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Por que dois smartphones com o mesmo chip podem ter performances tão diferentes?

Por| 12 de Janeiro de 2016 às 14h11

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Por que dois smartphones com o mesmo chip podem ter performances tão diferentes?
Por que dois smartphones com o mesmo chip podem ter performances tão diferentes?

De Las Vegas, Nevada

Prestes a estrear em uma série de novos dispositivos que devem começar a se lançados no Mobile World Congress, que acontece em fevereiro, em Barcelona, o novo processador top de linha da Qualcomm, o Snapdragon 820, chega com uma imensa variedade de novas capacidades integradas que prometem expandir consideravelmente as possibilidades de interação dos usuários com seus smartphones.

De processamento de imagens para realidade virtual a proteção anti-malware embedada no hardware, passando por machine learning e agregação de bandas 4G (LTE) para mais velocidade de dados, o processador deverá ir bem além de só ampliar a capacidade computacional e eficiência energética do antigo Snapdragon 810, com diversas novas funções no hardware que poderão ser exploradas pelos fabricantes.

A má notícia, no entanto, é que nem todos os dispositivos vão tirar proveito destas tecnologias, ainda que todas já estejam disponíveis dentro do chip. Apesar de estarem embutidas no processador, a decisão de quais destas características estarão disponíveis em quais smartphones fica por contra das fabricantes (OEMs), que têm a opção de deixar de fora qualquer função que não quiserem em seus dispositivos.

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"Há uma série de capacidades-base que nós entregamos com o chip, mas os fabricantes podem escolher desligá-las, se quiserem. Nós habilitamos, mas a decisão é do OEM", explicou o vice-presidente de Marketing da Qualcomm, Tim McDonough.

Algumas funções deverão estar na maior parte destes gadgets, como é o caso do Snapdragon Immersive Audio, que permite tanto a captura quanto reprodução de áudio em 3D, mas a decisão final é de cada fabricante, baseada na estratégia de negócio da empresa e possíveis limitações de cada gadget. Sem falar, é claro, da tal "obsolescência programada", onde os produtos são feitos para durar um determinado tempo até que uma outra novidade atraia as atenções do consumidor, forçando-o a trocar o produto por um modelo mais novo, com mais recursos.

De acordo com McDonough, o novo Snapdragon deverá ser lançado com mais de 80 designs diferentes - a grande maioria otimizada para smartphones, mas com uma parte considerável voltada para outros tipos de dispositivos, como drones e produtos de realidade aumentada. Nestes casos de produtos diferentes, a responsável pelas mudanças é a própria Qualcomm.

A empresa lançou o Snapdragon Flight, para Drones, e o Snapdragon 820A, para carros inteligentes, apresentados durante a CES, na semana passada. Cada chip recebe otimizações adequadas para o papel que ele desempenhará no produto final: um drone, por exemplo, precisa de funções ampliadas para a câmera; já um smartwatch é limitado pela tela pequena do dispositivo, então dispensa um grande pode de processamento gráfico.

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"Você tem que imaginar a Qualcomm como uma grande caixa de Lego: há peças de CPU, de processamento gráfico, de imagens, de Wi-Fi. Nós pegamos essas peças e construímos um chip para um dispositivo, mas para outro, nós precisamos montar algo completamente diferente", explicou.

*O jornalista viajou à CES a convite da Qualcomm