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#CPBR10: O legado de Arthur C. Clarke é nos lembrar da importância da imaginação

Por| 02 de Fevereiro de 2017 às 00h54

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Murilo Idú
Murilo Idú

Arthur C. Clarke, que completaria seu centenário neste ano, é lembrado por muitos como um dos maiores autores de ficção científica da história.

De uma coleção de seus contos, teve origem o filme e livro – criados em parceria com o diretor Stanley Kubrick – 2001: Uma Odisséia No Espaço, uma das obras mais influentes do gênero já produzidas.

O trabalho de Clarke, no entanto, foi muito além do título. Nos seus 90 anos de vida, o britânico foi autor de livros de não-ficção, cientista, futurista, inventor, explorador de oceanos e até apresentador de televisão – um legado extenso que incluiu a popularização da ideia de viagens espaciais, escritos na área de satélites geoestacionários e previsões da evolução das telecomunicações, por exemplo.

Mas para Walda W. Roseman, presidente da Arthur C. Clarke Foundation e palestrante magistral da Campus Party Brasil, a principal herança de Clarke para a humanidade é outra: nos lembrar da importância da imaginação.

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"O legado dele será nos lembrar de não deixarmos nossa imaginação de lado quando estivermos tentando abordar nossas vidas e o futuro, em um momento no qual tudo está mudando", comentou Roseman durante sua apresentação nesta quarta-feira (02). "Arthur vivia no mundo real, mas também vivia dentro de sua cabeça".

Criada em 1983, a Arthur C. Clarke Foundation tem hoje o objetivo de promover o uso de tecnologias para beneficiar a humanidade e enfrentar desafios modernos, como o futuro do trabalho, a saúde do planeta e o problema da fome.

Mas, assim como Clarke defendia, a fundação busca alcançar essas metas incentivando o uso da imaginação, uma ferramenta que temos de sobra quando crianças, mas que tende a ficar de lado na vida adulta – a fase da vida na qual teríamos mais conhecimento técnico para transformar ideias imaginativas em realidade.

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"Grandes desafios requerem grandes ideias imaginativas, mas focadas, bem fundamentadas, multidisciplinares e executadas de forma inteligente", afirmou a presidente do órgão. "Esse era o desafio de Arthur C. Clarke: libertar o poder da imaginação e convencer outros a fazer o mesmo".

A ideia pode soar subjetiva demais, é verdade, mas está baseada em uma das crenças de Clarke, de que a imaginação é a "embarcação" que guia a humanidade para o futuro e a "conexão entre arte e ciência" que pode ser o primeiro passo para transformar algo imposível em realidade.

Na prática, explica Roseman, essa ideia deverá se transformar em uma nova iniciativa que será promovida pela fundação a partir de dezembro deste ano – quando Arthur completaria seus 100 anos.

Apelidada de Unleash Imagination (Liberte a Imaginação, em inglês), o programa intergeneracional trará conferências, debates e palestras para engajar jovens, incubar "grandes ideias" e promover uma "renascença" da imaginação como forma de encarar desafios do futuro.

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"Nosso objetivo é estimular um novo progresso na resolução dos maiores desafios do nosso planeja, elevando a imaginação e colaboração entre gerações como componentes-chave para resolução de problemas", explicou a presidente do órgão, que não descarta a inclusão do Brasil na iniciativa.