Cientista brasileiro usa laser para transformar ratos em "zumbis assassinos"
Por Joyce Macedo | 18 de Janeiro de 2017 às 15h56
O neurobiólogo brasileiro Ivan de Araújo e sua equipe usaram lasers para desencadear o instinto predatório de um rato de laboratório. Isso significa que os pesquisadores conseguiram transformar ratinhos inofensivos e normalmente tímidos em assassinos eficazes.
Para conseguir essa façanha, eles trocaram os eletrodos por lasers e estimularam as amídalas cerebelosas do animal, uma região do cérebro faz parte do sistema límbico e é um importante centro regulador do comportamento agressivo e emocional.
Para estimular uma reação predatória, os cientistas posicionam a luz exatamente sobre essa região do cérebro do rato. A equipe usou uma técnica chamada optogenética, que é uma combinação entre luz, genética e bioengenharia que permite o estudo de circuitos neuronais e comportamentos atuando em células específicas. A reação após o estímulo luminoso é imediata.
"Ligamos o laser e eles pularam em um objeto, segurando-o com as patas e mordendo-o intensamente como se estivessem tentando capturar e matar", explicou Ivan de Araujo, que é professor associado de psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Yale.
Em seu estado normal, os ratos simplesmente ignoram os objetos que são colocados em suas gaiolas, mas quando o laser pulsa, eles o atacam imediatamente – inclusive alguns grilos vivos. O comportamento violento também cessa assim que o laser é desativo.
No entanto, apesar da comparação irresistível com zumbis, o cientista explica que a ativação do laser não induz os ratos a atacar uns aos outros e ele simplesmente aumenta o comportamento de caça natural.
Para quem ficou curioso em saber se o mesmo método pode ser usado para ativar o comportamento predatório em humanos, saiba que isso seria bem difícil. Para ativar as células cerebrais, o laser tem que incidir exatamente sobre eles, e isso requer que um cabo de fibra óptica seja implantado cirurgicamente no crânio.