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Tesla vai demitir 7% de seus funcionários, mas espera aumentar produção

Por| 18 de Janeiro de 2019 às 11h15

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Prevendo tempos difíceis para o futuro próximo, a Tesla anunciou nesta sexta-feira (18) que vai demitir cerca de 7% de sua força de trabalho, em um movimento para aumentar produtividade e se tornar mais competitiva e relevante diante de rivais bem mais estabelecidos do setores automotivo e energético. Pode parecer uma incoerência, mas a onda dispensas faz parte de um plano maior voltado para o aumento das margens, do faturamento e da lucratividade.

As demissões acompanham uma notícia revelada no começo da semana, com a descontinuação dos modelos mais baratos do sedan Model S e do SUV Model X. Além disso, em coletiva com a imprensa, o CEO Elon Musk disse que vai acabar com um programa de fidelidade para clientes que indicarem outros compradores de veículos. Os benefícios, como seis meses de recarga gratuita e serviços de manutenção e cuidado, estavam tornando os veículos mais caros do que a empresa gostaria.

Para a empresa, é hora de limpar a gordura e otimizar os processos para, ao mesmo tempo, abandonar aquilo que não funciona e focar na competividade com os rivais. Um corte de custos interno também acompanha a onda de demissões e mudanças nas rotinas de trabalho de todos os envolvidos na produção do Model 3, em um trabalho que começa na próxima semana e deve durar alguns meses.

Falando à imprensa, Musk disse que os desafios do setor de energia e sustentabilidade são enormes e que competir com as soluções tradicionais, baseadas em combustíveis fósseis e criadas por empresas com mais de um século de atuação, é bastante complicado. E com a expectativa ambiciosa de chegar a mais mercados até maio, atrelada à necessidade de trazer mais compradores, a necessidade de mudanças chega a ser urgente.

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Para o futuro, um dos focos é a criação de uma versão mais barata do Model 3, que hoje custa US$ 44 mil. A ideia é chegar a um valor de US$ 35 mil com o modelo e ultrapassar a marca das 100 mil unidades saindo das fábricas por trimestre. Entre outubro e dezembro do ano passado, foram 90,7 mil carros, o que decepcionou investidores, mesmo com a notícia de que a Tesla havia obtido US$ 311,5 milhões em lucros no período — o primeiro resultado positivo desse tipo desde o final de 2016.

As notícias não agradaram ao mercado e o que se viu foi uma queda de 6% nas ações da Tesla em negociações preliminares ao pregão desta sexta-feira (18). Para analistas, não seria uma falta de confiança no mercado ou nas mudanças a serem aplicadas pela montadora, mas sim uma noção dura de que a empolgação inicial com os veículos elétricos de Musk não se provou tão real assim.

Fonte: CNBC