Publicidade

NASA utiliza CPU do PlayStation original para guiar sonda a Plutão

Por| 16 de Janeiro de 2015 às 11h00

Link copiado!

Divulgação
Divulgação

Lançado há 20 anos no Japão, o PlayStation original, também conhecido como PSOne, é considerado um dos consoles mais queridos pela comunidade gamer. Mas engana-se quem pensa que apenas os usuários comuns fizeram - e ainda fazem - uso do icônico aparelho produzido pela Sony. A NASA também recorreu ao dispositivo para construir a sonda New Horizons, que carrega em sua arquitetura o mesmo processador do primeiro videogame da gigante japonesa.

De acordo com o site The Escapist, a New Horizons, que foi lançada pela agência espacial americana em janeiro de 2006, possui uma CPU MIPS R3000, a mesma que um dia renderizou gráficos dos clássicos Final Fantasy VII e Metal Gear Solid. O chip é responsável por monitorar os sensores da sonda, acionar seus propulsores e transmitir para a Terra informações colhidas do espaço, além de guiar o equipamento para perto do planeta anão Plutão.

Apesar de utilizar o mesmo microprocessador de 32-bit presente no PlayStation, a peça só foi alterada para receber uma proteção especial contra a radiação espacial. Após vários estágios de hibernação, a expectativa é que a sonda chegue ao ponto mais próximo de Plutão no dia 16 de julho deste ano. Depois de um período de novas pesquisas, a NASA deve prolongar a missão por mais quatro anos e levar a sonda para outras luas e planetas anões do Cinturão de Kuiper.

Continua após a publicidade

A sonda New Horizons deve chegar ao planeta Plutão em julho deste ano. (Foto: Divulgação/NASA)

A escolha da agência em optar por máquinas obsoletas não é em vão, já que, para a entidade, quanto mais antigas forem as peças, maiores serão as chances de sucesso dos protótipos desenvolvidos pelos engenheiros. Além disso, esta não é a primeira vez que a agência utiliza componentes eletrônicos mais antigos em suas construções. A sonda-robô Curiosity, por exemplo, que está há dois anos em Marte, usa um computador com uma arquitetura semelhante a dos celulares inteligentes atuais.

Outra máquina que se apoia nesse conceito é a Orion. A espaçonave, que planeja levar astronautas para o planeta vermelho até 2020, é controlada por um processador PowerPC 750FX de 900 MHz, lançado pela IBM em 2002, e que não é muito diferente daquele que está presente no seu celular.

No mês passado, Matt Lemke, vice gerente da equipe de aviação, energia e software da Orion, disse que o principal fator no desenvolvimento da Orion é testar a confiabilidade dos equipamentos e não o quão recentes e poderosos eles são - apesar de serem bem mais lentos que os modelos atuais. Por isso, a agência sempre prefere utilizar peças mais antigas, pois, além de oferecerem mais segurança, reduzem os custos financeiros das missões.

Continua após a publicidade

"A Orion não é uma construção altamente tecnológica, mas é algo de ponta se comparado com o que está voando no espaço atualmente. É muito mais capaz do que a estação espacial ou do que outros ônibus espaciais já foram. Só precisamos ter certeza de que [os equipamentos] irão funcionar sempre", comentou o engenheiro.