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Bill Gates vai investir US$ 18 milhões no combate ao mosquito da dengue

Por| 24 de Abril de 2017 às 10h17

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O surto de dengue, zika e chikungunya que eclodiu no Brasil e em vários países no ano passado parece ter chamado atenção do homem mais rico do mundo, Bill Gates. Isso porque o executivo revelou na última semana que fechou um acordo com o governo e entidades dos Estados Unidos para investir US$ 18 milhões no combate ao Aedes aegypti. Uma das principais metas é modificar geneticamente os mosquitos, tornando-os estéreis.

De acordo com o Gates, a maioria dos testes está sendo realizada na Antioquia (Colômbia), nos subúrbios do Rio de Janeiro e na Indonésia. Pesquisas também acontecem no Vietnã, onde os cientistas já observaram resultados positivos. Os assessores do fundador da Microsoft afirmam que essa pode ser a iniciativa de saúde de maior impacto da Gates Foundation, organização que já destinou mais de US$ 500 milhões para estudar diversas doenças.

No caso do Aedes aegypti, a meta é contaminar o mosquito com uma bactéria chamada "Wolbachia", presente em 60% dos mosquitos e insetos na natureza, mas não no Aedes. A ideia é que, uma vez estéreis, as próximas gerações do inseto não tenham a capacidade de transmitir o vírus causador das doenças. Caso o plano seja bem-sucedido, a proteção da população nos locais mais afetados pode aumentar em até 40%, e resultados mais conclusivos serão divulgados até o final deste ano.

No Brasil, o executivo tentou encontrar parceiros para apoiar o desenvolvimento de vacinas, mas disse não ter conseguido fechar um acordo com institutos nacionais. "Há um grande trabalho no Brasil. Mas, por enquanto, não temos uma vacina", destacou.

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Além desses experimentos, Gates disse que está investindo em novos pesticidas. Entre 2005 e 2016, ele injetou US$ 100 milhões em um projeto de pesquisas no Reino Unido e já prometeu investir mais US$ 75 milhões para os próximos cinco anos. "Estamos fazendo muito esforço para lidar com o controle de vetores. Aqueles produtos que temos hoje, já criaram resistência [nos mosquitos]", afirmou. Segundo Gates, o financiamento passou por um debate na Organização Mundial de Saúde (OMS) para assegurar que esses novos químicos estejam dentro das normas estabelecidas.

Um estudo recente aponta que o maior risco do zika, por exemplo, é o de reverter os ganhos sociais dos últimos anos. O impacto da doença tem sido maior que os programas sociais de combate à pobreza, como o Bolsa Família, nas regiões mais carentes do país. "No Brasil, os custos indiretos da microcefalia foram estimados em US$ 1,7 mil por mês, seis vezes o valor do benefício adicionado ao Bolsa Família para mães e crianças com microcefalia", completou.

Fontes: O Estado de São Paulo, Forbes