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Cientistas criam o primeiro embrião humano geneticamente modificado

Por| 23 de Abril de 2015 às 11h37

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Cientistas criam o primeiro embrião humano geneticamente modificado
Cientistas criam o primeiro embrião humano geneticamente modificado

Parece história de mais um filme de ficção-científica, mas é a mais pura realidade: uma equipe de pesquisadores chineses anunciou ter conseguido alterar os genes de um embrião humano. Segundo os cientistas da Universidade de Sun Tat-sen, em Guangzhou, eles foram capazes de alterar características do DNA para impedir o desenvolvimento de uma doença genética naquele futuro indivíduo.

É a primeira vez que algo do tipo foi realizado com sucesso. De acordo com o relatório divulgado, eles isolaram e removeram o gene HBB, responsável pela doença sanguínea conhecida como talassemia beta, e isso pode representar um avanço e tanto na sua cura.

Para isso, os pesquisadores utilizaram uma técnica conhecida como CRISPR/Cas9, que usa uma enzima específica que funciona como uma espécie de tesoura genética, ou seja, retirando os genes problemáticos e os substituindo por outros inteiramente funcionais.

Embora este seja apenas o primeiro passo na manipulação genética, muita gente vê essa conquista como um grande avanço na cura de uma série de doenças que até então permaneciam como um desafio para a medicina. Assim, a novidade pode acabar com a possibilidade da pessoa nascer ou desenvolver síndromes e males congênitos, como Down e Parkinson.

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Por outro lado, há quem acredite que essas tentativas de modificar o código genético podem resultar em efeitos colaterais ainda piores do que a doença que se está tentando eliminar — isso sem falar de todas as questões éticas que cercam o tema. Como o chefe da Aliança pela Medicina Regenerativa protesta, "estamos falando de seres humanos e não de ratos transgênicos".

Segundo Edward Lanphier, há toda uma questão ética em xeque quando se fala em modificar os genes humanos e que a pesquisa chinesa já ultrapassa os limites do que toda a comunidade médica considera aceitável.

Já a Universidade de Sun Tat-sen se defendeu dizendo que tudo ainda está em fase inicial e que eles estão tratando as coisas apenas como um estudo por conta do ainda alto índice de falhas nos testes. De acordo com a instituição, dos 86 embriões utilizados inicialmente, apenas 71 sobreviveram à aplicação da enzima e somente 28 à adição de um novo filamento de DNA. Mais do que isso, só uma pequena parcela desse total conseguiu fazer com que a substituição se tornasse funcional.

Para o chefe da equipe de pesquisa, Junjiu Huang, é preciso fazer com que os resultados cheguem próximos a 100% caso a ideia seja levar a técnica a embriões normais.

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Fonte: Engadget