CES 2018: Bosch apresenta tecnologias para cidades inteligentes
Por Patricia Gnipper | 08 de Janeiro de 2018 às 18h11
Diretamente de Las Vegas, onde acontece a edição de 2018 da CES, a Bosch apresentou suas novas tecnologias que proporcionarão o crescimento das cidades inteligentes. Para Stefan Hartung, membro do conselho de administração da companhia na Alemanha, "precisamos de uma nova concepção de cidade, na qual o fator chave é a tecnologia que tornará as cidades inteligentes e eficientes".
Para viabilizar essa visão de futuro, a Bosch está trabalhando com o objetivo de atingir uma qualidade de vida significativamente melhor nos centros urbanos. Durante o evento, que é um dos principais do mercado da tecnologia internacional, a companhia está apresentando soluções para este universo, incluindo dispositivos que analisam a qualidade do ar em tempo real, sistema que monitora digitalmente níveis de água dos rios e serviço de estacionamento autônomo.
Atualmente, a Bosch trabalha em 14 projetos do tipo em várias cidades do mundo, já tendo equipado postes de iluminação com LEDs e fornecendo sistema de gerenciamento remoto da iluminação pública na Baía de San Leandro, por exemplo.
Internet das Coisas (IoT)
Para viabilizar uma cidade conectada, a Internet das Coisas é essencial. Segundo um estudo do Gartner, até 2020 aproximadamente 15% das casas do mundo serão conectadas de forma inteligente, sincronizando dispositivos e sistemas para uma vida mais prática e organizada. Para isso, é preciso que existam aparelhos com as mais diversas finalidades conectados à IoT.
Por isso, mais da metade dos produtos eletrônicos da Bosch é passível de conectividade, atualmente, e a empresa tem o objetivo de chegar aos 100% até 2020. Ainda, a companhia irá expandir suas pesquisas em inteligência artificial, contando com seu centro de pesquisas inaugurado no ano passado, que, hoje, já conta com 100 associados na Alemanha, Estados Unidos e Índia.
Monitorando a qualidade do ar
Em parceria com a Intel, a Bosch exibe na CES o Climo, sistema de monitoração de microclima que analisa 12 parâmetros importantes para definir a qualidade do ar, incluindo níveis de dióxido de carbono, óxido de nitrogênio, temperatura e umidade relativa.
O dispositivo tem um centésimo do tamanho dos sistemas convencionais, e custa um décimo de seu preço final, ganhando o Prêmio de Inovação CES Honoree na categoria "cidades inteligentes".
Monitoramento digital de rios
Hoje em dia, são usados dispositivos mecânicos para medir níveis de água em rios, com a finalidade de prever alagamentos. Mas com o projeto piloto da Bosch, será possível monitorar esses níveis digitalmente, com resultados sendo enviados em tempo real.
O sistema já está em testes no Rio Neckar, na Alemanha, onde foram posicionados sondas e sensores ultrassônicos com câmeras que rastreiam tudo o que está acontecendo, incluindo mudanças no nível de água e velocidade da corrente. Esses dados são enviados para a nuvem da Bosch IoT e, caso limites críticos sejam observados, a população afetada é alertada por meio de mensagens de texto com antecedência.
Estacionamento autônomo
Somente nos Estados Unidos, motoristas perdem mais de 40 horas por ano presos no trânsito, sendo que um terço disso é desperdiçado na busca por uma vaga onde estacionar. Visando solucionar esse problema global, a Bosch está trabalhando no projeto de estacionamentos autônomos.
Funciona assim: enquanto o motorista dirige, o veículo equipado com um sistema específico mede os espaços entre os carros estacionados, transmitindo esses dados para um mapa digital em tempo real. Então, o motorista é guiado para as vagas disponíveis, sem precisar ficar procurando por conta própria.
O serviço também está sendo testado em algumas cidades alemãs, e pelo menos 20 cidades dos EUA participarão do projeto em sua fase de testes.
Economizando energia nas cidades
75% do consumo global de energia vem da infraestrutura das cidades. Para reduzir esse consumo desenfreado, a Bosch apresentou o microgrid DC, solução que pode ser usada para fornecer energia para grandes edifícios ou complexos urbanos.
Por serem alimentados por fontes renováveis de energia, os microgrids consomem até 10% menos de energia do que as usinas convencionais, além de serem autossuficientes, tornando-se uma fonte confiável de fornecimento de energia para as cidades.