Biorreator criado em impressora 3D acelera pesquisas do vírus Zika
Eis aqui um belo golpe para o povo que normalmente molda vulcões para feiras de ciência. Um estudante do ensino médio de Nova York (EUA) utilizou uma impressora 3D e suas férias de verão para desenvolver um biorreator igualmente barato e eficiente – capaz de acelerar consideravelmente as pesquisas relacionadas ao vírus Zika.
A criação de Christopher Hadiono faz uso de “minicérebros” desenvolvidos em laboratório para conduzir uma bagatela de testes. Batizado de “The SpinΩ”, o biorreator é alimentado com neurônios desenvolvidos a partir de células-tronco – algo que não é propriamente inédito, mas que normalmente envolve custos bem mais expressivos. Essas pequenas massas encefálicas, embora imperfeitas isoladamente, acabam sendo bastante úteis para testes extensivos em laboratório.
US$ 400 e uma impressora 3D
Grande parte do biorreator desenvolvido por Hadiono foi moldada utilizando uma impressora 3D comum – embora uma série de peças de precisão tenham sido necessárias para concluir o invento, deixando-o pronto para as experiências.

Além de possuir dimensões reduzidas, o biorreator do estudante ainda é muito mais barato para fabricar. Trata-se de algo próximo aos US$ 400, em comparação com os US$ 2 mil de um biorreator padrão. Além disso, o aparato necessita de uma quantia relativamente pequena do fluido nutritivo formado pelos neurônios. Em outras palavras, por apenas uma fração dos custos usuais, o SpinΩ pode acomodar dez vezes mais “minicérebros”.
“Eu fiquei chocado”, contou o responsável pelo laboratório e coautor de uma pesquisa recém-publicada, o professor Hongjun Song, em entrevista ao site Spectrum News. “Nós acreditávamos que nem mesmo um estudante de biotecnologia poderia tornar algo assim em realidade.”
Reforço anti-Zika
E não foi preciso esperar muito tempo para colocar o aparelho em ação. Ao longo da referida pesquisa, a equipe não apenas revela os detalhes operacionais do biorreator como também delineia um experimento que parece fortalecer a hipótese de ligação entre o vírus Zika e os casos de microcefalia.

Song contou ainda ao site TechCrunch que há diversos interessados no SpinΩ, desde laboratórios desenvolvendo versões próprias até fabricantes de equipamentos em busca de licenciamento para utilizar a ferramenta. Naturalmente, o nome de Hadiono já consta em um pedido de patente pendente.
Fontes: SpectrumNews, TechCrunch.
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