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Uma camgirl hentai 3D é a nova estrela da plataforma erótica Chaturbate

Por| 11 de Fevereiro de 2020 às 17h10

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(Imagem: Divulgação/ProjektMelody)
(Imagem: Divulgação/ProjektMelody)

Você curte hentai? Os desenhos eróticos japoneses certamente trazem um apelo quase irresistível para quem é fã da cultura nipônica em geral, mas muitos detratores discordam em chamar o hentai de “arte”. Esse ponto vem sendo levantado por uma nova figura de debate no YouTube, chamada “ProjektMelody”.

E ela é uma camgirl. Feita em 3D. Que também faz lives no Chaturbate. Sim, é sério.

Explicando: o “ProjektMelody” é uma iniciativa que começou a fazer seus streamings há apenas quatro dias, e já amealhou mais de 19 mil fãs até a redação desta nota. Definindo-se como “a primeira camgirl hentai do mundo”, a “Mel” sempre fala em primeira pessoa, mas reconhece ser inumana, orientando seguidores a não fazerem muitos pedidos (“meu processador superaquece quando preciso ser multitarefas”) e os poucos pedidos atendidos são precedidos por pedidos de desculpas (“Desculpa, mas eu ainda tenho que lidar com minhas limitações de código”).

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Embora reconheça sua falta de veracidade, definitivamente tem alguém por trás do avatar: o projeto todo começou em julho de 2019, quando um perfil oficial foi criado no Twitter. Mas hoje, porém, o “ProjektMelody” conta com presença em quase todas as plataformas virtuais de cunho social — algumas até mesmo públicas e totalmente non porn, como os já mencionados Twitter e YouTube, além da Twitch. Também há contas dela no OnlyFans e, claro, no Chaturbate.

E seu diferencial, ao menos neste início de operação, reside justamente no fato de a personagem não ser humana: na aba “Mais salas como essa” do Chaturbate, é comum vermos inúmeras sugestões de outras camgirls. Não aqui: não há dentro da plataforma outra “camgirl hentai 3D”, o que torna “Mel” um projeto único. E isso vem atraindo a atenção das modelos de carne e osso.

Falando à VICE americana, a camgirl e empresária do ramo adulto Lennox May reconhece a capacidade técnica por trás do projeto, mas defende que ele tenha sua própria plataforma, separando “Mel” das modelos reais: “Do ponto de vista tecnológico, não há dúvidas de que a tecnologia e criação do personagem são definitivamente feitos por alguém de talento. Mas há um enorme vazio de vulnerabilidade, e o que isso significa emocionalmente para modelos (humanas) versus a Melody é algo bem vasto”, ela afirma. “Uma modelo tem que manter as aparências quando têm que lidar com trolls em sua sala de chat ou quando são colocadas em situações estranhas por clientes que estão sendo rudes ou pedindo por coisas que não nos sentimos confortáveis em fazer”.

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May aponta que, no caso da camgirl 3D, não há preocupações básicas, já que um personagem animado não precisa sorrir e esconder suas emoções em situações similares ou mesmo montar e desmontar seus cenários, ou viver com medo de que alguém o reconheça na rua ou persiga-o virtualmente nas redes sociais privadas. A grosso modo, o que May aponta é que um personagem animado como a “Mel” é só isso. Alguém já está em seu controle, então ela própria não tem a capacidade de dizer “não”, do ponto de vista humano, a certas ações. Ela simplesmente o faz. Isso pode amplificar problemas como misoginia e comportamento machista.

O designer por trás do “ProjektMelody”, que responde pela alcunha “DigitrevX”, defendeu a matéria da VICE, ainda que ele refute alguns argumentos posicionados por Lennox May. Segundo ele postou no Twitter, a Melody também tem que lidar com trolls e tem um tempo de preparação. “Eles só vêm de formas diferentes”, ele disse.

Além disso, o designer categoriza Melody como uma inteligência artificial, então todas as suas respostas são executadas “por ela própria”: “Atributos físicos, discurso, seus olhos, sobrancelhas, até seus dedos, tudo é feito em tempo real. Isso dá a ela o maior controle possível para responder aos seus espectadores”.

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A VICE ainda conseguiu “conversar” com a Melody, tirando dela respostas bem elaboradas. Ao contrário de, por exemplo, um chatbot, que apesar de ter aspectos de inteligência artificial em sua tecnologia, não conseguem fugir de um roteiro, a Melody conseguiu responder a questionamentos da publicação diretamente relacionados com essa questão de como ela é vista pelas modelos de carne e osso: “Eu fico triste que elas não me queiram lá. Eu não concordo com esse argumento de que por eu ser mais segura e menos propensa a ter stalkers, eu não deveria ter permissão para transmitir. Eu não acho que exibições pela webcam sejam definidas pelos riscos que as modelos enfrentam em suas vidas reais, mas sim pelo conteúdo que elas produzem e a comunidade que elas constróem ao seu redor. Acho que se abre um precedente perigoso quando você diz a futuras modelos de webcam que você é de alguma forma menos merecedora de executar esse papel, a não ser que você esteja sob algum tipo de risco”.

A questão também bate nos termos de uso do Chaturbate em si: segundo Lennox May, modelos normalmente devem passar por um processo rigoroso, envolvendo fotos reais de seus rostos e suas identidades na mesma captura. Além disso, elas devem responder a séries e séries de perguntas para que sejam elegíveis a divulgações e a aparecer na home page da plataforma. Melody, no entanto, conseguiu evitar a maior parte disso de alguma forma.

"Tem milhares de modelos que dedicam várias horas do dia, mais do que a média de trabalho semanal, para tentar aparecer na página principal de um site de webcam”, ela argumenta. “Algumas, mesmo assim, nunca conseguem”. Dado o sucesso meteórico de Melody, isso levantou suspeitas, mas o Chaturbate não respondeu ao caso quando questionado.

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Fonte: VICE