Cientistas chineses descobrem um novo método de tratamento contra COVID-19
Por Munique Shih | Editado por Luciana Zaramela | 13 de Janeiro de 2022 às 11h40
Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Animal em Experimentos Médicos da Academia Chinesa de Ciências Médicas desenvolveram um novo método para combater o novo coronavírus. A pesquisa, que levou 10 meses para ser desenvolvida, foi publicada online na revista acadêmica "Cellular and Molecular Immunology".
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A técnica consiste da combinação entre micropartículas modificadas, derivadas de células A549, presentes nos alvéolos pulmonares humanos, com o novo coronavírus. Segundo os pesquisadores, as micropartículas celulares são ricas em colesterol oxidado e na "enzima conversora da angiotensina 2" (ACE2), que, quando combinadas com o novo coronavírus, auxiliam os macrófagos alveolares (AMs) a absorver e destruir uma maior quantidade de vírus. Vale lembrar que o ACE2 é um receptor que funciona como porta de entrada para o vírus nas células e que, dessa forma, a técnica promete "enganar" o vírus.
Os macrófagos alveolares desempenham um papel fundamental no sistema imunológico humano. Essas células têm a função de defender o organismo contra microrganismos e agentes estranhos, "engolindo'' partículas como micróbios e vírus, ajudando a manter os alvéolos dos pulmões limpos.
Além disso, os cientistas observaram que a estratégia conseguiu inibir a resposta inflamatória em camundongos, demonstrando que a combinação das micropartículas com o novo coronavírus pode ajudar a reduzir o desconforto dos pacientes infectados.
Tais descobertas destacam o uso potencial da combinação entre o ACE2 presente nas micropartículas e o novo coronavírus para tratar pacientes infectados pela doença. Além disso, a novidade mostra a viabilidade desse método para combater vírus respiratórios emergentes no futuro.
Considerando a capacidade dos macrófagos alveolares de absorver o novo coronavírus e regular o pH endolisossômico e a atividade inflamatória dos macrófagos, eles podem atuar como um agente terapêutico no tratamento da doença, disse Huang Bo, líder da pesquisa. O cientista espera que esta seja uma nova estratégia para o tratamento de pacientes com COVID-19.