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CPBR9 - Representantes de canais de TV discutem o cenário do streaming no Brasil

Por| 28 de Janeiro de 2016 às 17h56

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CPBR9 - Representantes de canais de TV discutem o cenário do streaming no Brasil
CPBR9 - Representantes de canais de TV discutem o cenário do streaming no Brasil

Volte alguns anos e pense sobre como você — ou os seus pais — assistiam à televisão. Se você queria ver algo, era preciso esperar um determinado horário e, caso algo desse errado e não fosse possível estar diante da TV naquele momento, já era. Hoje em dia tudo mudou. Além das várias alternativas à televisão convencional, os próprios canais entenderam a mudança e começam a oferecer seus conteúdos em outras plataformas conectadas à internet.

E esse foi justamente o tom da mesa de debates “TV na era do streaming: como emissoras estão se adaptando?”, ocorrido na tarde desta quinta-feira (28) na Campus Party. Participaram do encontro o diretor de business affairs da Look Filmes Luiz Bannitz, o diretor de conteúdo original da Fox no Brasil Carlos Queiroz, o gerente de desenvolvimento da plataforma de vídeos da Globo.com Igor Macaúbas e o gerente de tecnologias de novas mídias da Globosat Cassiano Fróes.

Bannitz abriu o debate comentando sobre o quanto as novidades tecnológicas alteraram a forma como os conteúdos são produzidos e distribuídos na atualidade, tornado tudo mais direto e acessível. “Antes a distribuição era enrijecida, porque você tinha aquelas janelas de distribuição que começavam pelo cinema, passavam por home video, TV a cabo e TV aberta”, comentou o executivo. “Com o desenvolvimento da tecnologia, ela ficou mais acessível e começaram a aparecer novas formas de acessar o conteúdo”, emendou.

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Igor Macaúba, do Globo.com. (Foto: Reprodução/YouTube)

Financiamento

Para Bannitz, a questão do financiamento acaba sendo bem incisiva, afinal, se no modelo tradicional quem pagava a conta ficava bem claro, no modelo apoiado no streaming a coisa não é tão simples. “A gente dá a opção para o usuário escolher o que ele quer e a hora em que ele quer. É preciso um modelo que acomode todas as questões [de financiamento] e que agregue todo mundo”, defende.

Já para Carlos Queiroz, a estrutura básica do negócio permanece igual. “Alguém continua pagando para ter acesso a um conteúdo especial, alguém paga pela produção”, comenta, levando a discussão da questão financeira para outro ponto além da produção: a distribuição. “O Brasil tem muita grana para produzir conteúdo, mas nenhuma dessas linhas de financiamento vem com uma grana para divulgar este conteúdo”, comentou.

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Tecnologias que coexistem

A tônica da conversa passou bastante pelo posicionamento das redes de televisão diante do avanço do streaming. Tanto a Fox quanto a Globo, duas companhias representadas na mesa, já trabalham com distribuição de conteúdo via internet, que pode ser acessada por computador, tablet ou smartphone, indicando um desejo de reduzir a ameaça deste conteúdo que surge fora da TV tradicional.

Para Queiroz, o desafio passa por continuar produzindo conteúdo relevante, encontrando sinais que dialoguem com os vários públicos que têm acesso às produções. “O Brasil é muito desigual”, comenta o representante da Fox, dizendo ainda que, aqui, os Flintstones e os Jetsons moram a 50 km de distância um do outro. “É preciso criar produções que dialoguem com esse dois mundos”, concluiu. E ele aposta na coexistência de modelos, afirmando que “não há essa tecnologia avassaladora que vai dominar as outras. É uma mescla”.

A TV caminhando ao lado do streaming

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Em sua fala, Igor Macaúbas ressaltou o quanto a forma de consumir conteúdo atualmente é mais individual. “O consumo de conteúdo hoje é muito mais pessoal, personalizado”, comentou, reforçando o quanto as estruturas rígidas dos canais de TV se tornam irrelevantes diante das novas possibilidades. “A gente vive em uma realidade multistream. A grade não é mais tão relevante, você quer ter o controle sobre a forma de consumir conteúdo”.

Cassiano Fróes, da Globosat. (Foto: Reprodução/YouTube)

Usando o exemplo da própria Rede Globo, ele cita os desafios de adaptar o conteúdo a todas as plataformas disponíveis, além de usar as ferramentas do Big Data para sugerir vídeos relevantes para quem acessa uma página em busca de um determinado tipo de produção.

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Por fim, Cassiano Fróes esmiúça a questão da integração entre conteúdo feito para a TV e a extensão de tudo isso para a internet. Se antes o conteúdo produzido era repassado apenas para os canais que fazem parte de uma empresa, hoje, eles também chegam às plataformas digitais para os seus assinantes. “A gente entrega o conteúdo que era distribuído apenas pelo canal linear através de um mecanismo de autenticação [para assinantes].

Em suma, o streaming de conteúdo veio para ficar e a tendência é crescer cada vez mais. Aos poucos, os canais de televisão convencional vão compreendendo que, se os novos métodos não vão sepultá-los, ao menos podem causar alguns prejuízos. Então, o movimento natural é, como fica claro, o de mudança. A mesa completa pode ser conferida neste link.