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Cientistas descobrem que nosso inconsciente sabe muito bem identificar deepfakes

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Julho de 2022 às 17h40

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UC Berkeley
UC Berkeley

Com a crescente melhoria nas tecnologias e popularização dos deepfakes — substituição de rostos, vozes e características de pessoas com a ajuda de inteligência artificial —, aumenta também o nosso receio de como fazer para identificar essas falsificações. Afinal de contas, as implicações políticas e pessoais de forjar falhas, principalmente incriminatórias, podem ser muito grandes.

Mas e se a resposta para essa pergunta estivesse muito perto? Na verdade, dentro de nós? É isso que um novo estudo busca fazer, utilizando o poder de processamento inconsciente do nosso cérebro para identificar deepfakes. E os resultados são promissores: aparentemente, nossa mente subconsciente consegue identificar tais falsificações melhor do que a nossa mente consciente.

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Quem é de verdade sabe quem é de mentira

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Sidney, que fizeram dois tipos de teste: um comportamental e outro com neuroimagens. Monitorando os participantes via eletroencefalografia (EEG), notou-se que seus cérebros conseguiam distinguir deepfakes 54% das vezes, enquanto a identificação verbal de outro grupo só conseguiu notar em 37% dos casos.

Foram mostradas 50 imagens, representando tanto pessoas reais quanto deepfakes, sendo que as mesmas figuras foram mostradas para cada grupo. As suposições dos cientistas ficam no fato de que, já que as falsificações são realizadas por programas de computador, há certas assinaturas, "impressões digitais" deixadas na imagem que nosso cérebro consegue, de alguma forma, identificar.

Embora ainda seja uma investigação preliminar do fenômeno, o potencial de processamento do nosso cérebro já provou ser capaz de fazer coisas que sequer estamos cientes de forma consciente. Há ideias para, no futuro, construir dispositivos como capacetes que poderiam fazer rápidas leituras de EEG e nos ajudar a identificar vozes ou rostos falsos durante atendimentos online, por exemplo.

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Enquanto isso não acontece, tudo que podemos fazer é ficar vigilantes e conferir as informações que chegam até nós. O artigo investigando nossa percepção dos deepfakes foi publicado na revista científica Vision Research.

Fonte: Vision Research