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Brasil é o país com maior lacuna de profissionais de TI na América Latina

Por| 11 de Agosto de 2016 às 19h31

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Um estudo da Cisco e encomendado pela IDC divulgado nesta quinta-feira (11) mostra que, nos próximos três anos, ainda vão faltar profissionais especializados em tecnologia da informação e telecomunicações (TIC) na América Latina. E o Brasil continuará como o país que mais sofrerá com esse déficit.

De acordo com o relatório, até 2019, a demanda do mercado vai superar a oferta de 449 mil profissionais. A principal explicação para esse fenômeno é a falta de capacitação dos empregados: só em 2015, houve uma defasagem de 474 mil profissionais de redes em todo o continente latino-americano e, embora exista um ligeiro decréscimo de 1,4% na demanda prevista em 2019, a evolução das redes e a digitalização tem representado novos desafios para profissionais capacitados no desenvolvimento e gerenciamento de infraestruturas de rede robustas e flexíveis.

A tecnologia de rede emergente requer trabalhadores qualificados em vídeo, nuvem, mobilidade, datacenter & virtualização, big data, segurança cibernética, Internet das coisas (IoT) e desenvolvimento de software, além das habilidades básicas e em core de rede, tais como competências em switches e roteadores, segurança de rede, redes sem fio, comunicações unificadas e colaboração.

Além disso, os profissionais de TIC requisitados devem desenvolver outras habilidades não-técnicas, como proficiência no idioma de inglês, trabalho em equipe, resolução de problemas, gerenciamento de projetos, criatividade e inovação, capacidade de comunicação e uma atitude empreendedora. O fato demonstrou que o profissional de redes requisitado no mercado precisa combinar capacidades técnicas e não-técnicas para suportar um ambiente de negócios cada vez mais complexo.

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Outro fator medido neste estudo está relacionado com a inclusão da mulher. Em média, a participação feminina no segmento de redes é de 13,3%. Atualmente, 15,3% das companhias não tem nenhuma mulher nas suas equipes de redes. Segundo a Unesco, as mulheres correspondem a 31 % da população de estudantes de Ciências da Computação na América Latina.

No geral, essa lacuna faz com que empresas e governos tenham de encarar o desafio de encontrar as competências adequadas para alavancar a inovação e a competitividade global. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) afirma que 10% de maior penetração de banda larga na América Latina pode representar um aumento de 3,9% no PIB e de 2,61% na produtividade de um país, razão pela qual é importante um esforço conjunto de governos e do setor privado para o aumento do número de profissionais qualificados.

No Brasil

O Brasil tem a maior lacuna geral de habilidades para trabalho em rede. A IDC estima que o mercado de TI nacional vai crescer cerca de 3% de 2015 a 2019. No ano passado, o país teve um déficit 195.365 profissionais capacitados e empregados em tempo integral, quantidade que deve diminuir para 16.581 somente daqui a três anos. Esses números representam uma lacuna de 41% em 2015 e 35% em 2019, respectivamente. Desse total, 59% da lacuna em 2019 deverá ocorrer em tecnologias emergentes.

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Por causa do tamanho da economia brasileira, o país continuará demandando profissionais de redes e não será capaz de fechar a lacuna no período de estudo. O elevado potencial do mercado interno gera a crescente demanda por serviços em todos os segmentos, especialmente em empresas de médio porte. Muitas empresas de serviços de data center definiram suas operações no país, devido às tarifas elevadas sobre mercadorias importadas e normas legais na nuvem para a permanência física das informações no Brasil. Segundo o estudo da IDC, isso impulsionou a demanda adicional por profissionais, ampliando a lacuna de habilidades.

A pesquisa também mostra uma compreensão mais madura da rede nas empresas no Brasil. 45% das companhias veem a rede como a plataforma que sustenta processos de negócios, um valor mais alto do que a média de 37% da América Latina. Além disso, o investimento em novas tecnologias emergentes no Brasil é considerável. 38% das empresas no Brasil ivão investir em projetos de Internet das Coisas no curto prazo, mais do que qualquer outro país na América Latina. Todos esses fatores contribuem para dificultar a contratação de profissionais de redes com o conjunto adequado de habilidades.

Metodologia

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Batizado de The Networking Skills in Latin America, o estudo realizou 760 entrevistas em dez países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, México, Peru e Venezuela. As entrevistas foram segmentadas por indústrias verticais e tamanho dos segmentos: governo, saúde, educação, telecomunicações, serviços financeiros, manufatura, varejo e atacado, mídia e transmissão e editoras, viagem, transporte e distribuição, recursos e serviços em empresas com mais de 100 empregados.