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Especialista aponta a energia nuclear como solução para as mudanças climáticas

Por| 29 de Março de 2016 às 18h00

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Lennart Tange/Flickr
Lennart Tange/Flickr

Ao longo dos últimos 20 anos, os Estados Unidos adquiriram mais de 19 mil ogivas nucleares russas a fim de desmantelá-las e usar o seu conteúdo como combustível para reatores nucleares. A prática ajuda a evitar problemas gravíssimos, como guerras nucleares, e colabora no combate às mudanças climáticas. Este cenário impediu a emissão de 64 bilhões de metros cúbicos de gases do efeito estudo e salvou em torno de 1,8 milhão de vidas ao evitar a produção de fuligem e de outros poluentes emitidos por centrais elétricas movidas a carvão, garante o cientista especialista em clima James Hansen, da Universidade de Columbia.

Defensor da substituição dos combustíveis fósseis por energia nuclear, Hansen garante que usinas de energia elétrica movidas a carvão são responsáveis por metade das emissões globais dos gases do efeito estufa. “Se você substitui estas centrais elétricas por reatores nucleares modernos e seguros, poderia ter uma redução da poluição bastante rápida”, comentou o especialista em conversa com jornalistas no último mês de dezembro.

E a opinião do pesquisador não se baseia apenas em projeções laboratoriais, mas também na realidade: durante os anos de 1970 e 1980, a França apresentou a mais rápida redução na emissão dos gases do efeito estufa ao investir em energia de fissão nuclear em detrimento da queima de combustíveis fósseis. Lá, foi vista uma redução de 2% nas emissões por ano, desempenho que, apesar de bastante positivo, ainda está bem abaixo dos 6% necessários para evitar grandes mudanças climáticas no planeta Terra.

Segundo um relatório do Laboratório Nacional de Energia Renovável do Departamento de Energia dos Estados Unidos, ao longo de toda a sua vida útil, uma central nuclear produz a mesma quantidade de gás carbônico por kilowatt-hora do que moinhos de vento e menos gases do efeito estudo do que painéis fotovoltaicos.

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Obstáculos

Apesar de possíveis vantagens, a construção de reatores nuclear tem ao menos um obstáculo fundamental: o preço elevado. Segundo a revista Scientific American, para que abastecer um quarto dos Estados Unidos seria necessária a construção de 1 mil reatores seria necessário um investimento de US$ 7 trilhões. E vale lembrar que este investimento incluiria a criação de novos reatores tanto para expandir a quantidade atual quanto para substituir equipamentos antigos, sem deixar de lado a eficiência e a segurança.

Dada a demora da construção de usinas nucleares e o alto volume de dinheiro necessário para a sua construção, a energia nuclear é vista como uma saída a longo prazo. Para se ter uma ideia, a China é o país com maior número de reatores nucleares do mundo na atualidade, com 29 em fase de construção e a proposta de erguer mais 59 nos próximos anos. Contudo, mesmo após concluir todos eles, o país asiático ainda terá 50% de sua energia fornecida a partir da queima de carvão, sem contar em todo o gasto de combustíveis fósseis empregados também na criação de uma usina nuclear.

Além do lado financeiro, as preocupações ambientais também não saem do radar, especialmente após o grave acidente em Fukushima, no Japão, país que não deve aumentar os investimentos neste tipo de energia tão cedo. Com preocupações semelhantes, países como Alemanha e França também anunciaram planos de reduzir a dependência da energia nuclear. Porém, espera-se que o investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias possa não somente baratear, mas também tornar a energia nuclear mais segura, tornando-a uma alternativa de fato aos combustíveis fósseis.

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Fonte: Scientific American