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Liberdade na internet e privacidade dos usuários estão ameçadas, afirma ativista

Por| 03 de Fevereiro de 2013 às 16h49

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Você está em um cyber café, usando seu notebook para conversar com seus amigos pelo Facebook. Já parou para pensar que, naquele mesmo instante, alguém pode estar monitorando tudo o que você faz no computador? A monitoração assistida dos seus dados é realidade, e foi tema da palestra de Rainey Reitman na Campus Party. Reitman é diretora de ativismo da Electronic Frontier Foundation (EFF), uma das organizações mais conhecidas do mundo dedicada à defesa dos direitos do usuário de internet.

A ativista destacou que a privacidade de todos os internautas está ameaçada pelos governos. De acordo com Reitman, a vigilância de dados pessoais na web já não é novidade - e alguns países até escondem essa prática de seus cidadãos. "Enquanto algumas pessoas usam a internet para aproximar uns aos outros, outras usam para monitorar os usuários. Os governos querem saber cada vez mais onde, quando e com quem você está, e se apoiam em tecnologias que utilizamos no nosso dia a dia para rastrear nossa localização sem termos autorizado", disse.

Reitman deu como exemplo o Occupy Wall Street em 2010, quando autoridades prenderam centenas de pessoas que protestavam a favor da criação de uma igualdade econômica e social. Além da força física, a polícia monitorou todos os passos dados pelos ativistas, desde locais frequenteados e com quem eles falavam, através de endereços de IPs combinados a outros dados. Em parte, essa invasão foi decorrência da fiscalização de informações postadas em redes sociais como Twitter e Facebook, já que o acesso a elas está mais fácil graças aos dispositivos móveis.

"As comunicações estão muito mais móveis. Ao mesmo tempo que isso gera uma oportunidade de acessar o conhecimento de qualquer lugar, também cria uma trilha digital dos nossos locais com o tempo. Nos Estados Unidos a coisa é tão séria que os governos conseguem dados sigilosos de uma pessoa sem a abertura de processos judiciais e vende esses dados para empresas de todo o mundo", afirma a ativista. Para ela, os aparelhos móveis estão inclusos em nossas vidas de tal forma que os usuários terão medo de acessar seus tablets ou celulares por receio de serem localizados, pois boa parte das informações pessoais do internauta está registrada na web.

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A mesma situação acontece na China, porém de forma mais rigorosa. Lá, o governo usa vários tipos de tecnologia para bloquear o acesso a certos termos na internet, pois acreditam que a liberação desses assuntos pode gerar alguma revolução. O país encorajou a população a utilizar alternativas similares ao Google e Twitter, mas isso não inibe a vigilância das autoridades na busca por conteúdo controverso nos perfis dos usuários chineses. Até existe um grupo especializado que monitora os internautas 24 horas por dia.

Para Reitman, a solução para esse problema não é fácil, mas pode ser alcançada com a união de toda a comunidade internauta na construção de feramentas que permitem a comunicação aberta entre pessoas na web. "Se você quer libertar uma sociedade, dê a ela a internet. Porém, ela não consegue criar uma revolução sozinha - quem dirá uma democracia. Quando enfrentamos problemas gigantes, como a vigilância dos governos, pode ser muito fácil você ter vontade de desistir. Mas quando as pessoas estão dispostas a se unir e colaborar com suas habilidades técnicas, é possível criar ferramentas para mudar o mundo e acabar com a censura e a vigilância".

"A internet é para dar poder e unir as pessoas, acessar a informação sem nenhum tipo de limitação, livre, sem censura. É um grande lugar para registrar todo tipo de conteúdo humano, como fé, arte e política. Lutamos contra pessoas que querem dizer o que devemos falar ou pensar, mas somos um exército que cria novas oportunidades para todos e torna a sociedade mais justa e acessível", conclui.

Veja abaixo quatro programas gratuitos indicados por Rainey Reitman para sua proteção online.

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TOR - o seu endereço de IP pode dizer muito sobre você, até mesmo localização exata no mundo. O TOR serve justamente para impedir que isso aconteça: trata-se de um software que é usado para mascarar seus endereços de IP, bloqueando o acesso para usuários mal intencionados.

Pidgin - é um programa de mensagens instantâneas, como um chat, que protege suas conversas. Caso alguém tente olhar seu bate-papo, o Pidgin fará com que o usuário receba apenas um código criptografado e não consiga acessar suas informações pessoais.

Https Everywhere - o Https é a versão segura do Http, ou seja, significa que a conexão entre o seu computador e o website é segura. Mesmo que alguém monitore os sites que você está acessando, sua senha e todos os outros dados serão criptografados. O software está disponível em extensões para Google Chrome e Firefox.

TOSBack - todas as vezes que você se cadastra em algum site, ele pede para que você concorde com os termos de serviço. O problema é que eles mudam com bastante frequência e você fica sem saber o que é permitido ou não dizer ou fazer naquela página. O TOSBack é um grande arquivo com os termos de serviço de vários sites e de anos diferentes, assim você pode fazer consultas e verificar quais eram os termos de anos anteriores dos sites que você mais acessa.