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Pandemia gera escassez de baterias e pode atrasar adoção de carros elétricos

Por| 28 de Maio de 2020 às 07h35

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Divulgação/Nissan
Divulgação/Nissan

A indústria de carros elétricos é mais uma na lista de segmentos que devem ser afetados diretamente pela pandemia do novo coronavírus. A retração econômica gerada pelo estado de isolamento social atingiu em cheio os fabricantes de baterias de lítio, com uma expectativa de queda de 5% na demanda por esse componente em 2020 na medida em que investidores seguram a mão nas apostas quanto à tecnologia e empresas do setor praticam reorganizações, demitem funcionários e suspendem planos de expansão.

A baixa de 5% pode parecer pequena quando olhada sozinha, mas ganha contornos maiores quando confrontadas com a expectativa anterior. Pré-pandemia, a previsão dos especialistas era de que o mercado de baterias tivesse um crescimento de pelo menos 15%; hoje, a expectativa é de queda e, mais do que isso, de um atraso de alguns anos na proliferação dos carros elétricos que dependem, acima de tudo, da disponibilidade de baterias para funcionar.

Na indústria, os exemplos são diversos. Dois dos principais nomes do setor, a SQM e a Albemarle, anunciaram a suspensão de projetos de expansão em países como Chile e Austrália; a Ironridge Resources colocou à venda seu projeto de extração de lítio em Gana, enquanto a Tianqi Lithium anunciou que sua parcela majoritária em minas da matéria-prima também estão à disposição do mercado.

As empresas e investidores também aguardam posicionamento das grandes montadoras de veículos para decidirem o que fazer. Enquanto isso, a baixa nos preços do petróleo é vista como um aspecto a ser considerado, que deve levar à alta nas vendas de veículos com motores à combustão, por mais que regulações ambientais na China e União Europeia estejam sendo mantidas apesar da pandemia do novo coronavírus. A indústria terá de se adaptar, mas, ainda assim, a visão é de que isso vai demorar mais do que o imaginado inicialmente.

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De acordo com a consultoria Morningstar, o crescimento que deveria acontecer nos próximos cinco anos, agora deve levar o dobro do tempo. Por outro lado, há quem minimize a retração. Para o CEO da Livent, Paul Graves, são as regulações e medidas políticas que devem gerar o movimento no mercado de veículos elétricos e não a economia. Ele representa uma organização que reúne os interesses da indústria de extração de lítio e, por mais que admita os reflexos da pandemia, vê a revolução dos automóveis elétricos como estrutural e de longo prazo, um caminho sem volta para todo o mundo.

Até porque, em alguns anos, os carros elétricos serão os únicos a terem venda permitida. Na União Europeia, por exemplo, os veículos híbridos ou movidos a combustão terão fabricação vetada a partir de 2035. Na China, as regulações variam, com províncias já tendo anunciado a proibição de modelos desse tipo para 2030.

Fonte: Venture Beat