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Cordeiros já crescem em útero artificial: seres humanos devem ser os próximos

Por| 25 de Abril de 2017 às 16h43

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Cordeiros já crescem em útero artificial: seres humanos devem ser os próximos
Cordeiros já crescem em útero artificial: seres humanos devem ser os próximos

Nesta terça-feira (15), cientistas publicaram na revista Nature os resultados de uma pesquisa envolvendo úteros artificiais. Desenvolvidos no Hospital Pediátrico da Filadélfia, nos Estados Unidos, os dispositivos recriam o ambiente uterino, permitindo o crescimento de fetos de animais — pelo menos por enquanto.

De acordo com as informações divulgadas, a ideia é que o sistema possa reduzir a mortalidade e as deficiências em bebês prematuros, e para isso o dispositivo foi testado, inicialmente, em fetos de cordeiros, que possuem desenvolvimento parecido com o dos humanos. Obviamente, o crescimento dos cordeiros não é o mesmo que o das pessoas, especialmente quando se pensa em estrutura cerebral, mas a pesquisa abre caminhos para a aplicação do sistema em seres humanos.

Durante o estudo, os fetos dos animais permaneceram um mês em um ambiente com líquido amniótico conectado a máquinas que controlam a temperatura, sinais vitais e o fluxo sanguíneo. Além disso, o dispositivo executa a função da placenta materna, garantindo a troca de oxigênio e dióxido de carbono. A pesquisa foi um sucesso, e os pequenos animais cresceram de forma completamente saudável. Os autores do estudo reconhecem que mais investigações científicas serão necessárias antes que o dispositivo possa ser usado em bebês humanos, mas a expectativa é de que dentro de três anos os primeiros testes sejam feitos com pessoas.

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Alan W. Flake, responsável pelo estudo, explica que milhões de pais e bebês serão beneficiados pela pesquisa: "Se desenvolvermos um sistema extrauterino para apoiar o crescimento e a maturação de órgãos por apenas algumas semanas, poderemos melhorar drasticamente os resultados para bebês extremamente prematuros".

Questionado sobre a possibilidade de um bebê nascer de um ambiente totalmente artificial, o cientista deixou claro que desenvolver um embrião fora do corpo materno é assunto de ficção científica. Em vez disso, a ideia e o desafio de todos os pesquisadores é criar um útero artificial provisório para oferecer aos bebês nascidos prematuramente um ambiente mais natural para continuar seu crescimento de forma saudável. Seja como for, esta é, sem dúvida, uma excelente notícia para a ciência.

Fonte: TheVerge