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Carros elétricos devem extrapolar a mineração de metais como o lítio até 2020

Por| 12 de Maio de 2016 às 15h11

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Carros elétricos devem extrapolar a mineração de metais como o lítio até 2020
Carros elétricos devem extrapolar a mineração de metais como o lítio até 2020

Parece que a saga de Elon Musk pela popularização dos carros elétricos não está agitando só o mercado das fabricantes de automóveis tradicionais, mas também o mercado de metais necessários para as baterias dos automóveis produzidos por ele. Essa tendência é ainda mais visível em produções como a do lítio, elemento base para a construções das baterias atuais de íon-lítio usadas nos veículos da empresa e em vários outros eletrônicos produzidos pelo mundo.

De acordo com o The Wall Street Journal, as demandas geradas já ultrapassam de forma significativa a oferta produzida no minério de lítio. Tanto que o preço de carbonatos desse elemento, algo essencial para a refinação do material, subiu cerca de 47% no início desse ano em relação ao mesmo período de 2015. Resultados divulgados pela Benchmark Mineral Intelligence, uma espécie de tabela de valores dos minerais no mundo todo, revelam que o preço do elemento em si subiu mais de 28% no decorrer do ano passado, enquanto isso, preços de outros metais, inclusive os mais preciosos, caíram cerca de 40% em seu valor.

Atualmente um Tesla Model S utiliza 18650 dessas baterias Panasonic como células de sua bateria principal, essa estrutura forma 60% do chassi do carro (Imagem/Reprod.: Panasonic Japan)

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Se levarmos em conta que os carros totalmente elétricos — isto é, não híbridos — representam apenas 1% dos modelos utilizados no mundo todo, o aumento na demanda por lítio que esse tipo de automóvel pode causar é imensamente grande. O jornal também citou um relatório criado pela Goldman Sachs, onde a agência sugere que a demanda pelo material pode triplicar em 10 anos, atingindo o valor de 570 mil toneladas de lítio extraído por ano. Com Musk dizendo que só ele quer produzir 500 mil carros anualmente, será necessário que a produção de lítio do mundo inteiro seja destinada a esse tipo de negócio. Como ficam os nossos eletrônicos?

Como se já não bastasse, aparentemente a Tesla é apenas uma fração de todas as indústrias e empresas que têm interesse no material. Também segundo a Benchmark Mineral Intelligence, a China quer duplicar a sua extração do minério até 2020. A mega-fábrica da Tesla até pode ser a maior atualmente, mas é apenas mais uma quando colocada ao lado de mais 12 projetos que devem surgir no futuro mundo a fora. Metais como o cobre também devem ganhar valor com a popularização dos EVs, mas um carro elétrico chega a utilizar o triplo de cobre que um modelo comum a combustão utilizaria.

A giga-fábrica da Tesla está sendo construída no estado Nevada, EUA. Suas instalações devem ficar prontas até 2019. (Imagem/Reprod.: Tesla Motors)

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Ao mesmo tempo, as produções de alumínio e grafite sofreriam, já que se a Tesla realmente atingir a sua meta de meio milhão de veículos produzidos a cada ano, suas fábricas demandariam mais de 93 mil toneladas de grafite só para a produção de eletrodos das baterias presentes em cada carro. Isso seria equivalente à produção de seis enormes minas do material, já que 70% do grafite produzido é perdido durante a sua extração, tornando essa indústria extremamente ineficiente no mundo todo.

Embora o lítio seja um material relativamente abundante na Terra, suas maiores reservas estão na Bolívia e a tecnologia necessária para sua extração varia de acordo com o ponto de mineração escolhido. Por causa da localização das grandes reservas, o material teria de ser deslocado da América do Sul para o mundo cruzando os Andes por terra até chegar em um porto onde pudesse ser enviado por navios cargueiros. Um enorme desafio logístico se pensarmos que a demanda por esse material deve crescer inúmeros porcentos em alguns poucos anos.

Na mineração de lítio, a água envolvida no processo ganha uma coloração azul-turquesa devido à poluição causada pelo cloreto do elemento (Imagem/Reprod.: Robin Hammond)

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O TWSJ também alegou que, embora possam existir futuros métodos e materiais a serem desenvolvidos para a produção de baterias melhores e mais eficientes, é difícil que a tecnologia "se mexa" agora para resolver esse tipo de questão. Para Graham Kerre, CEO da maior empresa de mineração da Austrália, a South32, o lítio é uma febre que deve passar rápido, apesar de o crescimento dos carros totalmente elétricos ameaçarem a extração de metais caros como o paládio e a platina, ambos utilizados para filtrar os gases expelidos por motores à combustão interna.

Fonte: Fortune