostram como é o por do sol em Marte

Por| 11 de Maio de 2015 às 11h33

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Já se passaram quase três anos desde que o robô Curiosity pousou em Marte, em agosto de 2012. De lá para cá, a sonda tem captado diversos dados científicos, além de belas imagens do nosso planeta vizinho. E fotos divulgadas na última semana pela NASA mostram como é o por do sol lá no planeta vermelho.

As fotografias foram tiradas pela Mastcam, uma poderosa câmera fotográfica acoplada ao jipe-robô Curiosity. As imagens são do dia 15 de abril de 2015, considerado o sol 956 do planeta - "sol" é a denominação dada para cada dia em Marte e corresponde a 24h39, ou seja, 39 minutos a mais do que as 24h de um dia terrestre. Embora contraste com as cores quentes do nosso por do sol, as imagens divulgadas pela agência espacial norte-americana mostram que o fim de um dia em Marte é azul, mas tão bonito quanto o entardecer aqui na Terra, mesmo que ainda não possamos acompanhar o evento pessoalmente.

Muita gente deve estranhar o fato do por do sol em Marte ser azulado se o corpo celeste é conhecido como planeta vermelho. A própria atmosfera de Marte, composta por diversos elementos, entre eles a ferrugem na poeira de sua superfície, dá aquele tom avermelhado e marrom às rochas e ao cenário marciano que já conhecemos dos vídeos e fotos publicados na internet. Até o ambiente árido e seco lembra os desertos da Terra, onde o sol domina na maior parte do dia.

Logo, é de se imaginar que o por do sol em Marte deveria ter os tons vermelho-laranja de quando vemos o sol por aqui. No entanto, isso não acontece por conta da própria atmosfera do planeta, principalmente devido sua famosa poeira vermelha, que faz a luz se dispersar de maneira distinta.

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Tons de azul de um fim de dia contrastam com a atmosfera seca do planeta vermelho (Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Damia Bouic)

Vamos explicar. Na Terra, quando um raio de luz atinge as partículas da atmosfera, os comprimentos de onda da cor azul não conseguem penetrar nesse caminho e são jogados fora. Conforme saem da atmosfera, esses comprimentos de onda atingem outras partículas presentes no ar, enquanto parte desses comprimentos volta para a superfície da Terra. No momento exato do por do sol, o que acontece é que a atmosfera, naquele instante, é capaz de filtrar mais as cores, fazendo com que possamos enxergar aquele sol em tons mais intensos de amarelo e vermelho.

Basicamente, durante o por do sol, os raios de sol precisam passar por mais partículas na atmosfera, justamente quando o astro está na linha do horizonte do planeta. Nesse processo, apenas a luz avermelhada sobrevive devido sua maior capacidade de dispersão.

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Em Marte, acontece exatamente o inverso disso tudo. O processo de ultrapassagem de luz é o mesmo do daqui da Terra, mas como a atmosfera marciana é mais fina do que a terrestre, a cor azul consegue desviar da luz e penetrar com mais facilidade do que outras cores com outros comprimentos de onda. É por isso que o tom de azul fica mais próximo da direção do sol quando comparado a outros raios solares, como o vermelho e amarelo.

Animação mostra como é o por do sol em terras marcianas (Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Damia Bouic)

É importante destacar que a Mastcam capturou essas imagens do por do sol em Marte durante fortes tempestades de areia, justamente quando a poeira impede que os raios da maior estrela do sistema solar ultrapassem a atmosfera.

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Também vale lembrar que, apesar deste ser o primeiro registro do evento feito pela Curiosity, não é a primeira vez que descobrimos como é o por do sol marciano. Em 2010, a NASA divulgou um vídeo com imagens tiradas pelo robô Opportunity, que está há quase 11 anos em Marte, entre os dias 4 e 5 de novembro. Veja abaixo:

Fonte: Jet Propulsion Laboratory (NASA)