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Água Quente: combustível para os furacões

Por| 30 de Outubro de 2012 às 13h07

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Água Quente: combustível para os furacões
Água Quente: combustível para os furacões

Nos últimos dias muito tem se falado sobre o furacão Sandy que atingiu a costa leste dos Estados Unidos, provocando muita preocupação e apreensão na população americana. De fato, a temporada de furacões no Atlântico Norte ocorre entre 1º de junho e 30 de novembro. Por isso ainda podemos ter algumas surpresas nesse ano de 2012.

Mas o que faz uma temporada de furacões ser mais ou menos ativa? O interessante da meteorologia é que mesmo se tratando de uma ciência exata, o comportamento da atmosfera (e dos oceanos) ainda não foi totalmente parametrizado pelo homem, ou seja, não conseguimos representar tudo que acontece entre o céu e o mar em forma de equações matemáticas e físicas. E se o homem não consegue colocar uma equação que responda 100%, então já não tem o total domínio e compreensão daquilo que está estudando.

Em outras palavras, ainda não conseguimos prever com antecedência e com assertividade qual o comportamento de uma temporada de furacões. O mesmo raciocínio se aplica à previsão do clima de forma geral.

Mas existem certos indicativos que são muito bem conhecidos em se tratando de formação, evolução e deslocamento de furacões: um dos mais importantes é a Temperatura da Superfície do Mar (TSM). Para um furacão se formar, ele necessariamente precisa de águas quentes, que vão servir de combustível para ele ganhar força. Mas não basta a TSM estar quente para o furacão se formar. A TSM precisa estar quente durante toda a rota desse furacão. Na verdade, o furacão é esperto: ele acaba seguindo a rota onde estão as águas mais quentes. Se a TSM continuar quente, ele continua seu caminho. Se esfriar, ele perde força e desaparece.

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A figura acima mostra a anomalia de TSM observada na última semana (dados provenientes da National Oceanic and Atmospheric Administration -NOAA). Não precisa ser especialista pra entender que as águas por lá estão realmente mais quentes. E como conseguimos monitorar essa TSM, que é tão importante na previsão de curto prazo dos furacões? Ai precisamos da ajuda de nossos amigos satélites.

Sabendo onde estão as águas mais quentes, fica mais fácil (apenas mais fácil) saber qual a direção que um furacão deve tomar, e onde o “olho” desse furacão deve tocar o continente.

O papel das águas quentes do oceano também se refletem aqui no Brasil. Por exemplo, um verão em que o Atlântico Sul está com a TSM mais quente, há grandes chances de temporais nas cidades mais próximas do oceano. Por outro lado, a TSM mais fria diminui esse risco.

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Por isso, da próxima vez que estiverem na praia, vejam se a água está mais quente que o normal. Se estiver, há grandes chances de chuva.

E, pra finalizar, uma curiosidade: de onde vêm os nomes dos furacões que atingem a América do Norte? Na verdade essa lista já existe pelo menos para os próximos 5 anos. A Organização Mundial de Meteorologia é responsável pela atualização desses nomes. Até alguns anos atrás todos os furacões tinham nomes femininos. Isso gerou uma certa revolta entre as feministas, e agora os nomes são alternados: um masculino e outro feminino. Mas não adiantou muito. Coincidentemente, os mais perigosos continuam sendo as "garotas"...