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O desenvolvimento profissional na cultura da Internet

Por| 17 de Abril de 2017 às 16h49

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O desenvolvimento profissional na cultura da Internet
O desenvolvimento profissional na cultura da Internet

Enquanto explorava como as iniciativas acadêmicas precisam ser adaptadas no mundo atual, na cultura da internet, com o responsável na América do Sul pelo Red Hat Academy, Wellington Lopes, surgiu a ideia desse artigo: atualmente estamos nos deparando constantemente com os impactos da Transformação Digital no nosso dia a dia, nos modelos negócios e do quanto essas novas tecnologias estão alterando o comportamento humano.

Muitos fatores estão contribuindo para fomentar e suportar a Transformação Digital. Entre os principais fatores podemos destacar a adoção de tecnologias Open Source, que por meio de comunidades, integra pessoas de todo o mundo na solução de problemas e no desenvolvimento de novas tecnologias. Sendo assim, os principais responsáveis por criar e impulsionar a evolução tecnológica são as pessoas, mais precisamente, são os conhecimentos desenvolvidos, aplicados (de forma transparente) e compartilhados por elas.

Essa dinâmica gera um ciclo que quanto maior a velocidade da inovação, maior a exigência de atualização de conhecimentos dos profissionais de TI para poderem atender às novas demandas do mercado. Esse tema foi abordado no artigo "O futuro da tecnologia são as pessoas".

Se pouco tempo atrás, em um período onde o acesso a internet era muito restrito ou não existia, necessitávamos comprar livros e frequentar bibliotecas para desenvolver os estudos, atualmente podemos realizar pesquisas através de celulares e tablets, filtrando as buscas por palavras-chave ou mesmo escolher o formato para obter os resultados.

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É inegável que atualmente temos acesso rápido e eficiente a enorme volume de informações geradas e disponibilizadas na web. Sem dúvida é um dos principais fatores que potencializam a capacidade de profissionais solucionarem problemas e inovarem, porém pode gerar um impacto negativo no processo de aprendizagem e no comportamento do desenvolvimento profissional.

Esse fica mais evidente em ambientes acadêmicos onde cada vez mais os estudantes resolvem rapidamente seus trabalhos de pesquisas através de consultas de materiais online, ou consumindo conteúdos nos mais diversos formatos como, por exemplo: vídeos, podcasts, etc. Com o tempo esse comportamento pode se estender para o trabalho, gerando uma dependência em relação às fontes de pesquisas online o que na prática é um problema sério pois, a internet nem sempre estará disponível como é o caso de trabalhos em datacenters que por motivo de segurança bloqueiam os acessos externos pela web… como fica o profissional nesses casos? Ou simplesmente o acesso à internet não está disponível por motivos técnicos dos mais variados. A dependência total de pesquisa online limita muito o profissional, o que não está claro para os estudantes dos dias de hoje.

Entre tantas tecnologias, informações e modernas plataformas de estudo, talvez seja interessante olharmos para trás e analisar o tema referente a “Pirâmide de Aprendizagem”, cuja a principal referência é atribuída ao trabalho desenvolvido por Edgar Dale em 1946. Neste trabalho são apresentados através de uma pirâmide os métodos de aprendizagem que possuem melhor índice de retenção da informação, ou seja, que transformam-se em conhecimento.

Discussões a parte sobre a exata metodologia do desenvolvimento dessa pesquisa e sobre a (im)possibilidade de representar os resultados através de porcentagens, é fato que a metodologia de estudo baseada em métodos ativos apresentam melhores resultados nos índices de retenção de conhecimento.

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Isso significa que maior conhecimento é gerado e retido na medida em que a pessoa executa as ações durante os estudos e compartilha o que aprendeu com outras pessoas.

Confúcio, filósofo chinês têm uma frase que diz: “O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo”.

Sendo assim, a participação ativa em comunidades Open Source pode ser um grande aliado no desenvolvimento profissional, seja para um aluno de um curso de tecnologia ou para um profissional já experiente e atuando no mercado de trabalho.

A participação nas comunidades de desenvolvimento permite, além de ajudar na evolução do projeto em que está fazendo parte, influenciar no roadmap do produto empresarial que oriunda desse projeto e abre oportunidades para fazer parte do ecossistema de fornecedores de serviço relacionados com essa tecnologia.

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Além disso, a participação em comunidades Open Source exige alto grau de interação entre todos os colaboradores, de compartilhamento de conhecimentos e a execução de tarefas que contribuem para o desenvolvimento pessoal e dos produtos.

Uma questão bastante importante que precisa ser ressaltada é que todas as comunidades são organizadas em grupos (ou equipes) de pessoas que executam funções específicas dentro do ciclo de vida do produto, como: 1 - Equipe de tradução: responsável pela tradução dos produtos e da documentação do inglês para os idiomas locais de cada país; 2 - Equipe de Q&A: responsável por garantir a qualidade e testes das novas funcionalidades incorporadas no produto; 3 - Embaixadores: responsável pela divulgação dos produtos através de palestras e artigos em blogs; entre outros.

Sendo assim, existem muitas oportunidades de contribuição que não exigem conhecimentos técnicos avançados e que podem ser uma excelente oportunidade para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Conforme apresentado no início deste artigo, retemos maior conhecimento na medida que realizamos as tarefas e compartilhamos o conhecimento. Enfocarei nos próximos artigos em como participar das comunidades Open Source e fazer parte desse ecossistema de desenvolvedores (e empresas) seja para aprender, seja para colaborar ou começar a empreender.