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Fóssil de crânio pode revelar ancestral comum entre humanos e macacos

Por| 10 de Agosto de 2017 às 12h08

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Fóssil de crânio pode revelar ancestral comum entre humanos e macacos
Fóssil de crânio pode revelar ancestral comum entre humanos e macacos

Em setembro de 2014, o arqueólogo John Ekusi ficou conhecido por encontrar um crânio primata de 13 milhões de anos em um deserto a oeste do Lago Turkana, em Napudet, no Quénia. Tal descoberta mobilizou uma pesquisa mais aprofundada sobre o fóssil, apelidado de Alesi, conduzida por especialistas da Turkana Basin Institute, da Universidade Stony Brook, e da Anza College, nos EUA.

O resultado da análise foi publicado nesta quarta-feira (9) pela revista Nature, revelando que o crânio fossilizado pertencia a um filhote de macaco de 16 meses.

Até então, a ciência considerava que, em aspectos evolutivos, os nossos antepassados comuns com os chimpanzés viveram na África há 6 milhões de anos, descobertos por meios de fósseis datados desta época em questão. Entretanto, estudos de ossos mais antigos não apresentavam conservações suficientes para sustentar a tese de que há ancestrais próximos ao homem antes deste período.

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E é exatamente neste ponto que Alesi é importante, pois, por meio de diversas análises de imagens tridimensionais de raios-x, os cientistas foram capazes de estabelecer diversos elos evolutivos entre os primatas e a nossa espécie.

De acordo com o artigo científico, o crânio, do tamanho de um limão, indica a presença de uma nova espécie, chamada de Nyanzapithecus alesi, apresentando tubos auditivos ósseos desenvolvidos, que é uma característica importante para relacioná-lo com os símios atuais. Além disso, também foi descoberto que o pequeno focinho do primata se assemelha muito a um filhote de gibão.

"A impressão inicial é que se trata de um gibão extinto. No entanto, nossas análises demonstram que essa aparência não é exclusiva de gibões, pois estes evoluíram várias vezes entre outros parentes extintos", explica Chris Gilbert, do Hunter College de Nova York, nos Estados Unidos.

Os especialistas também constataram que Alesi não se comportava como um gibão, conhecido por movimentos ágeis e acrobáticos nas árvores, se locomovendo com muito mais cautela devido às características de seu ouvido interno.

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Por fim, os estudos constataram que o Nyanzapithecus alesi pertencia a um grupo de primatas que existiu na África há dez milhões de anos, e que este grupo, de origem africana, estava muito próximo da origem dos símios e humanos atuais.

Fonte: EFE