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4 razões para acreditar que existe vida em Marte

Por| 21 de Maio de 2015 às 08h49

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Marte é alvo constante da exploração de agências espaciais, mas isso não quer dizer que ele seja igual a Terra; longe disso. Enquanto nosso planeta azul está envolto em uma camada atmosférica agradável que nos protege de perigosas explosões radioativas que permeiam o espaço, Marte possui uma atmosfera muito diferente. Além de rarefeita e empoeirada, ela é constantemente bombardeada por raios cósmicos.

A temperatura do Planeta Vermelho também não é das mais agradáveis. Enquanto a temperatura média na Antártida – o lugar mais frio da Terra – é de 58ºC negativos, a temperatura média em Marte é de 80ºC negativos. Mesmo com todos esses "probleminhas", alguns astrônomos e cientistas estão convencidos de que poderia haver vida em Marte. Entenda o porquê desse otimismo.

1. Marte já foi bem parecido com a Terra

Nossa percepção de Marte mudou drasticamente ao longo das últimas décadas. Ele pode ser parecido com um pedaço de rocha espacial vazia, mas há evidências de que Marte costumava ser bem parecido com a Terra há bilhões de anos, de acordo com a astrobióloga da NASA, Jennifer Eigenbrode. De acordo com os cientistas, o planeta já teve água o suficiente para cobri-lo por inteiro até uma profundidade de 137 metros e, segundo uma análise, 87% desta água foi perdida no espaço.

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As evidências também indicam que Marte costumava ser mais quente no passado. Calor e grande quantidade de água são dois grandes pré-requisitos para a vida, logo é possível que tenha existido vida em Marte e que em algum momento ela tenha sido extinta. Ou então os seres do planeta tomaram um caminho evolutivo diferente aqui da Terra e ainda estão escondidos em algum canto daquelas rochas.

2. Existe vida até nos lugares mais extremos da Terra

A vida é surpreendentemente resistente. Ela pode ser encontrada no deserto do Atacama, onde as temperaturas variam de 0ºC à noite a 40ºC durante o dia. A região já atingiu o menor índice pluviométrico do planeta, pois é possível ficar entre 10 e 15 anos sem chuva.

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Deserto do Atacama

Até mesmo a usina de Chernobyl, na Ucrânia, já abriga espécies de fungos vivendo no interior e em torno do seu Reator Nuclear. Os chamados "fungos radiotróficos" utilizam melanina para converter radiação gama1 em energia química para o seu crescimento.

"A vida existe em todos os extremos da Terra", disse Eigenbrode. "Toda vez que pensamos 'é impossível ter vida aqui', provamos que estávamos errados". Isso significa que é possível encontrar vida em algum lugar do meio ambiente extremo de Marte.

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3. Alguns ingredientes para a vida já existem em Marte

Os geólogos utilizam o termo "bioassinatura" para nomear qualquer substância que forneça evidência científica de vida passada ou presente em um planeta. É exatamente isso que os cientistas estão procurando em Marte – e já existem algumas pistas promissoras. O metano, por exemplo, já foi encontrado na atmosfera do planeta vermelho, mas os cientistas ainda não têm ideia de onde ele está vindo. O metano se dissipa, mas parece haver um fluxo constante na região, de modo que algo parece estar produzindo ativamente esse gás. Uma ideia maluca que já foi cogitada é que o metano pode estar surgindo de minúsculos micróbios que vivem abaixo da superfície de Marte.

Os cientistas já descobriram alguns dos ingredientes essenciais para a vida por lá, incluindo nitrogênio (uma parte crítica dos aminoácidos), monóxido de carbono (fonte de energia para alguns micróbios) e também há evidências de que água líquida salgada está fluindo abaixo da superfície.

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4. O que realmente existe abaixo da superfície de Marte?

Sonda Curiosity em Marte

Nós ainda não sabemos. Isso porque o máximo que os cientistas conseguiram fazer foi cavar alguns centímetros com uma pequena broca da sonda Curiosity. Mesmo essas pequenas amostras do solo retiradas pelo rover poderiam conter vida microbiana, mas a técnica utilizada para extrair esses sinais de vida do solo pode ser a errada. O solo marciano contém perclorato, um sal que quando aquecido (isso é feito no laboratório a bordo da Curiosity) destrói qualquer material orgânico. Basicamente, isso quer dizer que o solo de Marte pode conter vida, mas o aquecimento do perclorato a queimou antes de podermos detectá-la.

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O astroquímico Danny Glavin acredita que precisamos perfurar alguns metros abaixo da superfície para realmente ter uma boa ideia do que acontece (e potencialmente vive) lá em baixo. Já Pamela Conrad, vice-pesquisadora principal de análise de amostras de Marte, vai além e diz que espera criar um laboratório humano no planeta vermelho. Os seres humanos podem processar dados muito mais rápido do que as sondas e nós também somos muito mais flexíveis para alcançar certas amostras.